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Bíblia

Um Salmo a cada dia

CXLVI

1 Ha llelu-Iah. Alma minha, louva ao Senhor.
2 Louvarei ao Senhor em minha vida: salmodiarei a meu Deus, enquanto ainda vivo.
3 Não confieis em Príncipes: em filhos de homens, em quem não há salvação.
4 Sai-se seu espírito, tornam-se em sua terra: e naquele mesmo dia perecem seus intentos.
5 Bem-aventurado aquele, que ao Deus de Jacob tem por sua ajuda: e cuja esperança está posta no Senhor seu Deus.
6 Pois ele é o que fez os céus e a terra, o mar, e tudo quanto há neles: e o que guarda fieldade para sempre.
7 O que faz direito aos oprimidos, o que dá pão aos famintos: o Senhor solta aos presos.
8 O Senhor abre aos olhos aos cegos; o Senhor levanta aos abatidos: o Senhor ama aos justos.
9 O Senhor guarda os estrangeiros, sustém o órfão e a viúva: mas transtorna o caminho dos ímpios.
10 O Senhor reinará eternamente; teu Deus, ó Sião, é de geração em geração. Hallelu-Iah.

 

 

CXXX

1 Cântico dos degraus. Das profundezas clamo a ti, ó Senhor.
2 Senhor, escuta minha voz: sejam teus ouvidos atentos à voz de minhas suplicações.
3 Se tu, ó Senhor, observares as iniquidades: Senhor quem persistiria?
4 Porém contigo está o perdão: para que sejas temido.
5 Espero ao Senhor, minha alma espera também: e me atenho a sua palavra.
6 Minha alma aguarda ao Senhor: mais que os guardas pela manhã, que aguardam a manhã.
7 Espere Israel o Senhor: porque com o Senhor está a benignidade; e muita redenção há com ele.
8 E ele redimirá a Israel de todas suas iniquidades.

 

 

LXXVII

1 Salmo de Assaf, para o Cantor mor, por Jeduthum:
2 Minha voz levanto a Deus, e clamo: minha voz levanto a Deus, e inclinará os ouvidos a mim.
3 No dia de minha angústia busquei ao Senhor: minha mão estava estendida de noite, e não cessava; minha alma recusava ser consolada.
4 Se me lembrava de Deus, rugia: se imaginava alguma coisa, desfalecia meu espírito, Selá!
5 Detinhas as pálpebras de meus olhos: estava moído, assim que não falava.
6 Considerava os dias da antiguidade, e os anos dos séculos.
7 De noite lembrava-me de meu instrumento musical: meditava em meu coração; e meu espírito esquadrinhava.
8 Rejeitará pois o Senhor para sempre? E nunca mais favorecerá?
9 Cessou já para sempre sua benignidade? Acabou-se já a promessa de geração em geração?
10 Esqueceu-se já Deus de haver misericórdia? Ou já encerrou suas misericórdias em sua ira? Selá!
11 Depois disse: Isto me faz enfraquecer; porém da dextra do Altíssimo é mudar as coisas.
12 Lembrava-me das obras do Senhor: porque estava lembrado de tuas maravilhas antigas.
13 E meditava em todas tuas obras: e falava de teus feitos.
14 Teu caminho, ó Deus, está no Santuário: quem é Deus tão grande como Deus?
15 Tu és o Deus, que faz maravilhas: fizeste notória entre os povos tua fortaleza.
16 Redimiste por teu braço teu povo: os filhos de Jacob e de José, Selá!
17 As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram: também se abalaram os abismos.
18 As grossas nuvens lançaram inundações de água; as mais altas nuvens retiniram: assim mesmo tuas frechas correram de uma a outra parte.
19 O soido de teus trovões soou neste circuito; os relâmpagos alumiaram ao mundo: a terra se abalou e tremeu.
20 Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas muitas águas: e tuas pegadas se não conhecera.
21 Guiaste a teu povo, como a um rebanho: por mão de Moisés e de Aarão.

 

LXXXIV

1 Para o Cantor mor, sobre Gittith, Salmo para os filhos de Korah.
2 Quão amáveis são tuas moradas, Senhor dos exércitos!
3 Minha alma está desejosa, e de saudades também desmaia, pelos pátios do Senhor: meu coração e minha carne exclamam ao Deus vivente.
4 Até o pardal acha casa, e a andorinha ninho para si, aonde ponha seus pintainhos em teus altares, Senhor dos exércitos, Rei meu, e Deus meu.
5 Bem-aventurados os que habitam em tua casa: continuamente te louvam, Selá!
6 Bem-aventurado o homem, cuja fortaleza está em ti: e em cujo coração estão os caminhos aplanados.
7 Passando pelo vale dos moreirais, o põe por fonte: também a chuva os cobrirá abundantemente.
8 Vão indo de força em força: cada qual deles aparecerá perante Deus em Sião.
9 Senhor, Deus dos exércitos, escuta minha oração: Inclina os ouvidos, ó Deus de Jacob, Sela!
10 Olha, ó Deus, nosso Escudo: e atenta para o rosto de teu Ungido.
11 Porque melhor é um dia em teus pátios, do que em outra parte mil: antes escolhera estar à porta na casa de meu Deus, do que muito tempo habitar nas tendas da impiedade.
12 Porque o Senhor Deus nos é sol e escudo: graça e glória dará o Senhor; não reterá o bem aos que andam em sinceridade.
13 Senhor dos Exércitos: bem-aventurado o homem, que põe sua confiança em ti.

 

CXLIII

1 Salmo de David.
Oh Senhor, ouve minha oração, inclina os ouvidos a minhas suplicações: segundo tua verdade me escuta, e segundo tua justiça.
2 E não entres em juízo com teu servo: porque nenhum vivente se achará justo perante tua face.
3 Porque o inimigo perseguiu minha alma, em terra atropela minha vida: põe-me em escuridades, como aos que já muito há morreram.
4 Pelo que meu espírito se angustia em mim: e meu coração pasma em meio de mim.
5 Lembro-me dos dias da antiguidade; considero todos teus feitos: falo comigo mesmo das obras de tuas mãos.
6 Levanto a ti minhas mãos: minha alma tem perante ti, como terra sedenta, Selá.
7 Com pressa me escuta, Senhor; que desmaia meu espírito: não escondas tua face de mim; pois semelhante seria aos que descendem à cova.
8 De madrugado me faz ouvir tua benignidade; porque de ti me confio: faz-me saber o caminho que devo seguir; porque a ti levanto minha alma.
9 Faz-me escapar de meus inimigos, Senhor; pois a ti me tenho escondido.
10 Ensina-me a fazer tua vontade; pois és meu Deus: teu bom Espírito me guie por terra plana.
11 Por teu nome, Senhor, me vivifica: por tua justiça tira minha alma da angústia.
12 E, por tua benignidade, desarreiga meus inimigos: e mata a todos os que angustiam minha alma: porque sou teu servo.

 

LXXII

1 De Salomão.
Oh Deus, dá teus juízos ao Rei, e tua justiça ao filho do Rei.
2 Julgará a teu povo com justiça, e a teus aflitos com juízo.
3 Os montes trarão paz ao povo: como também os outeiros com justiça.
4 Julgará os aflitos do povo, livrará os filhos do necessitado: e quebrantará ao opressor.
5 Temer-te-ão enquanto durar o sol e a lua, de geração em geração.
6 Descenderá como chuva sobre a erva cortada: e como as gotas do chuveiro, que humedecem a terra.
7 Em seus dias florescerá o justo: e a multidão de paz, até que mais não haja lua.
8 E dominará de mar a mar: e desde o rio até os cabos da terra.
9 Os moradores dos desertos se ajoelharão ante seu acatamento: e seus inimigos lamberão o pó.
10 Os Reis de Társis, e as ilhas, trarão presentes: os Reis de Scheba e de Seba apresentarão dons.
11 E todos os Reis se inclinarão a ele: todas as gentes o servirão.
12 Porque livrará ao necessitado, que clamar: como também ao aflito, e ao que não tem ajudador.
13 Apiedar-se-á do pobre e do aflito: e as almas dos necessitados porá em salvo.
14 De astúcia e de violência libertará suas almas: e seu sangue será precioso em seus olhos.
15 E viverá; e dar-se-lhe-á do ouro de Scheba: e continuamente se orará por ele; e todo o dia o bendirão.
16 Se houver um punhado de trigo na terra sobre os cabeços dos montes: seu fruto rugirá como o Líbano; e desde a cidade florescerão como a erva da terra.
17 Seu nome permanecerá eternamente; enquanto o Sol durar, seu nome se irá propagando de pais em filhos: e bendir-se-ão nele; todas as gentes lhe chamarão bem-aventurado.
18 Bendito o Senhor Deus, o Deus de Israel: que só ele faz maravilhas.
19 E bendito eternamente seu glorioso nome: e de sua glória se encha toda a terra: Ámen, e mais Ámen.
20 Aqui se acabam as orações de David, filho de Isael.

 

CXIX

Aleph.
1 Bem-aventurados os rectos em seus caminhos: que andam na Lei do Senhor.
2 Bem-aventurados os que guardam seus testemunhos: e com todo coração o buscam.
3 E não obram iniquidade: mas andam em seus caminhos.
4 Tu, Senhor, mandaste, que teus mandamentos muito bem se observem.
5 Oxalá meus caminhos se ordenassem a observar teus estatutos!
6 Então me não confundiria: quando atentasse para todos teus mandamentos.
7 Louvar-te-ei em rectidão de coração, aprendendo os juízos de tua justiça.
8 Teus estatutos observarei: não me deixes totalmente.

Beth.
9 Com que purificará o mancebo sua vereda? Observando-a conforme a tua palavra.
10 Com todo meu coração te busco: não me deixes errar de teus mandamentos.
11 Escondi teus ditos em meu coração: para não pecar contra ti.
12 Bendito tu, Senhor; ensina-me teus estatutos.
13 Com meus beiços contei todos os juízos de tua boca.
14 Mais folgo eu com o caminho de teus testemunhos, do que com todas as riquezas.
15 Teus mandados meditarei: e atentarei para tuas veredas.
16 Em teus estatutos me recrearei: não me esquecerei de tuas palavras.

