Paisagens
Pedras angulares A teologia visual da belezaQuem somosIgreja e CulturaPastoral da Cultura em movimentoImpressão digitalVemos, ouvimos e lemosPerspetivasConcílio Vaticano II - 50 anosPapa FranciscoBrevesAgenda VídeosLigaçõesArquivo

Fé e cultura

Um "Pátio dos Gentios" em cada paróquia

O teólogo Bento Domingues considera que a Igreja católica portuguesa está a desperdiçar as ocasiões para a transmissão da fé proporcionadas pelos «ritos de passagem», como o batismo e casamento.

Diante de pessoas que pedem para receber os sacramentos “apresentam-se logo as condições, evidenciando-se o caráter administrativo” que caracteriza a visão dos responsáveis de algumas comunidades, salienta o religioso à Agência Ecclesia.

«Pergunta-se se as pessoas vão ou não fazer o curso, se têm ou não crisma – acho isso horroroso», diz o teólogo, para quem «a primeira das primeiras exigências nas paróquias é ter gente que ajude as pessoas a caminhar».

«Parte-se de um catecismo e de um direito canónico» e «cumpre-se o ritual como se se tratassem de pessoas convertidas», quando o que «elas precisavam era de serem ouvidas», refere o religioso dominicano.

Depois de defender que um cartório paroquial constitui «um lugar de encontro e não um espaço para se dizer “tome lá e preencha a ficha”», Bento Domingues lamenta que as ocasiões em que não católicos recorrem à Igreja estejam a ser «muito desprezadas».

«Compreendo que é preciso obstar ao vale tudo. O que não posso admitir é que a norma não tenha a finalidade, que é a de ajudar as pessoas a caminhar e a serem bem recebidas, porque num diálogo a primeira exigência é sentir-se acolhido», assinala.

«Tenho encontrado coisas desastradas», conta o teólogo, para quem todas as paróquias devem ser um “Pátio dos Gentios”, designação do novo organismo do Vaticano encarregue do diálogo com os não crentes, que esta quinta e sexta-feira realiza em Paris o seu primeiro encontro internacional.

«O que se tem são diretórios sobre o que é ou não permitido. Isto não é uma Igreja de nova evangelização, nem de encontro. É uma Igreja sem pátio», diz Bento Domingues, que lamenta: «Perdemos tantas ocasiões de evangelizar e de ser evangelizados, de falar e de escutar... Tenho pena».

O religioso recorda a «oportunidade» de transmissão da fé que se abre ao catolicismo no «refazer o caminho de pessoas que deixaram a Igreja e o querem reencontrar» ou no «número enorme de adultos que pedem o Batismo».

 

Rui Martins
In Agência Ecclesia
© SNPC | 24.03.11

Foto
Jean-Pierre Lescourret/Corbis





















Citação

 

 

 

Página anteriorTopo da página

 


 

Receba por e-mail as novidades do site da Pastoral da Cultura


Siga-nos no Facebook

 


 

 


 

 

Secções do site


 

Procurar e encontrar


 

 

Página anteriorTopo da página