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Exposição

Museu Judaico de Belmonte evoca "Obra do Resgate"

O Museu Judaico de Belmonte tem um novo espaço dedicado à "Obra do Resgate", um movimento que, nos anos 20 e 30 do século passado, teve como objectivo levar para o judaísmo normativo os cripto-judeus que viviam em Trás-os-Montes e na Beira Interior.

O movimento terá sido dinamizado pelo capitão Artur Carlos de Barros Basto e por Samuel Schwarz, tendo sido este quem deu a conhecer ao mundo a existência de judeus secretos em Belmonte.

O museu pretende ser um singular espaço pedagógico-didáctico sobre o Judaísmo e a cultura do povo judeu, cumprindo uma missão educativa, ilustrando a história dos judeus portugueses e as suas vicissitudes históricas, a sua integração na sociedade portuguesa e contributo na cultura, arte, literatura, comércio e ofícios, e ainda a cultura e religião dos judeus, os seus rituais e costumes, na sinagoga e em casa.

A história dos cristãos-novos e a sua persistência religiosa judaica através dos séculos foi integrada num espaço reservado à vida quotidiana. Outros espaços foram reservados para as suas actividades profissionais, comércio e artesanato: mercadores, ferreiros, carpinteiros, latoeiros, ourives, remendadores de pratos, etc.

O espaço conta com mais de uma centena de peças originais (para lá de outras), da Idade Média e dos séculos XV, XVI, XVII, XVIII, XIX e XX, peças genuínas que foram utilizadas por judeus, cristãos-novos e seus descendentes nos actos religiosos, na vida quotidiana e na actividade profissional.

O museu é composto por três pisos. A partir da entrada principal, no piso 1, acede-se a um átrio/recepção, onde se localizam os serviços de atendimento, a loja do museu e um auditório. Por escadaria e elevador sobe-se ao piso 2, destinado à exposição permanente. Aqui, o percurso inicia-se por uma visão abrangente dos conteúdos do Judaísmo. Depois, o trajecto continua com um núcleo dedicado à história e cultura judaica em Portugal. Destacam-se registos importantes, como o movimento da diáspora e os tempos mais atribulados, que serão recordados, em especial, por um Memorial às vítimas da Inquisição. Aspectos do criptojudaísmo e da Obra do Resgate farão a relação com o espaço dedicado à comunidade judaica de Belmonte, revelando, assim, a sua singularidade histórica. Merecem referência particular as principais festas do calendário litúrgico (Sabath, Purim, Pessah, Rosh Hashana, Yom Kipur, Sucoth, Hanuká…), cerimónias religiosas associadas ao ciclo da vida (circuncisão, casamento, morte…).

O piso 3 é reservado para exposições temporárias, para a área da direcção e administração e ainda para o Centro de Estudos Judaicos.

A procura turística dos Museus de Belmonte cresceu cerca de 18 por cento em 2007 comparativamente ao ano anterior. Também o volume de negócios gerado com as entradas e a venda de «merchandising» teve um crescimento superior a 70 por cento.

Portugal Centro | Câmara Municipal de Belmonte

Publicado em 28.01.2008

 

 

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