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Festival de Órgão de Braga une música, espiritualidade e património

Imagem Cartaz (det.) | D.R.

Festival de Órgão de Braga une música, espiritualidade e património

A terceira edição do Festival de Órgão de Braga, vai assinalar o restauro do instrumento da igreja de S. Victor, ao mesmo tempo que enriquece a espiritualidade cristã com a beleza da música, arte e arquitetura.

Na sessão de apresentação da iniciativa, que decorreu esta quarta-feira, o deão da sé, cónego José Paulo Abreu, citado pela Braga TV, destacou que a cidade «pode orgulhar-se de ter a maior coleção de órgãos de tubos ibéricos do mundo, um património inestimável que importa valorizar».

O festival constitui um exemplo das parcerias que podem ligar a Igreja a organismos civis ao juntar a Arquidiocese, o Município, a Irmandade de Santa Cruz e a Santa Casa da Misericórdia bracarenses.

«Todos juntos estamos a construir um festival que se afirma como uma referência cultural e que valoriza o património e a tradição musical do concelho», assinalou a vereadora da Cultura, Lídia Dias.

A responsável realçou também o facto de nesta edição se assinalar a inauguração do restauro do órgão de tubos da Igreja de S. Victor, um dos projetos vencedores do orçamento participativo da Câmara Municipal.

A abertura da iniciativa é antecedida, a 29 de abril, no hospital de Braga, por uma das quatro atividades paralelas: um recital de órgão, intitulado "Música p'ra saúde", interpretado por Daniel Ribeiro, às 10h00 e 11h00.

O diretor artístico do festival, José Rodrigues, explicou que se trata de uma experiência inovadora que pretende «ir ao encontro do público e mostrar que o órgão é um instrumento rico e com várias valências».

O programa que constitui o núcleo do festival começa a 6 de maio, na sé, pelas 21h30, com a «batalha de órgãos» protagonizada por Atsuko Takano e Pablo Márquez, naquele que é o único momento do ano em que os dois instrumentos são tocados em simultâneo.

No dia 7, também às 21h30, a igreja da Conceição (Instituto Monsenhor Airosa) recebe o coro feminino "Vox Aetherea", acompanhado ao órgão por Alberto Medina de Seiça e André Pires.

A sala do Capítulo do mosteiro de Tibães é o espaço escolhido para o terceiro concerto, a 8 de maio, às 16h30, com Irma Alonso e Juan Vázquez, com o programa "Órgão & amigos medievais".

Thomas Ospital e Cristian Silva tocam a 13 de maio, pelas 21h30, na igreja de Santa Cruz, com o concerto "órgão & gaita", seguindo-se, no dia seguinte, à mesma hora, Kamil Mika, Artur Luczak e a mezzo-soprano Katarzyna Kucia, que oferecem um recital de canto, órgão e violino na igreja de Santa Maria de Adaúfe.

O último concerto, a 15 de maio, às 16h30, assinala a inauguração do restauro do órgão da igreja de S. Victor, com Rui Paiva e a Orquestra Barroca. O instrumento pode ser apreciado no dia 7, às 10h00, através de uma visita guiada conduzida pelo mestre organeiro António Simões.

Os eventos paralelos incluem o colóquio "'Concerto' de palavras", que junta a 8 de maio, às 15h00, na sala do Capítulo do mosteiro de Tibães, os professores Célia Ramos (Universidade do Porto), João Duque (diretor-adjunto da Faculdade de Teologia (Braga) da Universidade Católica) e Oscar Valado (diretor do Secretariado de Música Sacra da arquidiocese de Santiago de Compostela).

As atividades à margem do programa principal concluem-se a 14 de maio, às 12h00, com o concerto "Jovens músicos", na sé, pelos alunos do Conservatório Profissional Ourense (Espanha) e do Conservatório de Barcelos.

Ao longo do festival serão celebradas duas missas solenes acompanhadas ao órgão de tubos: no dia 8 de maio, às 12h00, na basílica dos Congregados, com o agrupamento Capella Bracarensis, e no dia 15, às 10h30, na igreja de S. Marcos (do hospital), com o Coro da Santa Casa da Misericórdia de Braga.

Foi a Idade Moderna que marcou «para sempre o destino do órgão e a sua importância no mundo ocidental», depois de ter surgido, ainda de forma primitiva, na Antiguidade Clássica, esclarece a página do festival.

«As críticas luteranas sobre o descuido com o culto católico vêm acelerar uma importante reforma no seio da Igreja de Roma. Em 1545 inicia-se o Concílio de Trento, onde se confere ao órgão o título de “instrumento da Igreja”.»

Desde então começam a construir-se nas catedrais e mosteiros «os primeiros grandes instrumentos que, até ao apogeu do século XVIII, irão sofrer numerosas reformas e melhorias, ajustando-os sempre à missão catequética que a Música é chamada a ter no culto».

«A imponência e majestade destes instrumentos e da sua música eleva-nos para algo superior, a que frequentemente chamamos Arte. A Arte com que se trabalhou a Natureza, na madeira e no metal, para obter o som, mas também a escultura e a pintura que conferem às caixas todo o aspeto cénico de um caminho que aponta ao Divino», refere o texto.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 25.02.2016

 

 

 
Imagem Cartaz | D.R.
O programa que constitui o núcleo do festival começa a 6 de maio, na sé, pelas 21h30, com a «batalha de órgãos» protagonizada por Atsuko Takano e Pablo Márquez, naquele que é o único momento do ano em que os dois instrumentos são tocados em simultâneo
Foi a Idade Moderna que marcou «para sempre o destino do órgão e a sua importância no mundo ocidental», depois de ter surgido, ainda de forma primitiva, na Antiguidade Clássica
«A imponência e majestade destes instrumentos e da sua música eleva-nos para algo superior, a que frequentemente chamamos Arte. A Arte com que se trabalhou a Natureza, na madeira e no metal, para obter o som, mas também a escultura e a pintura que conferem às caixas todo o aspeto cénico de um caminho que aponta ao Divino»
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