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Atriz Sofia Alves: «Sou apaixonada por Jesus Cristo», «a fé é fundamental para mim»

«Não há nada na minha vida que eu faça sem consultar Deus. Eu sozinha não posso nada. Eu digo sempre: “Ó Senhor, orienta-me, por favor”»: a fé em Jesus Cristo, a importância de uma «Confissão bem feita», o “seu” milagre de Fátima e a relação especial com Bento XVI foram alguns dos “segredos” pessoais que a atriz Sofia Alves revelou no programa “Alta Definição” transmitido este sábado na SIC.

A resposta de Deus desvenda-se numa «voz interior», «uma certeza que te vem», «é uma paz, uma energia. A fé não se explica, a fé sente-se», e «esta minha relação com Deus, na intimidade, no silêncio, à noite, de manhã, é a forma que eu encontro de ter certezas, e é um percurso, um caminho, uma evolução», afirmou na entrevista a Daniel Oliveira.

«A fé é fundamental para mim», «cura, liberta», «tem-me levado por caminhos absolutamente extraordinários», «faz-me chegar a patamares de equilíbrio, de discernimento que nunca pensei, que não vem nos livros», sublinhou a atriz de 47 anos nascida em Luanda.

Acreditar em Deus «é um caminho absolutamente transformador», no qual se aprende «a amar, a respeitar, a valorizar e a perceber o sentido da vida», um itinerário que traz «novas perguntas, sempre», considera Sofia Alves, que recordou as palavras de Jesus «“bate, e abrir-se-á, procura e acharás, pede e se-te-á dado”, antes de afirmar: «Se nós damos, recebemos. Pode não ser logo, direto, mas sentes-te bem, sentes-te feliz».



«Foi quando descobri o milagre da minha vida, foi quando estive mais próxima de um novo batismo, digamos assim. É quase como renascer das cinzas. Foi um novo batismo, foi isso que me aconteceu em Fátima»



A avó, hoje o seu «anjo da guarda», ensinou-a a rezar, «rezava com ela o terço», mas depois da catequese e da primeira Comunhão «houve um desligar-me completo das coisas da fé». Mas «a dada altura da minha vida tive necessidade de voltar-me para Deus novamente, e tive necessidade de fazer uma Confissão bem feita».

Sobre o sacramento da Reconciliação, acrescenta: «Não há nada mais extraordinário do que uma Confissão bem feita, e sentir-mo-nos livres, e a partir daí caminhar numa nova esperança, numa nova forma de olhar o mundo».

«Quando tive o problema oncológico, percebi: é o terceiro aviso, porque Deus esteve sempre lá; a primeira vez quando tinhas dois anos, a segunda vez quando o médico te operou e pagou do bolso dele porque os teus pais não tinham dinheiro, e agora que foi mesmo no limite – é um chamamento, “muda de vida, Sofia, muda de vida”». E a partir daí, «foi tudo acontecendo de forma absolutamente arrebatadora».

A devoção mariana tem um espaço significativo na espiritualidade cristã de Sofia Alves: «Eu sou apaixonada por Jesus Cristo. Eu venero a Mãe porque leva a Jesus», «para chegar a Jesus, tenho de chegar a Nossa Senhora. Tudo o que lhe peço que ela leve ao Filho, não há nada que não me dê».



«O papa entra com o papamóvel, faz o percurso, vai à capelinha [das Aparições]. Naquele momento de silêncio em que o papa oferece a Rosa de Ouro à Nossa Senhora, foi o momento em que eu revi a minha vida toda, desde miúda, como se estivesse a ver um filme, consegui ver os pontos bons, os pontos maus, os pontos mais ou menos, a minha vida toda, consegui ver a luz»



Casada com o encenador Celso Cleto, «a pessoa que eu pedi a Deus, e que Deus colocou na minha vida», Sofia Alves considera que Fátima foi o lugar onde encontrou a sua «essência».

«Foi quando descobri o milagre da minha vida, foi quando estive mais próxima de um novo batismo, digamos assim. É quase como renascer das cinzas. Foi um novo batismo, foi isso que me aconteceu em Fátima. E a partir desse momento, a luz que desceu sobre mim mudou-me, e era impossível viver sem essa procura, sem esse equilíbrio.»

O silêncio na Cova da Iria quando o papa emérito Bento XVI se recolheu em oração diante da imagem de Nossa Senhora, em maio de 2010, «foi maravilhoso, foi o momento mais marcante da minha vida, e foi aí que se dá, realmente, o milagre».

Nessa semana, a atriz estava em Fátima para uma visita motivada «pelo lado histórico da devoção mariana, mas não propriamente pela simpatia pelo papa Ratzinger». Mas quando o helicóptero que o transportava sobrevoou o santuário, «dá-se uma atmosfera mística, e de repente toda a gente ficou com a mesma sensação de que havia algo no ar muito mais forte do que nós. Eu estranhei muito porque não contava, não estava preparada emocionalmente para esse momento».



«Sempre soube que ele ia responder, sempre soube. E de facto, talvez sete ou oito meses depois, ele respondeu-me. É uma carta que tenho religiosamente guardada, não vou revelar o conteúdo, mas foi pessoal: “Sofia, eu rezo por ti, pela tua família, tens em mim um amigo”»



Depois «o papa entra com o papamóvel, faz o percurso, vai à capelinha [das Aparições]. Naquele momento de silêncio em que o papa oferece a Rosa de Ouro à Nossa Senhora, foi o momento em que eu revi a minha vida toda, desde miúda, como se estivesse a ver um filme, consegui ver os pontos bons, os pontos maus, os pontos mais ou menos, a minha vida toda, consegui ver a luz».

«Eu não conseguia explicar, e era assustador sentir-me tão vulnerável e tão arrebata nesse sentimento que não se consegue explicar; queres pôr a razão a funcionar, mas há algo mais forte que tu, e que te diz: “Afinal, Eu estou aqui, Eu existo, Eu sou real”. Foi o avivar da minha fé, foi um novo batismo, já de uma forma adulta, em que percebi que andei perdida e que me encontrei.»

Consciente de que «o responsável» pelo «milagre» foi o papa Ratzinger, Sofia Alves decidiu contactá-lo: «Escrevi-lhe a contar o que se passou comigo».

«Sempre soube que ele ia responder, sempre soube. E de facto, talvez sete ou oito meses depois, ele respondeu-me. É uma carta que tenho religiosamente guardada, não vou revelar o conteúdo, mas foi pessoal: “Sofia, eu rezo por ti, pela tua família, tens em mim um amigo”. Ter uma resposta daquele homem, que significa tanto para mim, foi algo absolutamente fascinante.»

Na entrevista, Sofia Alves regressou aos nove anos, no «momento tão bonito e especial» quando esteve, em Lisboa, próxima de S. João Paulo II - «foi o meu papa, foi o papa da vida de quase toda a gente». Quando chegou no papamóvel, parou junto dela: «Foi a sensação de “ele olhou para mim, ele viu-me, ele viu-me, que bom”. Isso marcou-me».

Para Sofia Alves, «o egoísmo, a indiferença, a amargura, o ódio, sentimentos negativos, destroem-te. Tornam-te uma pessoa amarga, triste», e para os evitar está convicta de que é «aos pés de Jesus» onde encontra a sua «fonte de inspiração», «libertação» e «cura».


 

Rui Jorge Martins
Fonte: SIC
Publicado em 26.02.2021 | Atualizado em 08.10.2023

 

 
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