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Cinema

A pele onde eu vivo

É numa belíssima casa de campo próxima de Toledo, que serve igualmente de clínica privada, que o dr. Robert Ledgar realiza as suas cirurgias plásticas de natureza aparentemente estética. Todas com a máxima discrição, mas nem todas com devida transparência.

Consigo vivem Marília, uma mãe devota e servil, e Vera, uma mulher num estranho e cingido vestuário, estranha e incompreensivelmente confinada a uma área da casa, sob vídeo vigilância, a partir de onde contacta com aquelas duas personagens por um único intercomunicador.

O súbito aparecimento de Zeca, irmão de Robert acabado de escapar ileso de um assalto, é o primeiro fator de desestabilização deste já estranho quadro. E trará o primeiro parágrafo de uma longa história de atentado, violação e profanação da integridade física, moral e sexual que povoam a história de El Cigarral, aquela casa alheada do mundo.

Fotograma

Vinte e três anos depois de “Mulheres à beira de um ataque de nervos” e depois de “Ata-me” (1990), Antonio Banderas é de novo o protagonista de Pedro Almodóvar para um filme com algumas reminiscências dos registos anteriores, como o universo dos comportamentos psicologicamente desviantes que o filme habita.

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Em “A pele onde eu vivo” (estranhíssima tradução que inexplicavelmente preteriu a literal “A pele que habito” do original espanhol), Almodóvar mistura um tenso drama psicológico com um ambiente de suspense, enquadrado numa moldura sonora fantasticamente gélida. E regressa aos seus temas e inquietações habituais, que explora de forma perturbante: o conflito de identidade, a este ligando a questão da sexualidade, a manipulação psicológica, a morte, e a influência da perda de um ente querido no desvio comportamental.

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Dito isto, não é difícil de concluir que o novo filme de Pedro Almodovar se trata de um “peso pesado” em tensão narrativa e por vezes visual, perfeitamente acompanhada pela extraordinária banda sonora e fantásticos planos e sequências, numa primorosa realização que evita qualquer excesso decorativo.

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Margarida Ataíde
Grupo de Cinema do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
© SNPC | 28.11.11

Cartaz

 

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