Romaria ao Senhor da Pedra mantém tradição
As tradicionais Rusgas ao Senhor da Pedra, em Gulpilhares, realizam-se no próximo dia 18, Domingo de Santíssima Trindade, e inserem-se numa das mais típicas e concorridas romarias da Área Metropolitana do Porto. De ano para ano, tem vindo a aumentar o número de rusgas que chegam ao Senhor da Pedra na manhã da romaria.
A iniciativa tem vindo a ser incentivada pela Junta de Freguesia de Gulpilhares, com o apoio da câmara municipal e com a colaboração do Rancho Regional de Gulpilhares e da Confraria do Senhor da Pedra.
Altar da Capela
O regulamento para a edição deste ano determina que as rusgas “deverão obedecer ao princípio das rusgas típicas de há 40 anos a esta data, não se desprezando os princípios inovadores, sem que lhes seja tirado o cunho típico tradicional”. As rusgas deverão apresentar-se entre as 9h30 e as 11h30, no arraial do Senhor da Pedra e a entrada deve verificar-se no corredor junto à Casa dos Milagres, onde deverão parar (cantando e dançando) junto ao palco, prosseguindo depois em direcção à capela do Senhor da Pedra. O júri – composto pelo vereador do Pelouro da Cultura, pelos presidentes da Junta de Gulpilhares, do Rancho Regional de Gulpilhares e da Confraria do Senhor da Pedra – irá analisar a actuação e o cumprimento do regulamento. Serão atribuídos prémios a todas as rusgas que entrarem no arraial no horário estipulado e distinguir-se-á também a rusga que se deslocar de mais longe a pé, pelo que os interessados terão que comunicar, até 16 de Maio.
Historial
As rusgas remontam a tempos recuados. Grupos de pessoas tomavam rumo, a pé, por vezes de longe e iam dançando e cantando, assinalando a sua marcha com tocatas constituídas com bombo ou tambor, ferrinhos e viola, nalguns casos acompanhados também pelo reco-reco para aplacar ou amenizar a dureza do percurso e as dificuldades do caminho.
Foto: valter hugo mãe
As mulheres levavam à cabeça uma cesta de vime, com os farnéis e as merendas. Os homens transportavam os vinhos em cabaças ou chifres de boi. Chegados ao arraial formavam uma roda – do lado de dentro as raparigas e do lado de fora os rapazes – para bailarem, girando em volta. A meio de cada estrofe, cantada pelo solista, a roda andava ao contrário.
Apesar da evolução dos tempos, esta romaria manteve sempre a sua tradição, existindo actualmente um interesse muito grande por parte das populações em reviver a tradição ancestral.
09.05.2008
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