Gimel.
17 Usa também com teu servo, que viva, e observe tua palavra.
18 Descobre meus olhos, para que veja as maravilhas de tua Lei.
19 Peregrino sou na terra: não encubras de mim teus mandamentos.
20 Quebrantada está minha alma de desejar teus juízos em todo o tempo.
21 Asperamente repreendes aos malditos soberbos, que erram de teus mandamentos.
22 Revolve de sobre mim opróbrio e desprezo: pois guardei teus testemunhos.
23 Assentando-se os Príncipes, e falando contra mim: teu servo então tratava de teus estatutos.
24 Também teus testemunhos são meus prazeres, e meus conselheiros.

Daleth.
25 Minha alma está apegada ao pó: vivifica-me segundo tua palavra.
26 Meus caminhos te contei, e tu me escutaste: ensina-me teus estatutos.
27 Dá-me a entender o caminho de teus mandados: para tratar de tuas maravilhas.
28 Minha alma se destila de tristeza: levanta-me conforme a tua palavra.
29 Desvia de mim o caminho de falsidade: e piedosamente me dá tua Lei.
30 Escolhi o caminho da verdade: e me propus teus juízos.
31 Me apego a teus testemunhos: ó Senhor, não me confundas.
32 Correrei pelo caminho de teus mandamentos: quando dilatares meu coração.

He.
33 Ensina-me, Senhor, o caminho de teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim.
34 Dá-me entendimento, e guardarei tua lei, e observá-la-ei de todo coração.
35 Faz-me andar na vereda de teus mandamentos: porque nela tenho prazer.
36 Inclina meu coração a teus testemunhos, e não à avareza.
37 Desvia meus olhos de que não olhem para vaidade: vivifica-me por teus caminhos.
38 Confirma tua promessa a teu servo: pois é inclinado a teu temor.
39 Desvia de mim o opróbrio, que temo: pois teus juízos são bons.
40 Eis que não tenho afeição a teus mandamentos: vivifica-me por tua justiça.

Vau.
41 E sobrevenham-me tuas benignidades, Senhor: e tua salvação, segundo tua promessa.
42 Para que tenha que responder ao que me afronta: pois confio em tua palavra.
43 E de minha boca nunca arranques de todo a palavra de verdade: pois me atenho a teus juízos.
44 Assim observarei tua Lei de contínuo, para sempre e eternamente.
45 E andarei em largura: pois busquei teus mandados.
46 Também falarei de teus testemunhos perante Reis, e não me envergonharei.
47 E recrear-me-ei em teus mandamentos, à que amo.
48 E levantarei minhas mãos a teus mandamentos, à que amo, e tratarei de teus estatutos.

Zain.
49 Lembra-te da palavra dada a teu servo, a que me fizeste ater.
50 Isto é minha consolação em minha aflição: porque tua promessa me vivificou.
51 Os soberbos zombaram de mim demasiadamente: contudo me não desviei de tua Lei.
52 Lembrei-me de teus juízos antiquíssimos, Senhor; e assim me consolei.
53 Grande indignação me sobreveio à causa dos ímpios, que deixam tua Lei.
54 Teus estatutos me foram cânticos, no lugar de minhas peregrinações.
55 De noite me lembrei de teu nome, Senhor: e observei tua Lei.
56 Isto fiz eu: porquanto guardei teus mandamentos.

Heth.
57 O Senhor é minha porção; eu disse, que observaria tuas palavras.
58 Deveras orei a tua face com todo coração: tem de mim piedade segundo tua promessa.
59 Considerei meus caminhos: e tornei meus pés e teus testemunhos.
60 Apressurei-me, e não me detive a observar teus mandamentos.
61 Tropas de ímpios me despojaram: contudo me não esqueci de tua Lei.
62 À meia-noite me levanto a louvar-te, pelos juízos de tua justiça.
63 Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que observam teus mandados.
64 A terra está cheia de tua benignidade, Senhor; ensina-me teus estatutos.

Teth.
65 Bem usaste com teu servo, oh Senhor, conforme a tua palavra.
66 Um bom sentido e ciência me ensina: pois cri a teus mandamentos.
67 Antes de ser afligido, eu andava errado: porém agora guardo tua palavra.
68 Bom és tu e benfeitor; ensina-me teus estatutos.
69 Os soberbos forjaram mentiras contra mim: porém eu com todo coração guardo teus mandamentos.
70 Engorda-se seu coração com sebo: porém eu me recreio em tua Lei.
71 Bom me foi de haver sido afligido: para assim aprender teus estatutos.
72 Melhor me é a lei de tua boca, do que milhares de ouro, ou de prata.

Jod.
73 Tuas mãos me fizeram e me compuseram: faz-me entendido, para que aprenda teus mandamentos.
74 Os que te temem, atentaram para mim, e se alegraram: porquanto me ative a tua palavra.
75 Bem sei eu, Senhor, que teus juízos são justos: e que segundo tua fidelidade me afligiste.
76 Sirva, pois tua benignidade de me consolar a mim: segundo a promessa que fizeste a teu servo.
77 Venham sobre mim tuas misericórdias, para que viva: pois tua lei é toda minha recreação.
78 Confundam-se os soberbos, porquanto com mentiras me derribaram: eu porém trato de teus mandamentos.
79 Tornem-se a mim os que te temem, e sabem teus testemunhos.
80 Seja meu coração recto para com teus estatutos: para que não seja confundido.

Caph.
81 Já minha alma desfaleceu de esperar por tua salvação: à tua palavra me ative.
82 Já meus olhos desfaleceram de esperar por tua promessa; entretanto dizia: Quando me consolarás?
83 Porque já fiquei como odre ao fumo: porém me não esqueci de teus estatutos.
84 Quantos serão os dias de teu servo? Quando me farás justiça de meus perseguidores?
85 Os soberbos me cavaram covas: o que não é conforme a tua Lei.
86 Todos teus mandamentos são verdade: com mentiras me perseguem; ajuda-me.
87 Já quase que me têm aniquilado sobre a terra: porém eu não deixei teus mandamentos.
88 Vivifica-me conforme a tua benignidade: então guardarei o testemunho de tua boca.

Lamed.
89 Para sempre, Senhor, tua palavra permanece em os céus.
90 Tua fidelidade dura de geração em geração: tu afirmaste a terra, e assim permanece firme.
91 Por tuas ordenanças permanecem até o dia de hoje: porque todos são teus servos.
92 Se tua lei não fora toda minha recreação: já muito há que perecera em minha aflição.
93 Nunca jamais me esquecerei de teus mandamentos: porque me vivificaste por eles.
94 Teu sou eu, salva-me: porque busquei teus mandados.
95 Os ímpios me aguardaram, para me fazerem perecer: porém eu atento para teus testemunhos.
96 A toda perfeição vi fim: mas teu mandamento é amplíssimo.

Mem.
97 Oh quanto amo tua Lei! todo o dia trato dela.
98 Mais sábio me faz com teus mandamentos, do que meus inimigos o são: porque sempre estão comigo.
99 Mais entendido sou que todos meus mestres: porquanto trato de teus testemunhos.
100 Mais prudente sou que os velhos: porquanto guardarei teus mandados.
101 Desviei meus pés de todo mau caminho: para observar tua palavra.
102 Não me apartei de teus juízos: porque tu me ensinaste.
103 Quão doces foram teus ditos a meu paladar! mais que mel á minha boca.
104 De teus mandados alcancei entendimento: pelo que aborreço toda vereda de mentira.

Nun.
105 Tua palavra é lanterna para meus pés: e luz para minha vereda.
106 Jurei, e assim o cumprirei, de guardar os juízos de tua justiça.
107 Já estou afligidíssimo, Senhor: vivifica-me conforme a tua palavra.
108 Os sacrifícios voluntários de minha boca te sejam agradáveis, Senhor: e ensina-me teus juízos.
109 Minha alma de contra está em minha palma: todavia me não esqueço de tua Lei.
110 Os ímpios me armaram laço: todavia não andei errado de teus mandados.
111 Para sempre por herança tomei teus testemunhos: pois são o gozo de meu coração.
112 Inclinei meu coração a guardar teus estatutos, para sempre até o fim.

Samech.
113 Aborreço dobrezes: porém amo a tua Lei.
114 Tu és meu refúgio, e meu escudo: me ative a tua palavra.
115 Desviai-vos de mim, malfeitores: para que possa guardar os mandamentos de meu Deus.
116 Sustenta-me conforme a tua promessa, para que viva: e não me faças confundir em minha esperança.
117 Sustenta-me, e ficarei livre: então de contínuo me recrearei em teus estatutos.
118 Tu atropelas a todos os que se desviam de teus estatutos: pois seu engano mentira é.
119 Como a escórias tiraste a todos os ímpios da terra: pelo que amo teus testemunhos.
120 Os cabelos do corpo se me arrepiaram com salmo de ti: e temi de teus juízos.

Ain.
121 Fiz juízo e justiça: não me entregues a meus oprimidores.
122 Fica fiador por teu servo para bem: não me deixes oprimir dos soberbos.
123 Já meus olhos desfaleceram de esperar por tua salvação, e pela promessa de tua justiça.
124 Usa com teu servo segundo tua benignidade, e ensina-me teus estatutos.
125 Teu servo sou, faz-me entendido: e saberei teus testemunhos.
126 Tempo é já de que obre o Senhor: porque já quebrantaram tua Lei.
127 Pelo que amo teus mandamentos, mais que o ouro, e ainda mais que ao ouro fino.
128 Por isso todos teus mandados acerca de tudo estimei por rectos: porém toda a vereda falsária aborreci.

Pe.
129 Maravilhosos são teus testemunhos: portanto minha alma os guarda.
130 A entrada de tuas palavras dá luz, fazendo entendidos aos simples.
131 Minha boca bem larga abri, e respirei: porque desejei teus mandamentos.
132 Atenta para mim, e tem piedade de mim: conforme ao direito dos que amam teu nome.
133 Confirma meus passos em tua palavra: e nenhuma iniquidade se assenhoreie de mim.
134 Redime-me da opressão dos homens: e observarei teus mandados.
135 Faz resplandecer teu rosto sobre teu servo: e ensina-me teus estatutos.
136 Ribeiros de água correm de meus olhos: porquanto não guardam tua Lei.

Tsade.
137 Justo és tu, Senhor: e recto cada qual de teus juízos.
138 Altamente nos mandaste a justiça de teus testemunhos, e a verdade.
139 Meu zelo me consumiu: porquanto meus adversários se esqueceram de tuas palavras.
140 Muito refinada é tua palavra, e teu servidor a ama.
141 Pequeno sou eu, e desprezado: porém me não esqueço de teus mandados.
142 Tua justiça é para sempre: e tua Lei verdade.
143 Aperto e angústia deram comigo: porém teus mandamentos são meus prazeres.
144 A justiça de teus testemunhos dura para sempre; faz-ma entender, e viverei.

