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Os Patriarcas de Lisboa

O Centro Cultural do Patriarcado de Lisboa e a Editora Alêtheia lançaram recentemente a obra Os Patriarcas de Lisboa. Coordenado por D. Carlos Azevedo, Sandra Costa Saldanha e António Pedro Boto de Oliveira, o volume apresenta o percurso histórico que se inicia em 1716, com D. Tomás de Almeida, terminando em 1998 com D. António Ribeiro. Ao todo, quinze patriarcas.

Os textos, acompanhados por inúmeras imagens, são da autoria de António Filipe Pimentel, António Matos Ferreira, D. Carlos Azevedo, Celina Bastos, Filipe Folque de Mendóça, Henrique Pinto Rema, João Soalheiro, Luís Salgado de Matos, D. Manuel Clemente, Maria Lúcia Brito Moura, Nuno Saldanha, Paulo Fontes, Rui Ramos, Sandra Costa Saldanha, Teresa Ponces e Zília Osório de Castro.

Palavra de apresentação do Cardeal Patriarca, D. José da Cruz Policarpo:

«Antes de mais começo por me regozijar com a publicação deste livro. Ele vem enriquecer e manter viva a nossa memória coletiva de figuras marcantes da Igreja e da sociedade, num período de quase três séculos da nossa História. Quando a memória coletiva esmorece ou se apaga é um pouco da nossa identidade que morre. Este reavivar da memória constitui também merecida homenagem às figuras ilustres dos Patriarcas de Lisboa, meus antecessores. O meu ministério episcopal está, necessariamente, na continuidade do seu, numa tradição ininterrupta desta Igreja de Lisboa, onde a fidelidade ao mistério perene da Igreja se compagina, na sua missão, com o esforço de mudança e de adaptação a cada tempo. Suceder a figuras tão ilustres provoca a sensação paradoxal de continuidade e de descontinuidade. Mas essa é a realidade da Igreja no tempo.

A História dos Patriarcas não pode desligar-se da longa História da Igreja de Lisboa, que remonta aos primeiros séculos da cristandade, se adaptou e subsistiu no longo período de domínio muçulmano, e interveio como ator importante no nascer e consolidar da nacionalidade. No período da grande expansão, através da aventura marítima, deu dimensão missionária à grande epopeia nacional, caldeando aquela que é, ainda hoje, uma característica principal da maneira portuguesa de estar no mundo: o ardor missionário, a abertura à universalidade, a capacidade de entrar em diálogo com todos os povos, dando-lhes notícia do melhor que tem a alma portuguesa. Aliás, a atribuição aos arcebispos de Lisboa do título de Patriarca está ligada a esse ardor missionário da Igreja de Lisboa.

Como toda a história humana, a da Igreja de Lisboa também é um contraste de luzes e sombras. Sem esquecer as sombras é natural que no preservar da memória se ressalte o brilho da luz. E aí sobressaem atitudes que continuam a ser importantes no tempo que vivemos: as especiais relações entre a Santa Sé e a Nação Portuguesa; o amor dos portugueses ao Santo Padre que tantos deles retribuíram com uma particular predileção por Portugal; a audácia de atitudes pastorais em circunstâncias novas e difíceis, que algumas Cartas Pastorais dos Patriarcas manifestam claramente; a consciência de que a missão da Igreja é um serviço à sociedade, o que exige harmonia nas suas relações e superação positiva das dificuldades e conflitos. Ao longo de três séculos, os Patriarcas de Lisboa, cada um a seu modo, mostraram estar convencidos de que o seu primeiro dever era promover e defender a identidade católica, mantendo a fé, defendendo as instituições, promovendo a dignidade da Igreja, e que, ao fazê-lo, serviam Portugal no melhor da sua tradição cultural. O último século, marcado pela Lei da Separação entre a Igreja e o Estado, se trouxe momentos exigentes e difíceis aos pastores desta Igreja, deu-lhe uma maior liberdade e autenticidade, centrando-se na dimensão espiritual da sua missão, que não exclui a inspiração de toda a realidade humana.

Este livro ajudar-me-á, a mim próprio, a sentir-me em continuidade de missão e de comunhão com estes meus ilustres antecessores. É a mesma Igreja que, qual nau, atravessa o mar do tempo, levando sempre como timoneiro o Sucessor de Pedro, como carga preciosa, o Evangelho, como missão, servir.»

 

Os Patriarcas

D. Tomás de Almeida (1716-1754)

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D. José Manoel da Câmara (1754-1758)

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D. Francisco de Saldanha da Gama (1759-1776)

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D. Fernando de Sousa e Silva (1779-1786)

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D. José Francisco Miguel António de Mendóça (1786-1808)

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D. Carlos da Cunha e Menezes (1818-1825)

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D. Frei Patrício da Silva, OSA (1826-1840)

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D. Frei Francisco de São Luís Saraiva, OSB (1840-1845)

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D. Guilherme Henriques de Carvalho (1845-1857)

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D. Manuel Bento Rodrigues da Silva, CRSJE (1858-1969)

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D. Inácio do Nascimento Morais Cardoso (1871-1883)

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D. Frei José Sebastião Neto, OFM (1883-1907)

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D. António Mendes Belo (1908-1929)

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D. Manuel Gonçalves Cerejeira (1929-1971)

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D. António Ribeiro (1971-1998)

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Texto e imagens: Os Patriarcas de Lisboa, ed. Centro Cultural do Patriarcado de Lisboa, Alêtheia

03.03.2009

 

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Capa

Os Patriarcas de Lisboa

Coordenação
D. Carlos Azevedo, Sandra Costa saldanha, António Pedro Boto de Oliveira

Editora
Alêtheia

Páginas
220

Ano
2009

ISBN
978-989-622-165-2























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