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Papamóvel celebra 40 anos

Nunca foi um veículo pontifício até 1980: em vez de ser acompanhado na habitual limusina negra de representação, João Paulo II utilizou um Mercedes-Benz G 230 branco ártico, com detalhes dourados, pela primeira vez durante a sua visita à Alemanha, há 40 anos.

Na parte posterior deste modelo especial foi inserido um assento para o papa, instalado num painel elevado 40 cm, e protegido por uma cúpula alta e transparente em plexiglass. Esta conceção da marca germânica permitia ao papa permanecer visível, quer estivesse sentado ou de pé, para as centenas de milhares de pessoas que chegaram a participar em eventos.

Foram instaladas várias luzes nas laterais, sobre o pavimento e no teto da estrutura, para fornecer uma iluminação direta e indireta que permitisse ao pontífice manter-se visível inclusive na escuridão.

É possível admirar o veículo original na exposição patente no museu da Mercedes, em Estugarda, até ao mês de setembro, por ocasião da mostra dedicada às quatro décadas da Classe G, composta por 11 veículos.



O novo veículo demonstrou convincentemente os seus pontos fortes em todos os terrenos, inclusive em estradas não asfaltadas. A Classe G tornou-se uma “estrela” também devido à grande atenção recebida pelos meios de comunicação. Comummente conhecida como “Papamóvel”, torna-se um ícone para as deslocações de João Paulo II



A marca desenvolveu e realizou com exclusividade este veículo único, com 4392 mm de comprimento, 1950 mm de largura, e 2800 mm de altura, para a visita de João Paulo II que decorreu entre 15 e 19 de novembro. O papamóvel foi inicialmente cedido ao Vaticano em regime de comodato.

Entre os equipamentos específicos inclui-se uma potente unidade de ar condicionado automático, que garantia temperaturas agradáveis no interior da cúpula transparente durante o verão, e impedia as superfícies de se embaciarem debaixo de chuva e com altos níveis de humidade.

O veículo é alimentado por um motor a gasolina de quatro cilindros, com 75 KW (102 cv) de potência. A caixa de velocidades automática, um chassis particularmente confortável e as suspensões garantiram uma condução fluída, inclusive em terrenos mais difíceis.

A estrutura em plexiglass foi inicialmente projetada como unidade removível. Após o atentado de 1981, na praça de S. Pedro, o modelo G foi dotado de vidros com proteção para projéteis. A Mercedes adaptou o papamóvel às especificidades de segurança atualizadas pelo Vaticano em 1983, e novamente em 1985.

A viagem de João Paulo II à Alemanha, a primeira de um papa ao país em quase dois séculos, tinha no programa passagens entre multidões num campo aberto em Munique, numa pista de aviação em Mainz, e em Colónia. O novo veículo demonstrou convincentemente os seus pontos fortes em todos os terrenos, inclusive em estradas não asfaltadas.



Em 1982, a marca de Estugarda entregou permanentemente ambos os veículos ao Vaticano. O primeiro voltou “a casa” em 2004, e desde então faz parte da coleção Mercedes-Benz Classic



A Classe G tornou-se uma “estrela” também devido à grande atenção recebida pelos meios de comunicação. Comummente conhecida como “Papamóvel”, torna-se um ícone para as deslocações de João Paulo II, acompanhando-o em muitas das suas viagens a vários locais do globo.

A estrela que distingue a Mercedes foi removida por ocasião da visita à Áustria, em 1983, quando o veículo foi dotado do logótipo da Puch. Ao tempo, a Classe G, que tinha sido desenvolvida e produzida como projeto comum entre a Mercedes-Benz e a Steyr-Daimler-Puch, era comercializada na Áustria com essa marca.

O Papamóvel G 230 de 1980 não é o único baseado na Classe G. Um segundo veículo com características exteriores quase idênticas existia desde 1982 com base na 230 GE, com 92 KW (125 cv).

Estes dois todo-o-terreno da série 460, introduzida em 1979, podiam muitas vezes ser distinguidos pela matrícula: enquanto o G 230 usava, habitualmente, a placa SCV 7 – SCV para “Status Civitatis Vaticanae, Cidade-Estado do Vaticano –, a do GE 230 era SCV 6.

Em 1982, a marca de Estugarda entregou permanentemente ambos os veículos ao Vaticano. O primeiro voltou “a casa” em 2004, e desde então faz parte da coleção Mercedes-Benz Classic.

Em novembro de 2007, Bento XVI (alemão) adotou um G 500 (série 463) branco, com um corpo “open-top” e para-brisa dobrável. Nas audiências gerais no Vaticano o veículo é usado quer como descapotável, quer com uma secção transparente à prova de intempéries, que se revelou particularmente útil durante a visita do papa Francisco ao Brasil, em julho de 2013.


 

In Italpress/La Sicilia
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 16.07.2020 | Atualizado em 08.10.2023

 

 
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