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Quando Portugal recebeu a estreia mundial da "Transfiguração" de Olivier Messiaen

Quando Portugal recebeu a estreia mundial da "Transfiguração" de Olivier Messiaen

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Completaram-se a 27 de abril os 25 anos do falecimento de Olivier Messiaen, de quem Portugal acolheu, em 1969, a estreia mundial da obra "La transfiguration de Notre-Seigneur Jésus Christe".

A evocação do pianista, organista e compositor francês nascido em 1908 é assinada pela musicóloga Ana Maria Liberal, na mais edição de abril da revista "Brotéria".

A encomenda da obra foi feita em 1965 pela responsável do Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian, Maria Madalena de Azeredo Perdigão, com o propósito de ser estreada no ano seguinte.

A «"obra sinfónica, preferencialmente com coro, que tenha uma duração até 45 minutos de modo a preencher metade de um concerto ou uma hora e um quarto para preencher todo o concerto", destinava-se a celebrar o 10.º aniversário do falecimento de Calouste Sarkis Gulbenkian», lê-se na carta enviada pela responsável ao compositor.

«Queremos assinalar este efeméride encomendando uma obra musical em sua memória, não de caráter fúnebre, acima de tudo que celebre a generosidade de Calouste Gulbenkian», referia a missiva.

Messiaen, «católico convicto», aceita a encomenda, decidindo escrever nove meditações sobre a transfiguração de Cristo, tema que o fascinaria desde 1961, depois de ouvir uma homilia, explica Ana Maria Liberal.

«Nós lembramos os mortos pelas suas qualidades mais santas, e aqueles que foram boas pessoas na terra tornar-se-ão um dia o "corpo glorioso" no céu. Há um momento na vida de Cristo onde esta glória nos é mostrada e prometida: a Transfiguração», assinala Messiaen.

Os coros do compositor «cantam sem palavras, mas também cantam com palavras, com textos em Latim retirados do Evangelho segundo São Mateus, dos Salmos, de São Paulo, do Livro da Sabedoria, de São Tomás de Aquino e da Liturgia da Festa da Transfiguração», acrescenta.

A obra ficaria concluída a 21 de fevereiro de 1969. «Succès absolument formidable!!!!!», escreve Messiaen no seu diário, depois da estreia do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 7 de junho, interpretada pela recém-formada Orquestra de Paris, dirigida por Serge Baudo.









 

SNPC
Fonte: "Brotéria"
Publicado em 26.05.2017 | Atualizado em 10.10.2023

 

 
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