A teologia visual da beleza
Paisagens
Pedras angulares A teologia visual da belezaQuem somosPastoral da Cultura em movimentoImpressão digitalVemos, ouvimos e lemosLigaçõesBrevesAgenda Arquivo

Pastoral da Cultura

A relação da Igreja com a cultura - criar, manter, repensar

Refletir a relação da Igreja com a cultura obriga a recorrer à Exortação Apostólica de Paulo VI,  «Evangelii Nuntiandi», na sequência do Concilio Vaticano II .

Aí se refere que o drama do nosso tempo é rutura do Evangelho com a cultura (cfr.nº 20) e, embora se reconheça que o Evangelho não se identifica com a cultura, «no entanto, o Reino que o Evangelho anuncia é vivido por homens profundamente ligados a uma determinada cultura» e, por isso, «a edificação do Reino não pode deixar de servir-se de elementos da cultura e das culturas humanas» (nº 20).

Daqui poderemos tirar quatro conclusões:

A primeira tem a ver com a necessidade de o Evangelho fermentar a cultura de modo a evangelizar em profundidade. Isto é, de «atingir e como que modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade» (nº 19).

A segunda diz respeito à necessidade de purificar a cultura através do anúncio do Evangelho. A cultura por ser humana, a par com muitos aspetos positivos, inclui muitas facetas negativas, detratoras da dignidade humana. Só num diálogo profundo, aberto e corajoso, se poderá oferecer à cultura a sua estatura verdadeiramente digna da pessoa humana.

A terceira refere-se à necessidade que o Evangelho tem de se encontrar com as culturas para que possa expandir-se, penetrar na pessoa e nos seus modos de vida. Ao longo da história do cristianismo, a Igreja reconhece a necessidade de dialogar com as correntes de pensamento, com os modos de ser e de agir dos diversos povos, e de conhecer profundamente a alma humana, para realizar com eficácia a sua missão de ser fermento de uma nova humanidade. Eis a proposta permanente da encarnação do Evangelho na sociedade de cada tempo.

A quarta e última diz respeito ao facto de o anúncio do Evangelho promover a cultura. Podemos dizer que se a cultura envolvente condiciona e tantas vezes obstaculiza a proposta do Evangelho, não é menos verdade que a pregação do Evangelho e o testemunho cristão fiel e coerente é promotor de cultura.

Do que fica dito ressalta que se a cultura e as culturas do homem estão em continua evolução, exige-se por parte da Igreja um continuo criar de interligações entre a proposta evangélica e os diversos fatores culturais que informam uma determinada sociedade. Igualmente é forçoso repensar as formas de presença da Igreja nos âmbitos culturais, ou melhor dizendo, onde a cultura, nas suas diversas expressões, acontece.

Concluo com um texto de João Paulo II, que num dado passo, diz: «A Igreja tem em Cristo, que se proclamou “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6), um imenso património espiritual para oferecer à humanidade. É o caminho cristão que leva ao encontro de Deus, à oração, à ascese, à descoberta do sentido da vida. Também este é um areópago a evangelizar» (RM, 38).

Por isso, o convite que é dirigido à Igreja para se empenhar numa nova evangelização, com novo ardor, novas linguagens e novos métodos, exige não apenas o manter a relação com a cultura mas de a criar e repensar continuamente.

 

D. João Lavrador
Bispo auxiliar do Porto, Vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais
© SNPC | 24.11.11

Foto
D. João Lavrador












Citação















Citação

 

 

 

 

Página anteriorTopo da página

 


 

Subscreva

 


 

Secções do site


 

Procurar e encontrar


 

 

Página anteriorTopo da página