Koph.
145 Clamei com todo coração, escuta-me Senhor, e guardarei teus estatutos.
146 A ti te invoquei, salva-me: e observarei teus testemunhos.
147 Preveni a alva da manhã, e gritei: e me ative à tua palavra.
148 Meus olhos preveniram as velas da noite: para tratar de tua palavra.
149 Ouve minha voz, segundo tua benignidade: Senhor, vivifica-me segundo teu juízo.
150 Vão-se chegando a mim os que se dão a maus tratos: e se alongam de tua Lei.
151 Porém tu, Senhor, estás perto: e todos teus mandamentos são verdade.
152 Já desde a antiguidade soube de teus testemunhos, que para sempre os fundaste.

Res.
153 Atenta para minha aflição, e tira-me dela: pois me não esqueci de tua Lei.
154 Pleiteia meu pleito, e liberta-me: vivifica-me conforme a tua promessa.
155 A salvação está longe dos ímpios: porque não buscam teus testemunhos.
156 Muitas são, Senhor, tuas misericórdias: vivifica-me conforme a teus juízos.
157 Muitos são meus perseguidores e meus adversários: porém eu me não desvio de teus testemunhos.
158 Vi aos que se hão aleivosamente, e me enfadei, de que não observavam tua palavra.
159 Atenta, Senhor, que amo teus mandamentos: vivifica-me conforme a tua benignidade.
160 O princípio de tua palavra é verdade: e para sempre dura todo o juízo de tua justiça.

Sin.
161 Príncipes me perseguiram sem causa: mas meu coração temeu de tua palavra.
162 Folgo de tua promessa: como aquele que acha grande despojo.
163 A falsidade aborreço e abomino: porém a tua Lei amo.
164 Sete vezes ao dia te louvo, pelos juízos de tua justiça.
165 Os que amam tua Lei, têm muita paz: e para eles não há tropeço.
166 Espero em tua salvação, Senhor: e faço teus mandamentos.
167 Minha alma observa teus testemunhos: e os amo grandemente.
168 Observo teus mandados e teus testemunhos: porque todos meus caminhos estão diante de ti.

Thau.
169 Chegue meu clamor perante teu rosto, Senhor: faz-me entendido conforme a tua palavra.
170 Venha minha suplicação perante tua face: e faz-me escapar conforme a tua promessa.
171 Meus beiços em abundância derramarão teu louvor: ensinando-me tu teus estatutos.
172 Minha língua praticará de tua palavra: porque todos teus mandamentos são justiça.
173 Tua mão me venha a socorrer: pois elegi teus mandados.
174 Desejo tua salvação, Senhor: e tua Lei é todo meu prazer.
175 Viva minha alma, e louvar-te-á: e teus juízos me ajudem.
176 Desgarrei-me, como ovelha perdida; busca a teu servidor: pois me não esqueci de teus mandamentos.

Em itálico: letras do alfabeto hebraico.

 

CIV

1 Louva, alma minha, ao Senhor: ó Senhor Deus meu, magnificentíssimo és; de majestade e glória estás vestido.
2 Cobre-se com a luz, como com um vestido: estende aos céus, como a cortinas.
3 Ensaboa nas águas seus cenáculos: das nuvens faz seu carro; anda sobre as asas do vento.
4 A seus Anjos faz espíritos, e a seus servos, fogo flamante.
5 Fundou a terra sobre suas bases: nunca para sempre jamais vacilará.
6 Com o abismo, como com vestido, a cobrirás: sobre os montes estavam as águas.
7 De tua repreensão fugiram: pela voz de teu trovão se acolheram apressuradamente.
8 Subiram os montes, descenderam os vales, ao lugar que lhes fundaras.
9 Termo lhes puseste, que não trespassarão: não cobrirão mais a terra.
10 Que envias as fontes pelos vales: para que andem entre os montes.
11 Beberão a todos os animais do campo: os asnos monteses matam com elas a sede.
12 Junto a elas habitam as aves dos céus, dando sua voz d’entre os ramos.
13 Beberá aos montes desde seus cenáculos: a terra se farta do fruto de suas obras.
14 Faz brotar a erva para as bestas, e a verdura para o serviço do homem: fazendo da terra produzir o pão.
15 E o vinho, que alegra o coração do homem, fazendo reluzir o rosto com azeite: com o pão, que esforça o coração do homem.
16 Fartam-se as árvores do Senhor: os cedros do Líbano, que plantou.
17 Aonde as aves se aninham: a casa da cegonha são as faias.
18 Os altos montes para as cabras monteses: as rochas, retiro para os coelhos.
19 Fez a Lua para as monções: o Sol sabe seu poente.
20 Ordenas as escuridades, e faz-se noite, em que saem todos os animais do mato:
21 Os filhos dos leões, bramando pela presa; e para buscar de Deus sua comida.
22 Saindo o Sol, logo se acolhem: e se vão deitar em seus covis.
23 Então sai o homem a sua obra, e a seu trabalho, até a tarde.
24 Quão muitas são tuas obras, ó Senhor! A todas com sabedoria as fizeste: a terra está cheia de teus bens.
25 Este grande e muito espaçoso mar, nele há répteis inumeráveis, animais pequenos e grandes.
26 Ali andam os navios e o Leviatã que formaste, para que folgasse nele.
27 Todos eles se atem a ti, que lhes dês seu mantimento a seu tempo.
28 Dás-lho tu, eles o recolhem: abres tua mão, e fartam-se de seu bem.
29 Escondes tu teu rosto, ficam assombrados: tiras-lhes tu o fôlego, logo expiram, e tornam-se a seu pó.
30 Envias tu teu Espírito, logo se criam: e assim renovas a face da terra.
31 A glória do Senhor seja para sempre: alegre-se o Senhor em suas obras.
32 Atentando ele para a terra, logo treme: tocando em os montes, logo fumegam.
33 Cantarei ao Senhor em minha vida: salmodiarei a meu Deus enquanto tiver ser.
34 Minha meditação dele acerca suave coisa será: eu me alegrarei no Senhor.
35 Os pecadores se consumirão da terra, e os ímpios não serão mais. Louva, alma minha, ao Senhor; Hallelu-Iah.

 

XCVIII

1 Salmo.
Cantai ao Senhor canção nova; porque fez maravilhas: sua dextra e santo braço lhe alcançou a salvação.
2 O Senhor fez notória sua salvação: perante os olhos das gentes manifestou sua justiça.
3 Lembrou-se de sua benignidade e de sua fidelidade, para com a casa de Israel: viram todos os cabos da terra a salvação de nosso Deus.
4 Jubilai ao Senhor, toda a terra: de prazer exclamai, e alegres cantai, e salmodiai.
5 Salmodiai ao Senhor com a harpa: com a harpa, e com a voz de canto.
6 Com trombetas, e soido de buzinas, jubilai perante a face do Rei do Senhor.
7 Brame o mar com sua plenidão: o mundo com os que habitam nele.
8 Os rios batam as palmas: juntamente as montanhas se regozijem.
9 Perante a face do Senhor; porque vem a julgar a terra: julgará ao mundo com justiça, e aos povos com toda rectidão.

 

XXXI

1 Salmo de David para o Cantor mor.
2 Em ti, Senhor, confio, não me deixes confundir para sempre: livra-me por tua justiça.
3 Inclina a mim teus ouvidos, faz-me escapar apressadamente: sê-me por rocha firme, por casa fortíssima, para salvar-me.
4 Porque tu és minha rocha e minha fortaleza: pelo que, por teu Nome, me guia e me encaminha.
5 Tira-me da rede que esconderam para mim: pois tu és minha força.
6 Em tuas mãos encomendo meu espírito: redimiste-me, Senhor, Deus da verdade.
7 Aborreço aos que atentam para vaidades enganosas: e eu confio no Senhor.
8 Em tua benignidade me gozarei e alegrarei: porquanto atentaste para minha miséria; reconheceste minha alma nas angústias.
9 E não me entregaste em mãos do inimigo: meus pés fizeste estar em largura.
10 Tem misericórdia de mim, Senhor, porque estou angustiado: carcomeram-se de nojo meus olhos, minha alma, e meu ventre.
11 Porque minha vida se gastou de tristeza, e meus anos de suspiros: minha força descaiu por minha maldade; e meus ossos se carcomeram.
12 A causa de todos meus adversários fui grande opróbrio, até a meus vizinhos, e horror a meus conhecidos: os que me vêem na rua, fogem de mim.
13 Já de coração se esquecem de mim, como de morto: já sou como vaso fendido.
14 Porque ouvi a murmuração de muitos, temor há do redor: porquanto juntamente consultam contra mim; tratam de me tirar a vida.
15 Porém eu em ti confio, Senhor; digo: Tu és meu Deus.
16 Meus tempos estão em tuas mãos: faz-me escapar das mãos de meus inimigos, e de meus perseguidores.
17 Faz resplandecer teu rosto sobre teu servo; salva-me por tua benignidade.
18 Senhor, não me deixes confundir; porque te invoco: deixa confundir aos ímpios, fá-los calar na sepultura.
19 Emudeçam os beiços falsários, que falam contra o justo coisas duras, com soberba e desprezo.
20 Oh quão grande é teu bem, que guardaste para os que te temem! E obraste para os que confiam em ti; em presença dos filhos dos homens!
21 No escondedouro de tua face os escondes das soberbas dos homens: em tua tenda os encobres da contenda de línguas.
22 Bendito seja o Senhor: pois fez maravilhosa sua benignidade para comigo, como pondo-me em cidade segura.
23 Bem dizia eu em minha pressa: Estou cortado de diante de teus olhos: porém ainda então, clamando eu a ti, ouviste a voz de minhas suplicações.
24 Amai ao Senhor, vós todos seus favorecidos: porque o Senhor guarda aos fiéis, e paga abundantemente ao que usa de soberba.
25 Esforçai-vos, e ele esforçará vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.

