História e espiritualidade
Dezassete séculos de vida monástica (2): Pacómio cria a primeira comunidade
Originário de Tebaida, no Egipto, Pacómio (292-346) é um convertido. Antigo soldado, passa por ser o autor da primeira regra de vida monástica.
Uma das suas preocupações era regular as extravagâncias cometidas pelos eremitas, que se infligiam severas penitências corporais ou viviam empoleirados durante anos no cimo de uma coluna.
A Regra de Pacómio associava oração, trabalho e vida comunitária. Ao princípio, os seus discípulos viviam cinco ou seis anos em pequenas habitações, trabalhando nas quintas, com salário, e seguindo a liturgia na igreja do povoado.
Vida dos eremitas em Tebaida. Gherardo Starnina (c. 1410)
Estas pequenas fraternidades prosperavam no vale do Nilo. Pacómio concebeu o seu projecto a partir dos acampamentos militares que tinha conhecido: os seus mosteiros situavam-se dentro de um cercado e acolhiam até 50 monges. Recebiam também hóspedes numa alojamento que lhes estava reservado – a hospitalidade foi desde o início um valor monástico.
Maria, a irmã de Pacómio, vai criar, também no Egipto, a primeira comunidade monástica feminina.
S. Pacómio (ícone melquita de 1779)
No séc. IV, na actual Turquia, um eremita ancião que havia sido escolhido para bispo, Basílio de Cesareia (c. 330-379) redigirá igualmente uma regra de vida comunitária inspirada na Bíblia, que continua a ser usada nos mosteiros de tradição ortodoxa.
Pacómio, que fundou a primeira comunidade em 315, e Basílio são considerados os fundadores do cenobitismo (do grego koinobion, “vida em comum”). Esta forma de vida monástica comunitária vai suplantar a prática solitária dos anacoretas e eremitas.
In Pèlerin
Trad.: rm
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28.04.10



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