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Abdicar do cristianismo é pôr em perigo a humanidade, diz patriarca de Lisboa, que convida ao entendimento com quem discorda da Igreja

O novo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, alertou este domingo para os efeitos negativos que podem advir da eliminação dos valores que o testemunho cristão consolidou na sociedade portuguesa.

«Com a difusão do cristianismo e a sua feliz coincidência com as aspirações de tantas sabedorias e credos, foram pouco a pouco germinando sementes de vida, civilização e cultura de que não podemos abdicar sem pôr em risco a própria humanidade de nós todos», vincou na missa que assinalou a sua entrada solene no Patriarcado de Lisboa.

Perante centenas de pessoas reunidas na igreja do mosteiro dos Jerónimos, o prelado elencou várias atitudes de matriz cristã que devem ser afirmadas e protegidas, a começar pela «dignidade da pessoa humana, na variedade enriquecida de raças e povos e sempre protegida e promovida da conceção à morte natural de cada um».

«A verdade familiar, na complementaridade homem-mulher, na geração e educação dos filhos e na entreajuda entre mais novos e mais velhos», «a valorização do trabalho, como meio de realização pessoal e social de cada ser humano, sempre a garantir neste sentido» e a «distinção entre "Deus e César", que abriu caminho à laicidade positiva das instituições políticas e à liberdade religiosa», foram igualmente defendidas na homilia.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa apelou também ao «reconhecimento teórico e prático de quatro princípios indispensáveis a qualquer sociedade que se queira justa e realmente livre: a dignidade da pessoa humana, o bem comum, a subsidiariedade e a solidariedade».

O presidente da República, Cavaco Silva, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, entre outras personalidades do governo, autarquias e forças de segurança, ouviram igualmente o patriarca de Lisboa salientar a importância da Igreja para Portugal, desde que os fiéis se comprometam com esse princípio.

«Nos tempos que vivemos, quase para nos refazermos como sociedade reencontrada, os cristãos têm de oferecer a todos, crentes ou não crentes, o que recebem de Deus, como luz penetrante, verdade verificada e caridade plena», apontou.

Para D. Manuel Clemente, «as respostas nem sempre são fáceis» face à «complexidade dos problemas», pelo que se exige «abertura, esclarecimento e estudo», na esperança de que quem não partilha da perspetiva da Igreja poderá, futuramente, colaborar com ela.

«Os que não concordam hoje connosco, poderão fazê-lo mais à frente, em caminhos necessariamente comuns. Como o próprio nome indica, a concórdia começa nos corações, quando ninguém desiste de ninguém, seja em que campo for», acrescentou.

Referindo-se aos rumos a seguir no patriarcado, D. Manuel Clemente destacou três prioridades, começando pela convicção de que os «frutos pastorais» não dependem tanto do «esforço de programação» ou da «multiplicação» de afazeres, mas sobretudo da «transformação» da «mente» e da «conversão» do «coração».

Fazer das comunidades cristãs «autênticas escolas de vivência da fé e da comunhão, gerando entre todos os seus membros laços de fidelidade, de proximidade e confiança», e generalizar a missão de testemunho do Evangelho, foram igualmente orientações indicadas por D. Manuel Clemente.

Entre os prelados concelebrantes esteve o arcebispo italiano D. Rino Passigato, núncio apostólico da Santa Sé em Portugal, representante diplomático do papa Francisco, bem como D. Jorge Ortiga e D. José Alves, arcebispos de Braga e Évora, que com Lisboa formam as três províncias eclesiásticas em Portugal.

D. Manuel Clemente tomou posse do patriarcado de Lisboa em celebração que decorreu este sábado, na sé.

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 07.07.13

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