Fé em Deus precisa de «muito estudo» e «diálogo» para combater «bloqueio cultural»
A afirmação da fé em Deus confronta-se com um «autêntico bloqueio cultural» proveniente de um «"cientismo" satisfeito ou meramente ignorante», afirmou esta terça-feira em Lisboa o bispo do Porto, D. Manuel Clemente.
«Considero este bloqueio uma das fronteiras mais difíceis e exigentes da nova evangelização, requerendo da nossa parte [Igreja Católica] muito estudo e vontade de aprender, bem como reforçada disposição para o diálogo e o esclarecimento, com a maior coerência prática também», frisou numa conferência sobre o impacto do Concílio Vaticano II (1962-1965), publicada no site da diocese do Porto.
O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que falava nas Jornadas de Formação Permanente do Clero do Patriarcado de Lisboa, salientou que «as mudanças civilizacionais» e «culturais» previstas pelo concílio implicam «profundas consequências para a evangelização, antiga ou nova».
«O que sobra, transmite-se com muita dificuldade, embatendo com resistências de toda a ordem, na família, nas comunidades e no meio ambiente», declarou o historiador na intervenção intitulada "A receção do Concílio – o que mudou deste então".
Para D. Manuel Clemente as paróquias devem tornar-se «comunidade de comunidades» e «família de famílias», ao mesmo tempo que se abrem à colaboração de movimentos eclesiais e se integram em «unidades pastorais», constituídas por outras comunidades paroquiais.
O prelado referiu ainda que as últimas décadas tornaram o fator «tempo» cada vez mais escasso, quando ele é essencial para «acolher e dialogar, quer nas famílias, quer nas escolas, quer nas próprias comunidades cristãs».
Rui Jorge Martins
In Agência Ecclesia / Com SNPC
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30.01.13