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Prémio Internacional de Arquitetura Sagrada distingue capela de Joaquim Portela

A capela Cohen, concebida pelo gabinete português Joaquim Portela Arquitetos, localizada nos Alpes suíços, foi distinguida com o terceiro lugar no Prémio Internacional de Arquitetura Sagrada, organizado pela Fundação Frate Sole.

O projeto vencedor, entre os dez finalistas, foi a igreja Seliger Pater Rupert Mayer, na Alemanha (2018), pelos arquitetos Andreas Meck (falecido) e Axel Frühauf.

O segundo prémio foi para o Santuário Señor de Tula, no México (2020), concebido por Derek Dellekamp, Jachen Shleich e Camilo Restrepo.

Para a conceção da capela, «que integra a paisagem, tornando-se parte dela», foram analisados «muitos edifícios semelhantes, que, embora isolados, pareciam ter sido desenhados pela natureza e tornaram-se parte dela», refere o texto de apresentação do projeto de Joaquim Portela.

«O edifício, de forma simples e compacta, apresenta-se como o resultado de um longo e exaustivo processo de desenvolvimento do projeto. E a sua simplicidade é resultado de um processo de clarificação, e não de subtração.

A busca da luz é o conceito explorado por trás da forma construída. O resultado é um edifício composto por dois volumes, que se intersetam num único plano.»

O bloco principal é um «espaço de introspeção» que se eleva desde a entrada até a claraboia, constituindo estas duas únicas aberturas externas. O desenho convida quem entra na capela, assim como está sentado no interior, a olhar para cima.

O segundo volume consiste na sacristia. Ao contrário do bloco anterior, abre-se para a paisagem. «Na nossa pesquisa eliminámos todos os ornamentos, e quisemos obter uma forma pura para o edifício que pudesse transmitir toda a informação requerida para um espaço sagrado», assinala o gabinete de arquitetura.

«Como a diferença entre ver um filme e ler um livro: sem imagens, a interpretação torna-se mais difícil e não é direta, mas também permite um número infinito de possíveis imagens, dependendo de quem transforma as palavras em imagens», lê-se no texto anexo ao projeto apresentado a concurso.

Aos vencedores da sétima edição do Prémio foi concedido o valor de 15 000 euros, enquanto que os segundo e terceiro premiados receberam, respetivamente, 10 000 euros e cinco mil euros.

Os sete restantes finalistas, entre os quais o conceito da igreja do Divino Salvador, em Freamunde, assinado pelo gabinete Vítor Leal Barros, foram definidos como "Embaixadores do Prémio Internacional de Arquitetura Sagrada" para o quadriénio 2020-2024.

As obras submetidas a concurso deviam «comunicar qualidades expressivas de valores místicos, harmonia e beleza das formas, originalidade e força criativa na concepção arquitectónica, dando ao edifício uma alta atmosfera de espiritualidade, expressão de corajosa e apaixonada pesquisa inovadora, para além de qualquer forma de convencionalismo», refere o regulamento.

O júri foi composto por vencedores de anteriores edições da iniciativa, entre os quais Tadao Ando e Cristian Undurraga, juntamente com o presidente da Fundação Frate Sole, Luigi Leoni.

A cerimónia de entrega dos prémios está prevista para 3 de outubro, na cidade italiana de Pavia, sede da Fundação Frate Sole.


 

 
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