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Papa aplaude a arte ao serviço dos pobres e conta com a música de Anastacia

A cantora, compositora e produtora norte-americana Anastacia, que se tornou conhecida do público jovem nos seus primeiros álbuns pela música pop-rock, é uma das participantes no concerto de Natal que decorre este sábado, no Vaticano, em benefício de projetos educativos para crianças deslocadas no Iraque e Uganda.

Ao receber hoje, em audiência, artistas e promotores do concerto, o papa salientou que «desde sempre a missão da Igreja manifestou-se também através da criatividade e genialidade dos artistas, porque eles, com as suas obras, conseguem chegar aos aspetos mais íntimos da consciência dos homens e das mulheres de cada tempo».

As receitas do evento, organizado pela Congregação para a Educação Católica, revertem para a fundação pontifícia Scholas Occurrentes e para a fundação salesiana Missioni Don Bosco, dedicadas à educação de crianças e jovens desfavorecidos.

«O acontecimento do nascimento de Jesus, há dois mil anos, ocorreu num contexto cultural preciso. Hoje, o Natal é festejado em todas as partes do mundo e manifesta-se segundo os costumes e as tradições mais diversas, gerando múltiplas representações, para as quais também vós, artistas, contribuís com os vossos talentos e a vossa paixão», afirmou.

O concerto tem como tema central os refugiados, com particular atenção aos menores que vivem em campos para pessoas deslocadas, impossibilitadas de continuar a estudar e a projetar o seu futuro.

Francisco frisou que «o Natal é sempre novo» porque convida os cristãos a «renascer na fé», «abrir-se à esperança» e a «reacender a caridade», este ano em especial por todos aqueles que fogem «das guerras, das misérias causadas pelas injustiças sociais e pelas alterações climáticas». Com efeito, acentuou, «para deixar tudo – casa, família, pátria – e enfrentar o desconhecido, é preciso ter sofrido uma situação muito opressiva».



Trata-se de crianças que precisam «de uma formação para poderem trabalhar amanhã e participarem enquanto cidadãos conscientes no bem comum», ao mesmo tempo que com esta abertura educam-se as populações para o «acolhimento e solidariedade»



«Quando a ira violenta de Herodes se abateu sobre o território de Belém, a Sagrada Família de Nazaré viveu a angústia da perseguição e, guiada por Deus, refugiou-se no Egito. O pequeno Jesus recorda-nos assim que metade dos deslocados de hoje no mundo são crianças, inculpáveis vítimas das injustiças humanas», apontu o papa.

Para Francisco, é fundamental trabalhar em rede, porque «há sempre muito que fazer, há muitos sofrimentos a apaziguar e problemas a resolver», sendo necessário uma «maior coordenação, ações mais organizadas, capazes de abraçar cada pessoa, grupo e comunidade».

«Fazer rede com a educação, antes de tudo, para instruir os mais pequenos entre os migrantes, isto é, aqueles que e, vez de se sentarem nos bancos da escola, como tantos coetâneos, passam os dias fazendo longas marchas a pé» ou através de meios improvisados e perigosos, assinalou.

Trata-se de crianças que precisam «de uma formação para poderem trabalhar amanhã e participarem enquanto cidadãos conscientes no bem comum», ao mesmo tempo que com esta abertura educam-se as populações para o «acolhimento e solidariedade, para evitar que os migrantes e deslocados encontrem, no seu caminho, indiferença ou, pior, intolerância».

«A vós aqui presentes vai o meu agradecimento e o meu encorajamento a prosseguir o vosso trabalho, para acender em cada coração o calor e a ternura do Natal», concluiu Francisco.

Canções de Natal e música rock, pop, jazz, gospel, soul e lírica compõem o alinhamento do concerto, que conta com artistas como Anastacia, José Feliciano e Dee Dee Bridgewater, a par da Orchestra Universale Sinfonica Italiana e dos coros New Direction Tennessee State Gospel Choir, Art Voice Academy e Piccolo Coro Le Dolci Note.


 

Rui Jorge Martins
Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé
Publicado em 15.12.2018 | Atualizado em 08.10.2023

 

 
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