© Fernando Cassola Marques
A relação dos jovens com a tecnologia «carece de muito trabalho» da Igreja, e por isso «há muito a ser feito», afirmou hoje Fernando Cassola Marques, ligado à evangelização dos jovens e um dos responsáveis por pensar a presença da diocese de Aveiro na internet.
Para o doutorando em Informática, um dos conferencistas da Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, que decorre hoje em Fátima, a «sinceridade» na partilha de textos e multimédia constitui uma das propostas para a presença da Igreja nas redes sociais.
«Partilhar o que somos, e não o que outros vejam que queremos ser» é essencial, sublinhou Fernando Cassola Marques na sua apresentação, acompanhada pela projeção de "slides", que podem ser vistos no fim deste artigo.
No encontro dedicado ao tema "'Out of the box: A relação dos jovens com a cultura", o especialista acentuou que «o testemunho é o ponto de partida para a nova evangelização no mundo digital».
Ao sublinhar que muitas instituições só emergem na internet quando têm algum evento a publicitar, Cassola Marques frisou a necessidade de se «estar presente» continuamente, com «cuidado» na «partilha com qualidade» de conteúdos.
A Igreja deve igualmente ter meios para sustentar uma «comunicação biunívoca», dado que a internet «é um canal aberto» para «perguntas que muitas vezes não são cómodas», às quais é preciso preparação «para dar resposta»
Para Fernando Cassola Marques, o binómio cultura-tecnologia «é um dos mais importantes factores» que configuram a contemporaneidade», e mesmo num hábito mais antigo como ver televisão, passou-se para uma experiência «individual e individualizadora».
«As práticas culturais mudaram em função da tecnologia», experienciando-se «uma nova dimensão do tempo e do espaço», que recolocam a inquietação de saber como usar os meios de comunicação para «transmitir valores».