Evocação
Propósitos da formação do Movimento de Renovação da Arte Religiosa
Quando:
- se verifica, na maior parte das igrejas mais recentes, ter sido esquecido o espírito do Evangelho;
- se pretende obter uma absurda conciliação do antigo com o moderno, amalgamando formas já sem sentido;
- se procura deliberadamente fazer moderno, aplicando formas extravagantes e arbitrárias, esquecendo que o carácter actual deve resultar espontaneamente da solução adequada dos problemas;
- se ultrajam os estilos de outras épocas, copiando ou adulterando as suas formas e fazendo supor que a Igreja só pode viver agarrada ao passado;
- se aponta a ogiva como símbolo de religiosidade, quando ela não é mais do que uma forma peculiar a determinado processo de construção;
- se faz crer que o carácter religioso ou nacional pode ser dado por formas construtivas ou decorativas cujas causas já desapareceram;
- se utilizam os benefícios dos novos materiais e processos de construção, mas se ocultam sistematicamente as formas que lhes são próprias, à custa de ruinosos embustes construtivos;
- se manifesta um horror obcecado por toda a influência de novos países, esquecendo que os monumentos do passado foram possíveis devido à existência de correntes universais;
- se teima em esquecer a verdadeira tradição, renunciando a inserir a arquitectura nas realidades do nosso tempo;
impõe-se uma acção de esclarecimento e uma revisão de conceitos, para que a arquitectura possa mostrar ao mundo de hoje a verdadeira face da Igreja de Cristo. Depende do público cristão que essa face continue a ser odiosamente desfigurada ou se revele enfim em toda a sua pureza.”
In Catálogo da Exposição de Arquitectura Religiosa Contemporânea, Lisboa, 1953
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10.04.10
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