 

LXXI

1 Em ti, Senhor, confio: nunca me deixes confundir jamais.
2 Por tua justiça me faz escapar, e livra-me: inclina a mim teus ouvidos, e salva-me.
3 Sê-me por rocha, para habitar nela, e de contínuo me retirar a ela; mandado tens que eu seja salvo: porque tu és minha rocha e minha fortaleza.
4 Deus meu, livra-me das mãos do ímpio: das mãos do perverso e azedo.
5 Pois tu és minha atença ó Senhor Deus, minha confiança desde minha mocidade.
6 A ti me ative desde o ventre; das entranhas de minha mãe tu me tiraste: de ti continuamente é meu louvor.
7 A muitos foi como prodígio: porém tu és meu forte refúgio.
8 Minha boca encha-se de teus louvores: todo o dia de tua glória.
9 Não me rejeites no tempo da velhice: indo-se acabando minha força, não me desampares.
10 Porque meus inimigos falam de mim: e os que espiam minha alma, juntamente consultam.
11 Dizendo: Deus o desamparou, persegui, e o tomai; pois já não há quem o livre.
12 Oh Deus, não te alongues de mim: Deus meu, à minha ajuda te apressura.
13 Envergonhem-se e pereçam, os que se opõem à minha alma: cubram-se de opróbrio e confusão, aqueles que procuram meu mal.
14 Porém eu continuamente esperarei: e ainda muito mais magnificarei todo teu louvor.
15 Minha boca contará tua justiça, todo o dia tua salvação: ainda que não saiba o número.
16 Entrarei nos poderios do Senhor Deus: farei menção de tua só justiça.
17 Oh Deus, ensinaste-me desde minha mocidade: e até agora anuncio tuas maravilhas.
18 Pelo que ainda até a velhice e as cãs, ó Deus, me não desampares: até que não denuncie teu braço a esta geração, e teu poder a todos os vindouros.
19 Também tua justiça, ó Deus, chega até as alturas: porque fizeste grandezas; ó Deus, quem é como tu?
20 Pois fazendo-me ver muitos males e angústias, tornarás a dar-me a vida; e dos abismos da terra tornarás a tirar-me.
21 Aumentarás minha grandeza, e de novo me consolarás.
22 Também eu te louvarei com o instrumento de alaúde, como também tua fieldade, ó Deus meu: salmodiar-te-ei com harpa; ó Santo de Israel.
23 Meus beiços jubilarão, quando a ti salmodiar: como também minha alma, que tu tens redimido.
24 Também minha língua todo o dia falará de tua justiça: pois já envergonhados, pois já confundidos estão aqueles que procuram meu mal.

 

CII

1 Oração do afligido, vendo-se desfalecido, e derramando sua queixa perante a face do Senhor.
2 Oh Senhor, ouve minha oração: e meu clamar chegue a ti.
3 Não escondas de mim teu rosto, no dia de minha angústia: inclina a mim teus ouvidos; no dia em que clamo, apressura-te a escutar-me.
4 Porque já meus dias se consumiram como fumo: e meus ossos se queimaram como o lar.
5 Meu coração como a erva está ferido e seco: pelo que me esqueci de comer meu pão.
6 Já meus ossos se apegam a minha carne, a causa da voz de meu gemido.
7 Sou semelhante ao pelicano no deserto: estou feito como o bufo das solidões.
8 Ando vigiando, e estou feito como o pardal solitário sobre o telhado.
9 Todo o dia me afrontam meus inimigos: os que se enfurecem contra mim, juram por mim.
10 Porque como cinza como pão; e minha bebida misturo com lágrimas.
11 A causa de tua ira e tua indignação: porque tu me levantaste, e me arremessaste.
12 Meus dias são como a sombra, que declina: e eu como a erva me vou secando.
13 Tu porém Senhor, para sempre permaneces: e tua memória, de geração em geração.
14 Tu te levantarás, e te apiedarás de Sião: porque já chegou o tempo de te apiedares dela; porquanto já veio o tempo determinado.
15 Porque teus servos se agradam de suas pedras: e de seu pó se compadecem.
16 Entonces as gentes temerão o nome do Senhor: e todos os Reis da terra, tua glória.
17 Quando o Senhor edificar a Sião; e aparecer em sua glória.
18 E se virar para a oração do desamparado; e não desprezar sua oração.
19 Isto se escreverá para a futura geração: e o povo que se criar, louvará ao Senhor.
20 Porquanto olhara desde o alto de seu Santuário: e o Senhor atentara desde os céus para a terra.
21 Para ouvir o gemido dos presos: para soltar aos sentenciados à morte.
22 Para contarem o nome do Senhor em Sião: e seu louvor em Jerusalém,
23 Quando os povos todos se congregarem em um: e os reinos, para servirem ao Senhor.
24 Abateu no caminho minha força; abreviou meus dias.
25 Dizia eu: Deus meu, não me leves no meio de meus dias; de geração em geração são teus anos.
26 Já dantes fundaste a terra: e os céus são obra de tuas mãos.
27 Eles perecerão, porém tu permanecerás: e todos eles como vestido se envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
28 Porém tu és o mesmo: e teus anos nunca se acabarão.
29 Os filhos de teus servos habitarão seguros: e sua semente será afirmada perante ti.

 

XXXIX

1 Salmo de David, para o Cantor mor, para Jeduthum:
2 Dizia eu: Guardarei meus caminhos, para não pecar com minha língua: guardarei minha boca com freio; enquanto o ímpio ainda estiver em fronte de mim.
3 Emudeci em silêncio, calei-me acerca do bem: porém minha dor se agravou.
4 Esquentou-se meu coração em minhas entranhas, fogo se encendeu em minha meditação; então disse com minha língua:
5 Notifica-me, Senhor, meu fim, e qual seja a medida de meus dias: para que saiba, quão frágil sou.
6 Eis que a palmos ordenaste meus dias, e o tempo de minha vida é como nada diante de ti: pois todo o homem, por mais firme que esteja, totalmente é vaidade, Selá!
7 Na verdade que como em aparência anda o homem; na verdade que em vão se inquietam: ajuntam, e não sabem quem o levará.
8 Agora pois, ó Senhor, que espero eu? Minha esperança está em ti.
9 Livra-me de todas minhas transgressões: não me ponhas em opróbrio ao louco.
10 Estou emudecido, não abrirei minha boca: porquanto tu o fizeste.
11 Tira de sobre mim tua praga: estou desfalecido do combate de tua mão.
12 Se castigas a alguém com repreensões pela maldade, logo desfazes sua boa graça como traça: assim que todo homem é vaidade, Selá!
13 Ouve, Senhor, minha oração, e inclina teus ouvidos a meu clamor; a minhas lágrimas não te cales: porque peregrino sou para contigo; forasteiro, como todos os meus pais.
14 Desvia-te de mim; até tomar refrigério: antes que me vá, e não seja mais.

 

XXXIV

1 Salmo de David, quando mudou seu semblante perante Abimelech: e o lançou fora, e se foi.
2
Aleph. Louvarei ao Senhor em todo tempo: continuamente estará seu louvor em minha boca.
3
Beth. No Senhor se gloriará minha alma: os mansos o ouvirão, e se alegrarão.
4
Gimel. Engrandecei ao Senhor comigo: e exalçemos seu nome à uma.
5
Daleth. Busquei ao Senhor, e ele me respondeu: livrou-me de todos meus temores.
6
He, Vau. Para ele atentaram, e a ele como corrente de águas se arremessaram: e seus rostos se não confundiram.
7
Zain. Clamou este miserável, e o Senhor ouviu: e de todas suas angústias o salvou.
8
Cheth. O Anjo do Senhor assenta campo ao redor dos que o temem, e os livra.
9
Teth. Gostai, e vede, que o Senhor é bom: bem-aventurado o varão que nele confia.
10
Jod. Temei ao Senhor, seus santos: porque falta nenhuma têm os que o temem.
11
Caph. Os filhos de leões empobrecem e têm fome: mas os que buscam ao Senhor, de nenhum bem têm falta.
12
Lamed. Vinde filhos, ouvi-me: o temor do Senhor vos ensinarei.
13
Mem. Qual é o varão, que deseja vida? Que ama largos dias, para ver o bem?
14
Nun. Guarda tua língua do mal: e teus beiços de falar engano.
15
Samech. Desvia-te do mal, e faz o bem: busca a paz, e a segue.
16
Ajin. Os olhos do Senhor estão sobre os justos: e seus ouvidos atentos a seu clamor.
17
Pe. A face do Senhor está contra os que fazem o mal: para desarreigar da terra a memória deles.
18
Tsade. Clamam, e o Senhor ouve: e de todas suas angústias os livra.
19
Coph. Perto está o Senhor dos quebrantados de coração: e salva os contritos de espírito.
20
Resch. Muitas são as adversidades do justo: mas de todas o livra o Senhor.
21
Schin. Guarda a todos seus ossos: nenhum deles é quebrantado.
22
Thau. A malícia matará ao ímpio: e os que aborrecem o justo, serão culpados.
23 O Senhor redime a alma de seus servos: e todos que confiam nele, não serão culpados.

Em itálico: Letras do alfabeto hebraico.

 

CXXII

1 Cântico dos degraus de David.
Alegro-me dos que dizem: Entraremos na Casa do Senhor.
2 Puseram-se nossos pés em tuas portas, ó Jerusalém.
3 Jerusalém está edificada como cidade que está bem conjunta.
4 Aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, conforme ao testemunho de Israel: para darem graças ao nome do Senhor.
5 Porque ali estão as cadeiras do juízo: as cadeiras da casa de David.
6 Orai pela paz de Jerusalém: prosperem os que te amam.
7 Paz haja em teu antemuro: e prosperidade em teus paços.
8 Por meus irmãos, e amigos, assim falarei: Paz haja em ti.
9 Pela Casa do Senhor nosso Deus buscarei o bem para ti.

 

XLII

1 Instrução, para o Cantor mor, entre os filhos de Korah:
2 Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim minha alma brama por ti, ó Deus.
3 Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivente: quando entrarei; e me apresentarei perante a face de Deus.
4 Minhas lágrimas dia e noite me servem de mantimento: porquanto todo o dia me dizem, Aonde está teu Deus?
5 Disto eu me lembro, e derramo minha alma em mim; porquanto bem soía eu ir entre a companha, e com eles entrar na casa de Deus: com voz de alegre canto e louvor, festejando a multidão.
6 Porque te abates, ó alma minha, e te inquietas em mim? Espera em Deus; porque ainda o hei-de louvar, pelas salvações de tua face.
7 Deus meu, minha alma se abate em mim: portanto, lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde os Hermonitas, desde a montanha pequena.
8 Um abismo chama a outro abismo, ao ruído de teus canais: todos teus golfos e ondas têm passado sobre mim.
9 Mas de dia o Senhor mandará sua misericórdia, e de noite sua canção estará comigo: oração ao Deus de minha vida.
10 Direi a Deus: Rocha minha, porque te esqueceste de mim? Porque ando de preto, pela opressão do inimigo?
11 Com ferida mortal em meus ossos me afrontam meus adversários: quando todo o dia me dizem: Aonde está teu Deus?
12 Porque te abates, ó alma minha, e porque te inquietas em mim? Espera em Deus; porque ainda o hei-de louvar; ele é a perfeita salvação de minha face, e meu Deus.

