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Judaísmo

Reabriu a Sinagoga de Castelo de Vide

Integrada no programa da Semana Santa de Castelo Vide, a inauguração da Sinagoga foi um dos momentos altos desta celebração. No Sábado, e com a presença de algumas dezenas de turistas, a Sinagoga, um dos ex-líbris da Vila voltou a abrir, depois de praticamente dois anos de obras de restauro. Apenas à espera de ser musealizada com o equipamento histórico adequado, a Sinagoga volta a fazer parte do percurso turístico de Castelo de Vide.

A Semana Santa continua a ser um acontecimento extremamente importante (e bem comemorado) na histórica Vila de Castelo de Vide. Este ano, e mais uma vez, as celebrações contaram com um vastíssimo programa de actividades. Desde missas e procissões, passando pela Bênção dos Cordeiros e pela "Chocalhada", a Vila viveu grandes momentos de convívio religioso. Mas, este ano, a Páscoa contou com mais um acontecimento de destaque: a inauguração da Sinagoga que, quase dois anos depois, voltou a enriquecer um dos pontos turísticos mais importantes, a tão famosa Judiaria de Castelo de Vide.

Presente na inauguração, António Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide congratulou-se por ver finalmente a Sinagoga perfeitamente recuperada. Em conversa com o jornalista do «Fonte Nova», o autarca lembrou que o município adquiriu uma casa confinante à sinagoga que, neste momento, além de devidamente recuperada, foi ampliada.

A partir de agora, só já falta a fase da musealização, onde irão ser escolhidos os documentos e equipamentos adequados à história deste monumento. "Vamos seguir todo esse contracto para que, já no próximo ano, por esta altura, estejamos a ver a Sinagoga como merece ser vista. Para já, considero que foi muito gratificante para mim e para todos os castelovidenses termos conseguido recuperá-la", destacou o edil, lembrando que esta obra, orçada em cerca de 270 mil euros, foi comparticipada pelos fundos comunitários, nomeadamente através da Secretaria de Estado do Turismo que garantiu cerca de 50 por cento do custo total. Ainda de acordo com António Ribeiro, no que diz respeito à musealizaçao a autarquia também espera ser comparticipada pelos fundos comunitários.

Bastante satisfeito, António Ribeiro salientou que "todas as pessoas que vêm a Castelo de Vide visitam sempre a Sinagoga, mas também temos outro público-alvo, nomeadamente os judeus, de diversos pontos do País e do Mundo, que se deslocam para ver as zonas com vestígios judaicos. Temos esta Sinagoga, temos outra em Valência de Alcântara e ter-se-á que fazer um circuito para que esse público-alvo tenha esta mais-valia que Castelo de Vide pode oferecer".

Segundo os documentos existentes, este pequeno espaço medieval foi autorizado por D. Afonso IV em 1333, a pedido de várias comunidades judaicas que, em Portugal queriam ter os seus locais de culto. O rei autorizou mas com algumas condicionantes: "Desde logo tinham de ser pequenas, tinham de ser localizadas em ruas estreitas e a sua arquitectura não podia confundir-se com as igrejas católicas. Aquela corresponde a essas exigências e, por isso, funcionou durante muito tempo. Tem a entrada para os homens, para as mulheres, a porta da escola, o espaço do tabernáculo, onde praticavam o culto na altura e onde guardavam os instrumentos. A Sinagoga funcionou durante algum tempo. Quando a comunidade cresceu e não cabia, em simultâneo, naquele espaço pequeno, utilizaram as casas da frente para também se fazerem ouvir pois, para isso, tinham de estar num espaço coberto, já que não podiam praticar o culto num espaço descoberto", explicou Carolino Tapadejo, investigador que dedicou parte da sua vida a estudar a sinagoga.

André Relvas

in Jornal Fonte Nova

27.03.2008

 

 

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