Bento XVI reitera a "urgente necessidade da evangelização da cultura"

Num intenso discurso na Basílica da Imaculada Concepção, Washington, o Papa Bento XVI apresentou os grandes temas e desafios que devem ser parte do trabalho evangelizador da Igreja nos Estados Unidos, diante do avanço do secularismo.

"É acaso coerente professar a nossa fé ao domingo na igreja e durante a semana dedicar-se a negócios ou promover intervenções médicas contrárias a esta fé? É por acaso coerente para católicos praticantes ignorar ou explorar os pobres e marginados, promover comportamentos sexuais contrários ao ensinamento moral católico, ou adoptar posições que contradizem o direito à vida de cada ser humano desde sua concepção até sua morte natural?", questionou o Papa.

"É necessário resistir a toda a tendência que considere a religião como um facto privado. Só quando a fé impregna cada aspecto da vida, os cristãos podem abrir-se verdadeiramente à força transformadora do Evangelho", precisou o Santo Padre.

Perante o desafio do materialismo, que se converte "num novo obstáculo para um encontro com Deus", o Pontífice afirmou que "as pessoas necessitam hoje de ser chamadas de novo ao objectivo último de sua existência. Precisam reconhecer que no seu interior existe uma profunda sede de Deus. Precisam de ter a oportunidade de enriquecer o poço de seu amor infinito" e necessitam também de "ser chamadas continuamente a cultivar uma relação com Cristo, que veio para que tenhamos a vida em abundância".

"A meta de toda a nossa actividade pastoral e catequética, o objecto de nossa pregação, o centro do nosso ministério sacramental tem que ser ajudar as pessoas a estabelecer e alimentar semelhante relação vital com 'Jesus Cristo nossa esperança'", referiu.

Seguidamente Bento XVI aludiu ao desafio da autonomia e individualismo, que por vezes passa para a Igreja; e reiterou "a urgente necessidade de uma renovada evangelização da cultura".

ACI

18.04.2008

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