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“Invisível Herói” premiado como melhor curta-metragem europeia

O filme “Invisível herói”, da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, foi distinguido como melhor filme europeu no Festival de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, depois de em maio de 2019 ter obtido o prémio Árvore da Vida, atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, no IndieLisboa, onde teve estreia mundial.

Resultado de uma produção luso-francesa, o filme, candidato a uma nomeação na categoria “Curta-metragem europeia” na 33.ª edição dos “European Film Awards”, narra o percurso de Duarte, de 50 anos, invisual, que pelas ruas de Lisboa procura Leandro, um amigo cabo-verdiano desaparecido sem deixar rasto, a quem quer entregar uma música que compôs, refere a sinopse.

«O personagem de Duarte é uma mistura entre a sua verdadeira personalidade (um cego apaixonado pela literatura, que mora numa cidade do litoral perto de Lisboa, que gosta de cantar e conversar com pessoas) e um personagem inventado (um escritor, ligado à cultura cabo-verdiana, secretamente apaixonada por uma mulher que fotografa e para quem escreveu uma canção)», explicou a cineasta.

Em entrevista publicada na página do festival francês, Cristèle afirmou que o protagonista «convida a ver as coisas de maneira diferente, a ir além do que é aparentemente visível, e abre o campo do invisível».

«Eu confiei nele, e ele confiou em mim, por isso tudo se tornou possível. Enquanto escrevia o argumento, senti a necessidade de compartilhar a sua visão da deficiência, livre das nossas ideias preconcebidas. Não tivemos medo de nada (nem de ser ridículos). O Duarte é um homem livre e espirituoso. Foi muito emocionante mostrar-lhe o filme quando ficou concluído, bem como aos seus amigos. Os sons, as suas memórias da rodagem e algo mais misterioso que só a ele lhe pertence são elementos que lhe devem permitir ver sem o olhar», acrescentou.

Nascida em 1983 em Montreuil, Cristèle Alves Meira vive em Paris e tem raízes portuguesas entre Viana do Castelo e Trás-os-Montes, região à qual regressa várias vezes por ano para produzir azeite, e que será o cenário da sua primeira longa-metragem, a rodar em abril, assinala a agência Lusa.

O júri do Prémio Árvore da Vida destacou a «forma comovedora e corajosa como o protagonista concretiza a vida que pensou, sem abdicar da sua dimensão de sonho», mostrando «que é na procura que se dá o encontro com o outro, acompanhado pela dimensão musical da vida».

A jurada Inês Espada Vieira destacou que a cineasta «“estica a corda” do ridículo até ao limite em que, com extrema elegância, este se transforma em doçura (como no caso das adolescentes que espalham protetor solar na cara de Duarte ou a do beijo que sela a história, na derradeira cena do filme)».








 

Rui Jorge Martins
Fonte: Festival de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand
Imagem: D.R.
Publicado em 09.10.2023

 

 
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