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Música

"Matinas de S. Vicente" dão as boas vindas a 2012

Entre o património musical português, a música sacra, do Renascimento ao pós-barroco, é a que de modo geral parece suscitar maior entusiasmo e consenso. Vários dos compositores destes períodos têm tido as suas obras interpretadas e gravadas por prestigiados agrupamentos, um pouco por toda a Europa, sendo crescente o número de partituras publicadas e acessíveis – embora constituam ainda uma parte pouco mais do que residual da grande quantidade de obras que subsistem nas edições originais ou em nauscritos, guardadas ou esquecidas em arquivos.

Muitas dessas apresentações enquadram-se em ciclos de periodicidade regular, sendo disso exemplo a iniciativa de concertos de Ano Novo, com entrada livre, organizados desde 2006 pela editora Althum e pelo Patriarcado de Lisboa, nas catedrais de Lisboa, Porto, Évora e Faro. Em cada edição oferece um programa diferente assente em repertório sacro nacional, algum do qual inédito ou em estreia moderna, monográfico ou concebido segundo um tema.

A deste ano, já iniciada com um concerto no dia 7, no Porto, propõe um programa com as Matinas de São Vicente, uma reconstituição de uma prática musical na Lisboa de cerca de 1770, integrante do ritual litúrgico da festa do padroeiro da cidade, celebrada pela diocese a 22 de janeiro. É nessa mesma data, às 19h00, que tem lugar o último dos quatro concertos deste ano, na recentemente recuperada igreja de S. Vicente de Fora (os outros dois são no dia 14, às 18h00, na sé de Évora, e no dia 15, às 17h00, na sé de Faro).

FotoCapella Patriarchal

O programa combina responsórios escritos, na época, para o cerimonial, por dois compositores que foram mestres de Capela da Patriarcal, António Teixeira e o napolitano Giuseppe de Porcaris, e outros compostos anteriormente por Carlos Seixas e por João Rodrigues Esteves, que no reinado de D. João V havia sido um bolseiro em Roma, bem como um “Te Deum” da autoria de Domenico Scarlatti – refletindo dessa forma a predominância da influência italiana no gosto musical da época, tendência que se manteve mesmo após a morte do rei Magnânimo.

Cinco destes responsórios têm nestes concertos a sua primeira audição moderna, estando as suas partituras (bem como as de todas as obras apresentadas neste programa) conservadas no arquivo da Sé Patriarcal de Lisboa e tendo sido transcritas pelo organista João Vaz, diretor artístico da Capella Patriarchal – agrupamento especializado na interpretação historicamente informada de música sacra portuguesa, de que tem, desde a sua recente criação, apresentado várias obras inéditas nos tempos modernos, como tem ocorrido nas suas sucessivas atuações nestes concertos de Ano Novo.

 

Os de há dois anos, exclusivamente preenchidos com obras do esquecido compositor seiscentista Frei Fernando de Almeida, resultaram na gravação e edição dum CD publicado em 2011, estando previsto o registo áudio dos concertos que agora vão ter lugar, para eventual publicação.

 

Manuela Paraíso
In Jornal de Letras, 11.01.2012
12.01.12

Cartaz

 

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