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"Paciência com Deus": uma resposta «sensível», «realista» e paradoxal às «interrogações do ateísmo»

A editora Paulinas lança a 18 de fevereiro nas livrarias o livro "Paciência com Deus - Oportunidade para um encontro", de Tomáš Halik, padre e académico checo, nascido em Praga no ano de 1948.

A obra agora enviada ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura recebeu o galardão de “Melhor Livro Europeu de Teologia de 2009/10” e, nos EUA, foi destacada como “Livro do Mês” em julho de 2010.

«Em contraste com a retórica fechada de alguma apologética, que com uma ingenuidade drástica tenta simplesmente contornar a ambivalência do mundo natural e as dificuldades reais do ato de crer, Tomáš Halik dá uma resposta sensível e realista, do ponto de vista cristão, às interrogações do ateísmo», lê-se na sinopse do volume.

«Estamos habituados a olhar o Evangelho como o mapa que nos descreve o Céu. Menos habituados estaremos em ver também nele a gramática que nos interpreta o mundo. Pois é assim que o Cristianismo surge no discurso de Halík: como justa gramática da vida», escreve Alexandre Palma no prefácio.

«O Cristianismo - prossegue o docente da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa - insinua-se aqui como uma hermenêutica válida das luzes e sombras do nosso viver.»

«Paciência que não é aqui uma virtude moral, mas uma atitude intelectual: perante os paradoxos da vida há que suster o juízo precipitado e dar tempo para que a verdade que assim se esconde se possa revelar.»

«O Jesus de Halík é, pois, um «mestre do paradoxo». Deus ama os paradoxos. A Bíblia é o livro dos paradoxos. O Cristianismo, o lugar onde o dramático paradoxo de Deus revelado e oculto se esclarece, sem contudo se resolver ou dissolver.», sublinha Alexandre Palma.

Tomáš Halík licenciou-se em Ciências Sociais e Humanas, em 1972, na Universidade Charles, Praga. Pouco depois iniciou, clandestinamente, a formação superior em Teologia, que veio a concluir, já depois da queda do muro de Berlim (1989), numa importante universidade pontifícia de Roma.

Foi perseguido durante a ocupação comunista como “inimigo do regime”. Trabalhou como psicoterapeuta numa unidade de acompanhamento a toxicodependentes. Em 1978, sempre na clandestinidade, foi ordenado sacerdote e tornou-se um dos assessores mais próximos do cardeal Tomášek, figura emblemática da chamada “Igreja do Silêncio”. Com o fim do Comunismo, foi nomeado conselheiro do presidente Václav Havel e, posteriormente, Secretário-Geral da Conferência Episcopal Checa.

Atualmente ensina Sociologia e Filosofia da Religião na Universidade Charles, em Praga. Tem também exercido a docência, como professor convidado, em universidades tão prestigiadas como Oxford, Cambridge e Harvard. É membro da Academia Europeia da Ciência e da Arte e foi consultor do Conselho Pontifício para o Diálogo com os Não-Crentes.

Os seus livros estão traduzidos em numerosas línguas. Foi distinguido com prémios nacionais e internacionais de literatura e de diálogo intercultural e inter-religioso, como o Prémio Cardeal König (2003) e o Prémio Romano Guardini (2010).

FotoTomáš Halik

 

© SNPC | 31.01.13

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