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Cultura e património

O regresso dos sinos à igreja mais emblemática das Caldas da Rainha

O mais emblemático monumento das Caldas da Rainha, a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, tem uma das mais belas torres sineiras de Portugal. Há muito parado por avaria, o relógio que acciona os ponteiros e o trem de sinos, encontra-se neste momento ao cuidado do relojoeiro Hermínio Nunes para restauro.

“O relógio é electromecânico, de pesos e acciona os sinos em carrilhão. Bate horas e quartos progressivos, accionando quatro martelos e outros tantos sinos. Toca ainda o "Angelus", um sector que está avariado e tenciono restaurar, caso consiga o esquema eléctrico da máquina. Estou a aguardar que um estudioso de relógios francês, meu amigo, me ajude a descobrir o fabricante deste relógio para tentar obter um manual técnico. Neste momento já tenho a máquina a trabalhar, da parte mecânica”, relatou ao Oeste Online.

Trabalhos no Santuário de Santa Maria de Vagos (na Diocese de Aveiro), na Igreja de S. Francisco (na Redinha-Pombal), na Torre Municipal de Aljubarrota (Alcobaça), no Santuário do Senhor Jesus dos Milagres (Diocese de Leiria-Fátima), entre muitos outros, constam do serviço deste relojoeiro, que tem ligações afectivas com Caldas da Rainha.

Torre sineira

A recuperação do relógio da torre da Igreja do Pópulo tem vindo a ser objecto de uma campanha de angariação de fundos desenvolvida pelo Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, a quem cabe a gestão do património.

Ainda no último Natal, decorações, contos e cartas de Natal foram as propostas de actividades do Museu do Hospital e das Caldas para as crianças dos cinco aos dez anos, que ao se inscreverem pagavam um euro e meio, a reverter a favor das obras.

De construção manuelina, a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo foi edificada para ser capela do hospital termal fundado pela Rainha D. Leonor. Ficou concluída no séc. XVI, acabando por se converter, com acrescento da torre sineira, em igreja matriz. É uma construção típica da primeira fase do manuelino e constitui um dos “ex-libris” da cidade, sendo uma das imagens mais fotografadas pelos turistas, cativados pela beleza do cenário. Neste edifício conjugam-se elementos do tardo-gótico europeu com outros de características mais locais (mudéjares e manuelinos). Possui o revestimento interior em azulejos seiscentistas produzindo um efeito têxtil, mas mantém da construção primitiva os frontais dos altares laterais revestidos de azulejos hispano-árabes.

Francisco Gomes in Oeste Online | Centro Hospitalar das Caldas da Rainha

27.03.2008

 

 

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Torre sineira
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