Os prémios "Árvore da Vida", atribuídos pela Igreja católica a obras que privilegiam valores espirituais e humanistas, regressam este ano ao festival de cinema independente IndieLisboa, que começa hoje e se prolonga até 1 de maio.
Na categoria "IndieJúnior", dirigida a crianças e adolescentes, a distinção, no valor de mil euros, vai ser decidida por um júri composto por três alunos do 9.º ano de escolaridade que frequentam o Externato de S. José, em Lisboa.
Os jurados, Filipa Maria Maça, Joana Loução Vieira e Manuel Maria Carvalho, serão acompanhados por um docente da escola, Carlos António Fernandes, que exercerá a figura de tutor.
A escolha desta instituição, fundada e administrada pelas Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, inspirou-se no facto de os Dominicanos, ordem inspiradora da congregação, assinalar em 2016 o jubileu dos 800 anos da sua fundação, por S. Domingos de Gusmão.
O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), entidade responsável pela coordenação dos júris no IndieLisboa, ateve-se igualmente ao centenário (1916-2016) da morte da portuguesa Teresa de Saldanha, fundadora das Irmãs de Santa Catarina de Sena.
A escola, que se segue a estabelecimentos de ensino inspirados por projetos educativos pensados por jesuítas (2014) e salesianos (2015), disponibilizou-se prontamente para a proposta do SNPC, que visa sensibilizar alunos, professores e pais para a riqueza artística, cultural e pastoral da Sétima Arte.
A Igreja católica atribui também um prémio aos filmes de produção portuguesa que competem nas curtas e longas-metragens selecionadas pelo IndieLisboa para a Competição Nacional, bem como para a secção Novíssimos.
Este ano serão exibidos cerca de três dezenas de filmes, entre os quais quatro longas-metragens, que serão avaliadas por Inês Gil, professora de Cinema, João Alves da Cunha, arquiteto, e Rui Martins, do SNPC, a quem cabe designar o trabalho que vai ganhar o prémio Árvore da Vida, no valor de dois mil euros.
O programa da 13.ª edição do festival «traduz o espírito que anima o festival desde o seu início: trazer a Lisboa a mais inventiva e interpelante produção mundial em curta e longa metragem, sem barreiras de género, mostrando a mesma atenção aos nomes mais consagrados que à revelação de novos autores capazes de renovar as práticas cinematográficas», refere a página da iniciativa.
«A produção nacional que aqui se mostra dialoga diretamente com o cinema contemporâneo internacional e acrescenta-lhe um conjunto de filmes que, acreditamos, irão marcar de forma profunda este IndieLisboa e o resto do ano cinematográfico», assinala a organização, que recorda o "Urso de Ouro" atribuído no Festival de Berlim deste ano a "Balada de um batráquio", de Leonor Teles, filme que está entre os que o júri Árvore da Vida verá.
A revelação dos vencedores de todas as categorias do IndieLisboa ocorre na sessão de entrega de prémios, marcada para a 1 de maio, na Culturgest.
"Os olhos de André", do realizador português António Borges de Correia, e "A história do urso", do cineasta chileno Gabriel Osorio, foram os filmes que ganharam os prémios Árvore da Vida na edição do ano passado.
Rui Jorge Martins