 

LVIII

1 Jóia de ouro de David, para o Cantor mor, Altascheth:
2 Porventura deveras falais a justiça ó Congregação? Julgais rectamente, ó filhos dos homens?
3 Antes de coração obrais perversidades; sobre a terra pesais a violência de vossas mãos.
4 Alienam-se os ímpios desde a madre: erram desde o ventre os mentirosos.
5 Veneno têm, semelhante ao veneno da serpente: são como a víbora surda, que tapa suas orelhas.
6 Para não ouvir a voz dos encantadores: do encantador sábio em encantamentos.
7 Oh Deus, quebra-lhes os dentes em suas bocas: arranca, ó Senhor, aos filhos dos leões os queixais.
8 Escorram-se como águas, que se vão de si mesmas: se armarem suas frechas, tornem-se como cortadas.
9 Como a lesma, que se derrete, se vão: como o abortivo de mulher, nunca vejam o sol.
10 Antes que vossas panelas sintam os espinhos; assim vivos, como indignado, os arrebatará com tempestade.
11 O justo se alegrará, quando vir a vingança; seus pés lavará no sangue do ímpio.
12 Entonces dirá o homem: Deveras há fruto para o justo: deveras há um Deus, que julga na terra.

 

LXXXIX

1 Instrução de Ethan, o Ezrahita:
2 As benignidades do Senhor cantarei perpetuamente: de geração em geração manifestarei tua fidelidade por minha boca.
3 Pois disse eu: Sua benignidade será edificada para sempre; até nos céus tu confirmaste tua fidelidade, dizendo:
4 Fiz concerto com meu Eleito: jurei a meu servo David, dizendo:
5 Para sempre confirmarei tua semente: e teu trono edificarei de geração em geração, Selá!
6 Pelo que louvem os céus tuas maravilhas, Senhor: pois tua fidelidade está na congregação dos santos.
7 Porque quem no céu pode igualar com o Senhor? Quem será semelhante ao Senhor entre os filhos dos poderosos?
8 Deus é muito formidável no conselho dos santos: e mais terrível do que todos seus rodeadores.
9 Oh Senhor, Deus dos exércitos, quem é forte como tu, Senhor, pois tua fidelidade está do redor de ti.
10 Tu dominas sobre a arrogância do mar: quando suas ondas se levantam, tu as fazes aquietar.
11 Tu quebrantaste a Rahab como a ferido de morte: com teu forte braço dissipaste a teus inimigos.
12 Teus são os céus, também tua é a terra: o mundo e sua plenidão, tu o fundaste.
13 Ao Norte e ao Sul, tu os criaste: Tabor e Hermon em teu nome jubilam.
14 Tu tens um braço possante: forçosa é tua mão, e alta está tua dextra.
15 Justiça e juízo são o assento de teu trono: benignidade e verdade vão diante de teu rosto.
16 Bem-aventurado o povo, que entende o soido do júbilo: oh Senhor, em a luz de tua face andarão.
17 Em teu nome se alegrarão todo o dia: e em tua justiça se exaltarão.
18 Porque tu és a glória de sua fortaleza: e por tua boa vontade será exaltado nosso corno.
19 Porque do Senhor é nosso Escudo: e do Santo de Israel nosso Rei.
20 Entonces em visão falaste de teu Santo, e disseste: Pus o socorro sobre um Herói: do povo exaltei a um eleito.
21 Achei a David meu servo: com meu santo óleo o ungi.
22 Com o qual minha mão ficará firme: também meu braço o esforçará.
23 O inimigo não apertará com ele: nem o filho de perversidade o afligirá.
24 Mas eu quebrantarei a seus adversários perante sua face: e ferirei aos que o aborrecem.
25 E minha fidelidade, e minha benignidade serão com ele: e em meu nome se exaltará seu corno.
26 E porei sua mão no mar: e sua direita nos rios.
27 Ele me invocará, dizendo: Meu pai és tu, Deus meu, e a rocha de minha salvação.
28 Também eu o porei por primogénito: por mais alto sobre os Reis da terra.
29 Para sempre lhe guardarei minha benignidade e meu concerto lhe será firme.
30 E conservarei a sua semente para sempre: e a seu trono, como aos dias dos céus.
31 Se seus filhos deixarem minha Lei; e não andarem em meus juízos:
32 Se profanarem meus estatutos; e não guardarem meus mandamentos:
33 Então visitarei com vara sua transgressão; e com açoites sua iniquidade.
34 Porém minha benignidade nunca tirarei dele: nem faltarei em minha fidelidade.
35 Não profanarei meu concerto: e o que saiu de meus beiços, não o mudarei.
36 Uma vez jurei por minha Santidade, que nunca mentirei a David.
37 Sua semente durará para sempre: e seu trono será como o Sol perante mim.
38 Como a lua será confirmado para sempre: e a testemunha no céu é fiel, Selá!
39 Porém tu o rejeitaste e reprovaste: indignaste-te contra teu Ungido.
40 Aniquilaste o concerto de teu servo: profanaste sua coroa contra terra.
41 Derribaste todas suas paredes: quebrantaste suas fortificações.
42 Todos os que passam pelo caminho, o despojaram: foi feito em opróbrio a seus vizinhos.
43 Exaltaste a dextra de seus adversários: alegraste a todos seus inimigos.
44 Também embotaste os fios de sua espada: e não o sustentaste na peleja.
45 Fizeste cessar sua fermosura: e seu trono deitaste por terra.
46 Abreviaste os dias de sua mocidade: cobriste-o de vergonha, Selá!
47 Até quando, Senhor? Porventura te esconderás para sempre? Arderá teu furor como fogo?
48 Lembra-te de qual era eu sou: porque debalde criarias todos os filhos dos homens?
49 Que homem vive, que não veja a morte? E que faça escapar sua alma do poder da sepultura? Selá!
50 Aonde estão, Senhor, tuas benignidades passadas, que juraste a David por tua fidelidade?
51 Lembra-te, Senhor, do opróbrio de teus servos, que eu trago em meu peito de todos e tão grandes povos.
52 Com que difamam teus inimigos, Senhor, com que difamam as pisadas de teu Ungido.
53 Bendito o Senhor para todo sempre, Ámen e Ámen.

 

IV

1 Salmo de David para o Cantor mor, sobre Neginoth.
2 Clamando eu, ouve-me, ó Deus de minha justiça; na angústia me deste largueza: tem misericórdia de mim, e ouve minha oração.
3 Filhos dos homens, até quando tornareis minha glória em infâmia, e amareis a vaidade? Até quando buscareis a mentira? Selá!
4 Sabei pois, que o Senhor separou para si um bem querido: o Senhor ouvirá, quando eu clamar a ele.
5 Perturbai-vos, e não pequeis: falai em vosso coração sobre vossa cama, e calai-vos, Selá!
6 Sacrificai sacrifícios de justiça: e confiai no Senhor.
7 Muitos dizem: Quem nos fará ver o bem? Exalça sobre nós, Senhor, a luz de teu rosto.
8 Deste-me alegria em meu coração: mais que no tempo em que seu trigo e mosto se multiplicaram.
9 Em paz juntamente me deitarei e dormirei: porque só tu, Senhor, me farás habitar seguro.

 

CXLVIII

1 Hallelu-Iah. Louvai ao Senhor desde os céus, o louvai em as alturas.
2 O louvai, todos seus Anjos: o louvai, todos seus exércitos.
3 O louvai, vós Sol e Lua: o louvai, todas as estrelas luzentes.
4 O louvai, os céus dos céus: e as águas, que estais sobre os céus.
5 Todas estas louvem ao nome do Senhor: porque o mandando ele, logo foram criadas.
6 E confirmou-as para sempre jamais: e deu-lhes tal ordenança, nenhuma delas a trespassará.
7 Louvai ao Senhor os da terra: as baleias, e todos os abismos.
8 O fogo e a saraiva, a neve e o vapor: o vento tempestuoso, que executa sua palavra.
9 Vós montes e todos os outeiros: árvores frutíferas, e todos os cedros.
10 As feras, e todo gado: répteis, e aves que tendes asas.
11 Vós Reis da terra, e todos os povos: vós Príncipes, e todos os Juízes da terra.
12 Mancebos, e também donzelas: vós velhos com os moços.
13 Todos estes louvem ao nome do Senhor; pois seu nome dele só é exaltado, sua majestade está sobre a terra e o céu.
14 E exalçou o corno de seu povo, a saber o louvor de todos seus privados, os filhos de Israel, o povo chegado a ele. Hallelu-Iah.

 

