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Banco de Tempo

Tempo para dar e receber

A Agência de Castelo Branco do Banco de Tempo, actualmente com oito associados, entrou em funcionamento no passado dia 7 de Março, após a assinatura de um protocolo entre a Câmara local e a Associação Amato Lusitano, instituição onde vai decorrer esta iniciativa.

Os princípios deste tipo de Banco regem-se pelo facto de todos os cidadãos associados terem algo a dar e a receber. “O Banco do Tempo não é uma estrutura em que se dá sem receber em troca, nem que se recebe sem dar nada em troca”, esclarece Teresinha Tavares, responsável pelo Graal- Movimento Internacional de Mulheres, explicando que todas as horas têm o mesmo valor. “Não há serviços mais valiosos do que outros, nem escalas de valor de serviços. O serviço prestado não tem de ser igual ao recebido, correspondendo a actividades não profissionais que se realizem com gosto. A troca assenta na boa vontade, na lógica das relações de «boa vizinhança». São serviços de ajuda, não incluindo aqueles que exigem um certificado ou habilitações especiais”, explica.

Reatando uma tradição antiga em que a permuta de serviços entre as pessoas era uma constante, o Banco do Tempo funciona como uma troca de serviços entre as pessoas. “Quando alguém precisa de um serviço, contacta a agência. Esta, por sua vez, vai contactar um membro que o possa realizar e em seguida procura a melhor forma de pôr ambos em contacto. Na altura da troca, ambos deverão apresentar os respectivos cartões de membro”, esclarece a responsável.

Joaquim Morão, presidente da Câmara de Castelo Branco, considera que a constituição de uma agência do Banco de Tempo na cidade albicastrense vem apoiar muitas pessoas necessitadas. “É neste sentido que vejo a solidariedade, sendo este Banco mais um serviço para servir a comunidade, nomeadamente aqueles cidadãos que mais precisam”, avalia o autarca.

O Banco de Tempo é uma rede de infra-estruturas de apoio social baseada na gestão do tempo para troca de serviços. Esta rede apoia-se no Banco Central, coordenada pelo Graal, e nas agências, inseridas em cada comunidade, resultado da parceria de instituições locais com o Graal.
Os objectivos do Banco do Tempo baseiam-se no apoio à família e na conciliação entre a vida profissional e a vida familiar através da oferta de soluções práticas da organização da vida quotidiana. Pretende ainda construir uma cultura de solidariedade e promover o sentido de comunidade, o encontro de pessoas que convivem nos mesmos espaços, a colaboração entre gerações e a construção de relações sociais mais humanas, assim como promover a cooperação entre várias entidades públicas e privadas.

 

Saiba mais:

Banco de Tempo
Movimento Graal

José Manuel Alves

in Diário XXI

11.03.2008

 

 

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