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Uma pastoral poética?

Anteontem, 26 de outubro, a meio da cerimónia que entregou D. Américo Aguiar à Diocese de Setúbal, como seu quarto bispo, foi lido um belíssimo soneto de Frei Agostinho da Cruz (1540 - 1619), dedicado a Nossa Senhora da Arrábida.

Feliz iniciativa! O conterrâneo de D. Manuel Martins foi, desta forma, abençoado pelo patrono poético do bispado, que nem precisa de ser canonizado para ser santo à sua maneira, cativando com as suas palavras incisivas até aqueles que não crêem em Deus. A sua amplitude de leitores configura, verdadeiramente, uma Igreja em saída: aquela que não tem medo de abrir as portas para deixar Cristo sair, aquela que rejeita fechar o Espírito Santo numa gaiola (como dizia, com o seu humor típico, a escritora católica Marie Noël, numa das suas notas íntimas), pois sabe que Ele precisa de voar e de poisar onde muito bem quer. O poeta franciscano acolhe, verdadeiramente, «todos, todos, todos»... Não foi por acaso que defendeu não existir «melhor manjar que liberdade».

Seja qual for o sentido profundo das palavras do Cardeal D. Américo, o novo prelado sadino tem apelado constantemente a uma dimensão poética na acção pastoral e cívica. Ainda ontem o repetiu... Talvez valha a pena escutá-lo e daí tirar consequências. Afinal, não há cultura sem culto, mas também não há culto sem cultura...


 

Ruy Ventura
Presidente da Pastoral da Cultura (Diocese de Setúbal)
Imagem: Sopotniccy/Bigstock.com
Publicado em 28.10.2023

 

 
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