CVII

1 Louvai ao Senhor, porque é bom: pois sua benignidade dura para sempre.
2 Digam-no os redimidos do Senhor; os que redimiu das mãos dos adversários.
3 E os que das terras congregou: do Oriente e do Ocidente; do Norte e do Mar.
4 Os que andaram desgarrados pelo deserto, por caminhos solitários: os que não acharam cidade para morarem.
5 Andaram famintos e sedentos: sua alma desfalecia neles.
6 Porém clamando ao Senhor em seu aperto, fê-los escapar de suas angústias.
7 E levou-os ao caminho direito: para irem à cidade, em que morassem.
8 Louvem perante o Senhor sua benignidade: e suas maravilhas perante os filhos dos homens.
9 Porque fartou a alma sedenta: e a alma faminta encheu de bem.
10 Os que estavam de assento em trevas e sombra de morte; presos com aflição e ferro.
11 Porquanto se rebelaram contra os mandados de Deus; e desprezivelmente rejeitaram o conselho do Altíssimo.
12 Por isso lhes abateu o coração com trabalhos: tropeçaram, e não houve ajudador.
13 Porém clamando ao Senhor em seu aperto, livrou-os de suas angústias.
14 Tirou-os das trevas e da sombra de morte: e quebrou suas prisões.
15 Louvem perante o Senhor sua benignidade: e suas maravilhas perante os filhos dos homens.
16 Porque quebrou as portas de bronze: e despedaçou os ferrolhos de ferro.
17 Os loucos pelo caminho de sua transgressão, e por suas iniquidades são afligidos.
18 Sua alma abominou toda comida: e chegaram até as portas da morte.
19 Porém clamando ao Senhor em seu aperto, livrou-os de suas angústias.
20 Enviou sua palavra, e sarou-os: e arrebatou-os de suas sepulturas.
21 Louvem perante o Senhor sua benignidade: e suas maravilhas perante os filhos dos homens.
22 E sacrifiquem sacrifícios de louvores: e relatem suas obras com júbilo.
23 Os que descendem ao mar em navios, contratando em grandes águas.
24 Esses vêem as obras do Senhor, e suas maravilhas na profundidade.
25 Falando ele, faz levantar tormentas de vento, que alça suas ondas.
26 Sobem aos céus, descendem aos abismos: sua alma se derrete de angústia.
27 Salteiam e titubeiam como bêbados: e toda a sua sabedoria se lhes devora.
28 Porém clamando ao Senhor em seu aperto, tirou-os de suas angústias.
29 Faz cessar as tormentas: e calam-se suas ondas.
30 Então se alegram, porquanto se aquietaram: e ele os levou ao porto de seu desejo.
31 Louvem pois perante o Senhor sua benignidade, e suas maravilhas perante os filhos dos homens.
32 E exalcem-no na congregação do povo: e no assento dos Anciãos o glorifiquem.
33 Aos rios reduz em deserto, e às saídas das águas em terra sedenta:
34 A terra frutífera em salgada, pela maldade dos que habitam nela.
35 Ao deserto reduz em lagoa, e à terra seca em saídas de águas.
36 E faz habitar ali aos famintos: e eles edificam cidade para habitação.
37 E semeiam campos, e plantam vinhas, que produzem fruto rendoso.
38 E ele os bendiz, e multiplicam-se muito: e não diminui seu gado.
39 Depois se diminuem, e se abatem, por opressão, mal e tristeza.
40 Derrama desprezo sobre os Príncipes: e os faz andar desgarrados por desertos, onde não há caminho.
41 Porém ao necessitado levanta da opressão em um alto retiro: e as famílias faz como a rebanhos.
42 Os rectos o vêem, e se alegram: mas toda iniquidade tapa sua boca.
43 Quem é sábio, atente para estas coisas: e atentivamente considerem as benignidades do Senhor.

 

XIII

1 Salmo de David, para o Cantor mor.
2 Até quando, Senhor, de mim te esquecerás continuamente? Até quando encobrirás de mim teu rosto?
3 Até quando consultarei com minha alma, tendo tristeza em meu coração de dia? Até quando se exaltará meu inimigo sobre mim?
4 Atenta para mim, ouve-me, Senhor, Deus meu: alumia meus olhos, para que não adormeça na morte.
5 Para que meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e meus adversários se gozem, vindo eu a vacilar.
6 Porém eu em tua benignidade confio: em tua salvação se gozará meu coração: cantarei ao Senhor; porquanto me fez bem a mim.

 

LXXIII

1 Salmo de Assaf.
Ora certamente bom é Deus para Israel; para os limpos de coração.
2 Eu porém, já quase que meus pés se desviaram; quase nada faltou para escorregarem meus passos.
3 Porque eu tinha inveja dos loucos: vendo a paz dos ímpios.
4 Porque não estão em apertos até sua morte, e sua força está fresca.
5 Não se acham em trabalhos como outra gente e não são afligidos com outros homens.
6 Pelo que andam rodeados de soberba como um colar: vestem-se de violência como de ornamento.
7 De gordura incham seus olhos: sobrepujam as imaginações do coração.
8 Fazem consumir aos homens, e maliciosamente tratam de opressão: andam falando como de alto.
9 Põem no céu sua boca: e sua língua anda na terra.
10 Pelo que seu povo se torna aqui: e águas de copo cheio se lhes espremem.
11 E dizem: Como Deus o saberia? Ou, haverá ciência em o Altíssimo?
12 Eis que estes são ímpios: contudo têm repouso perpétuo, e aumentam a fazenda.
13 Ora em verdade que debalde purifiquei meu coração; e lavei minhas mãos em inocência:
14 Porquanto sou afligido todo o dia; e meu castigo torna cada manhã.
15 Se eu dissera: Também eu falarei assim: eis que seria aleive à geração de teus filhos.
16 Todavia tive pensamentos de vir a entender isto: porém era trabalhoso em meus olhos.
17 Até que entrei nos Santuários de Deus: e atentei para seu fim.
18 Deveras os pões em escorregadouros: os fazes cair em assolamentos.
19 Como quase em um momento foram assolados: acabaram, e se consumiram de pasmo:
20 Como sonho depois de acordar: ó Senhor, acordando tu desprezarás sua aparência.
21 Azedando-se pois meu coração; e sentindo picadas em meus rins:
22 Então me embruteci, e nada sabia; eu era uma besta para contigo.
23 Portanto de contínuo estarei contigo: pegaste de minha mão direita.
24 Com teu conselho me guiarás: e depois me receberás em glória.
25 A quem outrem tenho no céu? Assim que fora de ti nada me contenta na terra.
26 Se minha carne e meu coração desfalecem, Deus será a rocha de meu coração, e minha porção para sempre.
27 Porque eis que os que se alongam de ti, perecerão: perderás a todo o se desvia de ti.
28 Mas quanto a mim, bom me é de achegar-me a Deus: ponho minha confiança no Senhor, para contar todas tuas obras.

 

LXV

1 Cântico e Salmo, para o Cantor mor.
Jubilai a Deus, toda a terra.
2 Salmodiai a glória de seu Nome: dai glória a seu louvor.
3 Dizei a Deus: Quão terrível és em tuas obras! Pela grandeza de tua fortaleza fingidamente se te sujeitaram teus inimigos.
4 Toda a terra te adore, e te salmodie: salmodie a teu Nome, Selá!
5 Vinde, e vede os feitos de Deus: é terrível de obra aos filhos dos homens.
6 Tornou o mar em seco; o rio passaram a pé: ali nos alegramos nele.
7 Por sua fortaleza domina eternamente; seus olhos estão de guarda sobre as gentes; os rebeldes se não exaltem, Selá!
8 Bendizei, vós povos, a nosso Deus: e fazei ouvir a voz de seu louvor.
9 O que põe nossas almas em vida: e não consente, que nossos pés titubeiem.
10 Porque tu, ó Deus, nos provaste: afinaste-nos como o ouro se afina.
11 Meteras-nos em a rede: puseras uma estreita atadura a nossos lombos.
12 Fizeras cavalgar ao homem sobre nossa cabeça: entráramos no fogo e na água; porém tu nos tiraste a um copioso refresco.
13 Entrarei em tua casa com holocaustos: te pagarei meus votos.
14 Os que pronunciaram meus beiços, e falou minha boca, estando eu angustiado.
15 Holocaustos de touros tutanosos te oferecerei, com perfume de carneiros: prepararei bois com bodes, Selá!
16 Vinde, ouvi, todos os que temeis a Deus, e contarei o que fez à minha alma.
17 A ele clamei com minha boca: e foi exaltado por minha língua.
18 Se atentara para iniquidade em meu coração, o Senhor me não ouviria.
19 Mas em verdade, Deus me ouviu: atentou para a voz de minha oração.
20 Bendito seja Deus, que não rejeitou minha oração, nem desviou de mim sua benignidade.

 

XV

1 Salmo de David.
Senhor, quem morará em tua tenda? Quem habitará no monte de tua santidade?
2 Aquele que anda sinceramente, e obra justiça: e de coração fala a verdade.
3 Aquele que não murmura com sua língua; não faz mal a seu companheiro: e nenhum opróbrio aceita contra seu próximo.
4 Em seus olhos o réprobo é desprezado; mas honra aos que temem ao Senhor: se veio a jurar com seu dano, contudo não muda.
5 Seu dinheiro não dá à usura, nem toma peitas contra o inocente: quem faz isto, nunca jamais vacilará.

 

CXVIII

1 Louvai ao Senhor, porque é bom: pois sua benignidade dura para sempre.
2 Diga agora Israel, que sua benignidade dura para sempre.
3 Diga agora a casa de Aarão, que sua benignidade dura para sempre.
4 Digam agora os que temem ao Senhor, que sua benignidade dura para sempre.
5 Desde a angústia invoquei o Senhor: o Senhor me escutou, e me pôs em largura.
6 O Senhor está comigo, não temerei: que é o que me fará o homem?
7 O Senhor está comigo entre aqueles que me ajudam: pelo que eu verei nos que me aborrecem meu desejo cumprido.
8 Melhor é acolher-se ao Senhor, do que confiar em o homem.
9 Melhor é acolher-se ao Senhor, do que confiar em Príncipes.
10 Todas as gentes me cercaram; porém em nome do Senhor foi, que eu os despedacei.
11 Cercaram-me, e recercaram-me: porém em nome do Senhor foi, que eu os despedacei.
12 Cercaram-me como abelhas; porem apagaram-se como fogo de espinhos: porquanto em nome do Senhor foi, que eu os despedacei.
13 Com força me empuxaste, para me fazeres cair: mas o Senhor me ajudou.
14 O Senhor é minha fortaleza e meu cântico: porque ele me salvou.
15 Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação: a dextra do Senhor faz proezas.
16 A dextra do Senhor se exalça: a dextra do Senhor faz proezas.
17 Não hei-de morrer, senão viver: e hei-de contar as obras do Senhor.
18 Bem me castigou o Senhor: porém não me entregou à morte.
19 Vós me abri as portas de justiça: entrarei por elas, e louvarei ao Senhor.
20 Esta é a porta do Senhor: pela qual os justos entrarão.
21 Louvar-te-ei, porque me escutaste: e me salvaste.
22 A Pedra, que os edificadores rejeitaram, ficou por cabeça de esquina.
23 De parte do Senhor se fez isto: e maravilhoso é em nossos olhos.
24 Este é o dia que fez o Senhor: gozemo-nos, e alegremo-nos nele.
25 Ora, ah Senhor, salva-nos: ora, ah Senhor, prospera-nos.
26 Bendito aquele que vem em nome do Senhor: bendizemos vós desde a casa do Senhor.
27 O Senhor é o verdadeiro Deus, que a nós deu a luz: atai as vítimas da festa com cordas, para levá-las até os cornos do altar.
28 Tu és meu Deus, por isso te louvarei: ó Deus meu, te exalçarei.
29 Louvai ao Senhor, porque é bom: pois sua benignidade dura para sempre.

