O «leve episódio febril» que na noite de ontem atingiu o papa, durante o internamento na policlínica Gemelli, em Roma, onde no domingo foi submetido a uma operação no cólon, não voltou a repetir-se, anunciou hoje a Sala de Imprensa da Santa Sé.
Francisco passou «um dia tranquilo, com um decurso clínico normal», refere a mesma fonte, acrescentando que «continuou a alimentar-se regularmente e prosseguiu os tratamentos programados».
A convalescença da intervenção cirúrgica de três horas prosseguiu com caminhadas no corredor do hospital, e o papa teve também a oportunidade de «retomar o trabalho, alternando-o com momentos de leitura de textos».
Durante a tarde, Francisco «celebrou a santa missa na capelinha do apartamento privado, na qual participaram quantos o assistem» na hospitalização.
«Querido papa Francisco, soubemos que não estás muito bem e que agora te encontras no nosso próprio hospital. Ainda que não possamos ver-te, enviamos-te um forte abraço e desejamos que te cures rapidamente». Bilhete e desenho para o papa Francisco de crianças inernadas na unidade de oncologia pediátrica da policlínica Gemelli | Vatican News
«Por ocasião do próximo domingo está prevista a recitação do Angelus do 10.º piso» da clínica, anuncia o diretor da Sala de Imprensa, que conclui o comunicado de imprensa declarando que o papa «agradece pelas numerosas mensagens de afeto e proximidade que diariamente recebe, pede que continuem a rezar por ele».
Francisco, de 84 anos, entrou na policlínica ligada à Igreja católica na tarde de domingo, com o objetivo de ser submetido a uma operação programada que teve como propósito tratar uma «estenose diverticular sintomática» do cólon.
Os divertículos são pequenas saliências ou bolsas que, com o avançar da idade, e em dependência da alimentação, estilo de vida e genética, se formam na parede do intestino grosso, podendo causar dor no abdómen e inflamação.
De acordo com a Sala de Imprensa da Santa Sé, o papa «reagiu bem à intervenção conduzida sob anestesia geral», e no dia seguinte foi anunciado que a operação durou «cerca de três horas», prevendo-se um período de hospitalização de sete dias, «salvo complicações».
«Querido papa Francisco sente [escuta] a minha oração. Eu senti [escutei] a tua quando estava mal. Giulia». Bilhete e desenho para o papa Francisco de criança internada no hospital Bambino Gesù, Roma | Vatican News
Na terça-feira, 6 de julho, a Sala de Imprensa reportou que Francisco «repousou bem durante a noite» e, durante a manhã desse dia, «leu alguns jornais e levantou-se para caminhar». Os «exames de controlo de rotina são bons», foi declarado.
«O decurso pós-operatório» do papa «continua a ser regular e satisfatório», e Francisco «continuou a alimentar-se regularmente», tendo sido suspensa a terapia mediante a administração de fármacos por via endovenosa», relatava o boletim de quarta-feira. Foi também revelado que «o exame histológico definitivo confirmou uma estenose diverticular severa, com sinais de diverticulite esclerosante».
Ontem, quinta-feira, 8 de julho, Francisco «passou um dia tranquilo, alimentando-se e movendo-se de forma autónoma». O papa fez questão de enviar a sua «afetuosa saudação» aos pacientes do Departamento de Oncologia Pediátrica e Neurocirurgia Infantil do hospital, e, ao final da tarde, «manifestou um episódio febril».
Durante a manhã, Francisco submeteu-se a exames de rotina e a uma tomografia computorizada do tórax e do abdómen, com resultados negativos. O boletim da Sala de Imprensa adiantava ainda que prosseguiam os tratamentos programados e a alimentação por via oral.