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Diocese de Beja

Festival Terras Sem Sombra vai semear música sacra na planície alentejana

Os compositores Marcos Portugal, Rossini, Rachmaninov e Arvo Pärt, as orquestras Sinfónica Portuguesa e Filarmónica das Beiras, assim como os coros do São Carlos e de Câmara da Estónia vão semear música sacra na diocese de Beja a partir deste sábado, 24 de março.

O programa do 8.º Festival Terras Sem Sombra cruza autores portugueses e estrangeiros, antigos e contemporâneos, ao mesmo tempo que procura valorizar o património natural e material da região.

Paolo Pinamonti, antigo diretor do Teatro Nacional de São Carlos e atualmente a ocupar o mesmo cargo no Teatro de la Zarzuela (Madrid), é pelo segundo ano consecutivo o diretor artístico do Festival.

Referindo-se à experiência de 2011, o diretor italiano mostrou-se sensibilizado com a adesão à iniciativa organizada pela Igreja Católica, em parceria com entidades locais.

«O público ficou emocionado, mas não foi só o público educado e culto, acostumado a ir aos concertos e que tem uma boa discoteca em casa; foi também o público que, se calhar, era a primeira vez que ouvia concertos como estes», disse à Renascença.

O diretor do Festival e do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, José António Falcão, sublinhou a sensibilidade da população para a música.

«No Alentejo a música é aceite com um caráter religioso. Quando a música se produz e se canta, as pessoas param, o mundo para, e há uma concentração muito grande e um respeito enorme», afirmou.

«Podemos dizer que a beleza transforma o mundo e nós queremos que este festival, à sua escala, possa dar um pequeno contributo para isso», acrescentou o arquiteto, que na conferência de imprensa frisou que o evento é um «grito» do «interior esquecido do país».

Além dos seis concertos, em Sines, Almodôvar, Beja, Grândola, Vila de Frades e Castro Verde, como habitualmente com entrada gratuita, o Festival propõe uma conferência e atividades ecológicas, refere o site da iniciativa.

No dia a seguir ao concerto realizam-se atividades simples para a salvaguarda da biodiversidade, com a participação de músicos, espectadores, membros da organização e comunidades locais, tendo por objetivo alertar para a proteção da natureza.

«Fazemos isto com muito entusiasmo», sublinhou José António Falcão que, citado pela Agência Ecclesia, recordou o potencial de valorização de produtos locais como cortiça, vinho e «leite de burra».

Em julho ocorre a sessão de entrega do 2.º Prémio Internacional “Terras Sem Sombra”, destinado a homenagear uma personalidade ou instituição do âmbito da música, património cultural e salvaguarda da biodiversidade.

Na primeira edição, em 2011, foi distinguida Cheryl Studer, soprano norte-americana da Academia Pontifícia Romana de Arqueologia (Vaticano) e o biólogo português Mário Ruivo, «pai dos estudos oceanográficos em Portugal».

O Festival conta com o alto patrocínio do presidente da República, Cavaco Silva, e do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que em mensagem enviada à organização felicita-a pelo crescimento da iniciativa iniciada em 2003.

A Pedra Angular – Associação dos Amigos do Património da Diocese de Beja, Turismo do Alentejo, Teatro Nacional de São Carlos são algumas das entidades que apoiam o festival, além de municípios, misericórdias, empresas e famílias da região.

O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura distinguiu em 2010 a diocese de Beja com o Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes, traduzindo o reconhecimento da Igreja Católica em Portugal pelo trabalho realizado na preservação e valorização do património histórico e artístico.

 

Programa

24 de março
Sines (igreja do Santíssimo Salvador)
21h30
G. Rossini: Petite Messe Solennelle
Maria Bayo, soprano; Maria José Montiel, contralto; Alexandre Guerrero, tenor; Damián del Castillo, barítono; Marta Zabaleta, Miguel Borges Coelho, pianos; Kodo Yamagishi, harmónico
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Giovanni Andreoli, direção musical



14 de abril
«Luz da Luz»
Almodôvar (igreja Matriz de Santo Ildefonso)
21h30
Marcos Portugal: Domenico Cimarosa
Coro da Universidade de Aveiro; Orquestra Filarmónica das Beiras
António Vassalo Lourenço, direção musical

21 de abril
Beja (igreja de Nossa Senhora dos Prazeres)
17h00
Conferência: Cum liquida voce et convenientissima modulatione
Rui Vieira Nery (Universidade de Évora)

5 de maio
«Do Instante ao Infinito»
Grândola (igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção)
21h30
Arvo Pärt: De Profundis; Summa. Wolfgang Rihm: Tenebrae Factae Sunt; Tristis Est Anima Mea. Salvatore Sciarrino: Responsorio delle tenebre; C. Gesualdo da Venosa: Tenebrae Responsoria Sabbati Sancti para 6 vozes
Ensemble Odechaton
Paolo da Col, direção musical

 

19 de maio
Vila de Frades, Vidigueira (igreja Matriz de S. Cucufate)
21h30
S. Rachmaninov: Vésperas
Coro Filarmónico de Câmara da Estónia
Daniel Reuss, direção musical

9 de junho
«Ó Nobre Liberdade»
Beja (Castelo)
21h30
A. Schönbergs: Ode to Napoleon op. 41, para voz recitante, quarteto de cordas e piano. Tomas de Iriarte: Guzman El Bueno, para voz recitante e orquestra
Luis Miguel Cintra, voz recitante
Orquestra Sinfónica Portuguesa
João Paulo Santos, direção musical e piano

23 de junho
Castro Verde (Basílica Real de Nossa Senhora da Conceição)
21h30
G. Pugnani, La Betulia Liberata
Raquel Alão Giuditta; Carmen Romeu Ozia; Mikeldi Atxalandabaso Achior; Marifé Nogales Amital; Mário João Alves Cabri; Luis Rodríguez Carmi
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Donato Renzetti, direção; Giovanni Andreoli direção musical

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 23.03.12

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Paolo Pinamonti

 

 

 

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