 

CL

1 Hallelu-Iah. Louvai a Deus em seu Santuário: o louvai no estendimento de sua fortaleza.
2 O louvai em suas proezas: o louvai conforme à multidão de sua grandeza.
3 O louvai ao som de buzina: o louvai com alaúde e harpa.
4 O louvai com adufe e flauta: o louvai com instrumento de cordas, e com órgãos.
5 O louvai com címbalos bem retinintes: o louvai com címbalos de alegre ressonância.
6 Tudo quanto tem fôlego, louve ao Senhor. Hallelu-Iah.

 

XXV

1 Aleph. Salmo de David. A ti, Senhor, levanto minha alma.
2
Beth. Deus meu, em ti confio, não me deixes confundir: nem a meus que faltem de prazer por mim.
3
Gimel. Como na verdade todos os que esperam em ti, não serão confundidos: confundidos serão os que tratam aleivosamente sem causa.
4
Daleth. Teus caminhos, Senhor, me faz saber; ensina-me tuas veredas.
5
He, Vau. Guia-me em tua verdade, e ensina-me; pois tu és o Deus de minha salvação: por ti estou esperando todo o dia.
6
Zain. Lembra-te, Senhor, de tuas misericórdias e de tuas benignidades: porque são desde a eternidade.
7
Cheth. Dos pecados de minha mocidade e de minhas transgressões te não lembres: mas segundo tua benignidade te lembra de mim; por tua bondade, Senhor.
8
Teth. Bom e recto é o Senhor: pelo que ensinará aos pecadores o caminho.
9
Jod. Guiará aos mansos em direiteza: e ensinará aos mansos seu caminho.
10
Caph. Todas as veredas do Senhor são benignidade e verdade: para os que guardam seu concerto e seus testemunhos.
11
Lamed. Por teu nome, Senhor, me perdoa minha maldade, pois é grande.
12
Mem. Qual é o varão que teme ao Senhor? Lhe ensinará o caminho, que deve escolher.
13
Nun. Sua alma pousará no bem: e sua semente possuirá a terra em herança.
14
Samech. O segredo do Senhor é para os que o temem: e sua aliança, para lho fazer saber.
15
Ajin. Meus olhos continuamente estão no Senhor, porque ele tirará meus pés da rede.
16
Pe. Olha para mim, e tem piedade de mim: porque estou solitário e miserável.
17
Tsade. As ânsias de meu coração se têm multiplicado: tira-me de meus apertos.
18
Resch. Atenta para minha miséria e meu trabalho: e tira todos meus pecados.
19
Resch. Atenta para meus inimigos, porque se vão multiplicando: e com ódio violento me aborrecem.
20
Schin. Guarda minha alma, e escapa-me: não me deixes confundir; porquanto confio em ti.
21
Thau. Sinceridade e direiteza me guardem: porquanto espero em ti.
22 Redime, ó Deus, a Israel de todas suas angústias.

Em itálico: letras do alfabeto hebraico

 

XLIV

1 Instrução para o Canto mor, entre os filhos de Korah:
2 Ó Deus, com nossos ouvidos ouvimos, nossos pais no-lo contaram: a obra que fizeste em seus dias, nos tempos da antiguidade.
3 Tu com tua mão lançaste as gentes de sua possessão, a eles porém os plantaste: maltrataste aos povos, a eles porém os fizeste brotar.
4 Porque não conquistaram a terra por sua espada, nem seu braço os salvou: mas tua dextra, e teu braço, e a luz de tua face; porquanto te agradaras deles.
5 Tu mesmo és meu rei, ó Deus: manda as salvações de Jacob.
6 Por ti acornearemos a nossos adversários: em teu nome atropelaremos aos que se levantam contra nós.
7 Porque não confio em meu arco: nem minha espada me livrará.
8 Porquanto tu nos livras de nossos adversários: e a nossos aborrecedores confundes.
9 Em Deus nos gloriamos todo o dia: e eternamente louvaremos teu nome, Selá!
10 Porém agora nos rejeitaste e confundiste; porquanto não sais com nossos exércitos.
11 Fazes-nos retirar do adversário: e nossos aborrecedores saqueiam-nos para si.
12 Entregas-nos, como a ovelhas, para comer: e entre as gentes nos esparges.
13 A teu povo vendes de graça: e não levantas seu preço.
14 Pões-nos por opróbrio a nossos vizinhos: por escárnio e zombaria a nossos rodeadores.
15 Pões-nos por ditado entre as gentes: por movimento de cabeça entre os povos.
16 Todo o dia minha afronta está diante de mim: e a confusão de meu rosto me cobre.
17 Pela voz do afrontador, e do blasfemo: à causa do inimigo, e do vingativo.
18 Tudo isto nos sobreveio; contudo nos não esquecemos de ti: nem nos houvemos falsamente contra teu concerto.
19 Nosso coração se não tornou atrás: nem nossos passos se desviaram de tuas veredas.
20 Ainda que nos quebrantaste em um lugar de dragões: e nos cobriste com sombra de morte.
21 Se nos esquecêramos do nome de nosso Deus; e estendêramos nossas mãos a um Deus alheio:
22 Não o esquadrinharia Deus? Pois sabe os secretos do coração.
23 Mas por amor de ti somos mortos todo o dia: somos estimados como ovelhas do açougue.
24 Desperta, porque dormes, Senhor? Acorda, não nos rejeites para sempre.
25 Porque esconderias tua face? E te esquecerias de nossa miséria, e de nossa opressão?
26 Porque nossa alma se abateu até o pó: nosso ventre se apegou com a terra.
27 Levanta-te para nossa ajuda: e redime-nos por tua benignidade.

 

CXXXIII

1 Cântico dos degraus, de David.
Eis quão bom e quão suave é, que os irmãos também habitem juntamente.
2 Como o óleo precioso é sobre a cabeça, que descende sobre as barbas, as barbas de Aarão; que descem sobre o cabeção de seus vestidos.
3 Como é o orvalho de Hermon, e como o que descende sobre os montes de Sião: porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida, para sempre.

 

CV

1 Louvai ao Senhor, invocai seu nome: notificai entre os povos seus feitos.
2 Cantai-lhe, salmodiai-lhe: atentivamente falai de todas suas maravilhas.
3 Gloriai-vos em seu santo nome: alegre-se o coração dos que buscam ao Senhor.
4 Inquiri do Senhor e de sua força: buscai sua face de contínuo.
5 Lembrai-vos de suas maravilhas, que fez: de seus prodígios, e dos juízos de sua boca.
6 Vós semente de Abraão seu servo: vós filhos de Jacob, seus eleitos.
7 Ele é o Senhor nosso Deus: em toda a terra estão seus juízos.
8 Lembra-se perpetuamente de seu concerto; da palavra que mandou até mil gerações.
9 Do que contratou com Abraão; e de seu juramento a Isaac.
10 O qual também a Jacob ratificou por estatuto, e a Israel por concerto eterno.
11 Dizendo: A ti te darei a terra de Canaã, o cordel de vossa herança.
12 Sendo eles poucos homens em número, poucos digo, e estrangeiros nela.
13 E andaram de gente em gente, e de um reino a outro povo.
14 Não permitiu a ninguém, que os oprimisse: e por amor deles repreendeu a Reis, dizendo:
15 Não toqueis a meus Ungidos: e a meus Profetas não façais mal.
16 E chamou à fome sobre a terra: quebrantou a todo o bordão de pão.
17 Mandou perante eles a um varão: por escravo foi vendido José.
18 Apertaram seus pés no tronco: sua pessoa foi metida em ferros.
19 Até o tempo que chegou sua palavra: o dito do Senhor o purificou.
20 Mandou o Rei, e o fez soltar: o Senhoreador dos povos, e o largou.
21 Ele o pôs por Senhor de sua casa: e por Senhoreador de todos seus bens.
22 Para sujeitar seus Príncipes a seu gosto, e instruir seus Anciãos.
23 Entonces entrou Israel em Egipto: e Jacob peregrinou na terra de Cam.
24 E fez crescer seu povo em grande maneira: e o fez mais poderoso, que seus adversários.
25 Virou seu coração deles, para que aborrecessem a seu povo: para que astutamente tratassem com seus servos.
26 Enviou a Moisés seu servo: e a Aarão, a quem escolhera.
27 Fizeram entre eles os mandados de seus sinais: e seus prodígios em terra de Cam.
28 Mandou trevas, e a fez escurecer: e não foram rebeldes a sua palavra.
29 Tornou suas águas em sangue: e matou seus peixes.
30 Sua terra produziu rãs em abundância: até nas recâmaras de seus Reis.
31 Falou ele, e veio uma mistura de bicharada; e piolhos em todo seu termo.
32 Tornou suas chuvas em saraiva: e fogo flamejante pôs em sua terra.
33 E feriu suas vinhas, e seus figueirais: e quebrou os arvoredos de seus termos.
34 Falou ele, e vieram gafanhotos, e pulgão sem número.
35 E comeram toda a erva de sua terra: e até o fruto de seus campos comeram.
36 Também feriu a todos os primogénitos em sua terra, as primícias de todas suas forças.
37 E tirou-os dali com prata e ouro: e d’entre suas tribos ninguém houve que tropeçasse.
38 Saindo eles, o Egipto se alegrou: porque seu terror caíra sobre eles.
39 Estendeu uma nuvem por coberta: e um fogo, para alumiar a noite.
40 Oraram, e fez vir codornizes: e os fartou de pão do celestial.
41 Abriu uma penha, e correram dela águas: e andaram como rio pelas securas.
42 Porque se lembrou de sua santa palavra: e de Abraão seu servo.
43 Assim tirou dali seu povo com folguedo: e com júbilo seus eleitos.
44 E deu-lhes as terras das gentes: e o trabalho das nações possuíram em herança.
45 Para que guardassem seus estatutos, e observassem suas Leis. Hallelu-Iah.

 

LXI

1 Salmo de David, para o Cantor mor, sobre Neginoth:
2 Ouve, ó Deus, meu clamor: atenta para minha oração.
3 Desde o cabo da terra clamo a ti, por desmaiar meu coração: leva-me a uma penha, que seja muito alta para mim.
4 Pois tu foste meu refúgio: e torre forte diante do inimigo.
5 Habitarei em tua tenda por eternidades: tomarei meu refugio no oculto de tuas asas, Selá!
6 Pois tu, ó Deus, ouviste meus votos: deste-me a herança dos que temem teu Nome.
7 Dias sobre dias acrescentarás ao Rei; seus anos serão como de geração em geração.
8 Perpetuamente se assentará perante a face de Deus: aparelha-lhe benignidade e verdade, que o guardem.
9 Assim perpetuamente salmodiarei a teu Nome: para pagar meus votos de dia em dia.

