O que é mais importante (criar, manter, repensar) na relação da Igreja com a Cultura?
A cultura não reconhece o limite da margem ou de periferia, e, como tal, favorece a consciência da totalidade que inscreve no humano o inseparável. Criar, manter e repensar, configura uma trilogia de alteridade que constrói necessariamente um vasto território em que a Igreja e as culturas apresentam o humano na sua verdade e beleza. Para a Igreja, na sua relação com a cultura, é importante conservar a sua intrínseca unidade e não se deixar contaminar pela cultura do slogan. Um diálogo teimoso e criativo com a pluralidade favorecerá a Igreja e a sua missão no mundo. A Igreja não existe fora do mundo cultural e, por isso, está condenada a viver com a cultura, enquanto realidade histórica.
Este depoimento integra a edição de novembro de 2011 do "Observatório da Cultura" (n.º 16).