 

XXVII

1 Salmo de David.
O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é a força de minha vida, de quem me espavocerei?
2 Quando se chegaram a mim os malinos, meus adversários e meus inimigos, contra mim, para comer minhas carnes; eles mesmos tropeçaram e caíram.
3 Ainda que um exército me cercasse, meu coração não temeria: ainda que guerra se levantasse contra mim, eu confio nisto.
4 Uma coisa pedi ao Senhor, esta buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias de minha vida; para ver a suavidade do Senhor, e esquadrinhar em seu templo.
5 Porque no dia do mal me esconde em sua cabana: encobre-me no oculto de sua tenda; alça-me sobre rochas.
6 Também minha cabeça agora será alçada por cima de meus inimigos, que estão do redor de mim, e sacrificarei em sua tenda sacrifícios de júbilo: cantarei e salmodiarei ao Senhor.
7 Ouve, Senhor, minha voz, clamando eu; e tem piedade de mim, e responde-me.
8 Meu coração diz a ti, que tu dizes: Buscai meu rosto; busco teu rosto Senhor.
9 Não escondas de mim teu rosto, não rejeites a teu servo com ira; tu foste minha ajuda; não me deixes, nem me desampares, ó Deus de minha salvação.
10 Porque meu pai e minha mãe me desampararam: mas o Senhor me recolherá.
11 Ensina-me, Senhor, teu caminho, e guia-me pela vereda direita: à causa dos que me andam espiando.
12 Não me entregues à vontade de meus adversários: porque se levantaram contra mim falsas testemunhas, como também o assopra em violência.
13 Se eu não crera, que veria os bens do Senhor na terra dos viventes; pereceria sem dúvida.
14 Espera no Senhor, esforça-te, e ele esforçará teu coração; espera pois no Senhor.

 

LIII

1 Instrução de David, para o Cantor mor, sobre Machalath (1):
2 Diz o louco em seu coração: Não há Deus; se corrompem, e cometem abominável iniquidade, já ninguém há que faça bem.
3 Deus atentou desde os céus para os filhos dos homens: para ver, se havia algum entendido, que buscasse a Deus.
4 Já todos se desviaram, juntamente se fizeram fedorentos: já ninguém há que faça bem; nem ainda um.
5 Pois não têm conhecimento os obradores de maldade, que comem a meu povo, como se comessem pão? Não invocam a Deus.
6 Ali se espavoreceram de pavor, aonde não havia pavor: porque Deus derramou aos ossos daquele que te cercava; tu os confundiste, porque Deus os rejeitou.
7 Ah se já de Sião já viessem as salvações de Israel! Quando Deus fizer tornar os prisioneiros de seu povo, então Jacob se gozará; Israel e se alegrará.

(1) Termo musical de significação desconhecida. Cítara?

 

LXXVIII

1 Instrução de Assaf.
Povo meu, escuta minha doutrina; inclinai vossos ouvidos às palavras de minha boca.
2 Abrirei minha boca em parábolas: derramarei enigmas desde a antiguidade.
3 As quais ouvimos e sabemos: e nossos pais no-las contaram.
4 Não as encobriremos a seus filhos, à geração vindoura contando os louvores do Senhor: como também sua força e as maravilhas, que fez.
5 Porque levantou o testemunho em Jacob, e a Lei pôs em Israel: a qual deu a nossos pais, para que a fizessem notória a seus filhos.
6 Para que a vindoura geração a soubesse; os filhos que nascessem: e também eles se levantassem, e as contassem a seus filhos.
7 E pusessem em Deus sua esperança: e não se esquecessem dos feitos de Deus; mas guardassem seus mandamentos.
8 E não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde: geração que não regeu seu coração; e cujo espírito não foi fiel com Deus.
9 Os filhos de Efraim, frecheiros armados de arco, viraram as costas o dia da peleja.
10 Não guardaram o concerto de Deus: e recusaram andar em sua Lei.
11 E esqueceram-se de seus feitos: e de sua maravilhas, que lhes fizera ver.
12 Perante seus pais fez maravilhas: em terra de Egipto, no campo de Zoan.
13 Fendeu o mar, e os fez passar por ele: e fez parar as águas, como a um montão.
14 E guiou-os com uma nuvem de dia: e toda a noite com uma luz de fogo.
15 Fendeu as penhas no deserto: e deu-lhes de beber, como de abismos grandes.
16 Porque tirou correntes da penha: e fez descender as águas, como rios.
17 E ainda prosseguiram em pecar contra ele: irritando ao Altíssimo na seca solidão.
18 E atentaram a Deus em seu coração: pedindo comida a seu apetite.
19 E falaram contra Deus, e disseram: Poderia Deus preparar mesa no deserto.
20 Eis que feriu a penha, e águas correram dela, e ribeiros arrebentaram em abundância: poder-nos-ia também dar pão? Ou preparar carne a seu povo?
21 Pelo que o Senhor os ouviu, e se encolerizou: e fogo se acendeu contra Jacob, e furor também subiu contra Israel.
22 Porquanto não creram em Deus: nem confiaram em sua salvação.
23 Ainda que mandou às altas nuvens de riba: e abriu as portas dos céus.
24 E choveu sobre eles o Maná, para comerem: e deu-lhes trigo dos céus.
25 Cada qual comeu o pão de poderosos: mandou-lhes comida a fartar.
26 Fez ventar o vento do Oriente nos céus: e trouxe o do Sul com sua fortaleza.
27 E choveu sobre eles carne como pó: e aves de asas como areia do mar.
28 E as fez cair em meio de seu arraial: do redor de suas habitações.
29 Então comeram, e fartaram-se demasiadamente: e cumpriu-lhes seu desejo.
30 Não refrearam seu desejo: ainda estava sua comida em sua boca.
31 Quando a ira de Deus subiu contra eles, e matou os mais gordos deles: e derribou os escolhidos de Israel.
32 Com tudo isto ainda pecaram: e não deram crédito a suas maravilhas.
33 Pelo que consumiu seus dias em vaidade: e seus anos em terrores.
34 Matando-os ele, então perguntavam por ele: e tornavam, e de madrugada buscavam a Deus.
35 E lembravam-se de que Deus era sua rocha, e Deus Altíssimo seu Redentor.
36 Porém lisonjeavam-no com sua boca: e com sua língua lhe mentiam.
37 Porque seu coração não era recto para com ele: e não foram leais em seu concerto.
38 Porém ele, que é misericordioso, expiou sua iniquidade, e não os destruiu: mas muitas vezes desviou deles sua ira; e não despertou todo seu furor.
39 E lembrou-se que de carne eram: vento que vai, e nunca torna.
40 Quantas vezes o irritaram no deserto! E o molestaram na solidão!
41 Porque tornaram, e atentaram a Deus: e limitaram ao Santo de Israel.
42 Não se lembraram de sua mão: do dia em que os livrou do adversário.
43 Como quando pôs seus sinais em Egipto: e suas maravilhas em o campo de Zoan.
44 E tornou em sangue seus rios: e suas correntes, para que não bebessem.
45 Enviou entre eles mistura de bicharada, que os consumiu: e rãs, que os destruíram.
46 E deu ao pulgão sua novidade: e seu trabalho aos gafanhotos.
47 Com saraiva destruiu suas vinhas: e suas figueiras bravas com pedra ardente.
48 E entregou seu gado à saraiva: e suas bestas às brasas ardentes.
49 Mandou entre eles o ardor de sua ira, como também seu furor, e indignação, e angústia: com a missão de mensageiros de males.
50 Preparou caminho a sua ira: não retirou suas almas da morte; e seus animais entregou à peste.
51 E feriu a todo o primogénito em Egipto: primícias das forças nas tendas de Cham.
52 E levou a seu povo como a ovelhas: e guiou-os pelo deserto, como a rebanho.
53 E guiou-os seguramente, e não temeram: porque a seus inimigos cobrira o mar.
54 E trouxe-os até seus santos termos: a este monte, que sua dextra adquiriu.
55 E lançou as gentes de diante deles, e as fez cair em cordel de herança: e fez habitar em suas tendas às tribos de Israel.
56 Porém atentaram e irritaram ao Deus Altíssimo: e não guardaram seus testemunhos.
57 E retiraram-se atrás, e houveram-se aleivemente como seus pais: viraram-se como arco enganoso.
58 E provocaram-no à ira com seus altos: e com suas imagens de vulto o moveram a ciúmes.
59 Ouviu isto Deus, e indignou-se: e grandemente desprezou a Israel.
60 Pelo que desamparou o Tabernáculo em Silo: a tenda que estabelecera por habitação entre os homens.
61 E deu em cativeiro sua fortaleza: e sua glória em mão do adversário.
62 E entregou seu povo à espada: e enfureceu-se contra sua herança.
63 A seus mancebos consumiu o fogo: e suas virgens não foram louvadas.
64 Seus sacerdotes caíram à espada: e suas viúvas não lamentaram.
65 Então despertou o Senhor como dormido: como Herói que jubila com o vinho.
66 E feriu a seus adversários por detrás: e fez-lhes injúria perpétua.
67 Porém rejeitou a tenda de José: e não elegeu a tribo de Efraim.
68 Antes elegeu a tribo de Judá: o monte de Sião, a que tinha amor.
69 E edificou seu santuário como alturas: como a terra, que fundou para sempre.
70 Como também elegeu a seu servo David: e tomou-o dos currais das ovelhas.
71 De após as paridas o trouxe: para apascentar a Jacob seu povo; e a Israel sua herança.
72 E apascentou-os segundo a inteireza de seu coração: e guiou-os com as indústrias de suas mãos.

 

XCVI

1 Cantai ao Senhor canção nova: cantai ao Senhor toda a terra.
2 Cantai ao Senhor, bendizei a seu nome: anunciai sua salvação, de dia em dia.
3 Contai entre as gentes sua glória: entre todos os povos suas maravilhas.
4 Porque grande é o Senhor, e muito de louvar: mais tremendo é que todos os deuses.
5 Porque todos os deuses dos povos são ídolos: porém o Senhor fez os céus.
6 Majestade e glória há perante sua face: força e fermosura em seu Santuário.
7 Dai ao Senhor, ó famílias dos povos, dai ao Senhor glória e força.
8 Dai ao Senhor a glória de seu nome: trazei presentes, e entrai em seus pátios.
9 Adorai ao Senhor na glória do Santuário: assombrai-vos de sua presença vós toda a terra.
10 Dizei entre as gentes: O Senhor reina; também o mundo se afirmará, para que se não abale; julgará aos povos com toda rectidão.
11 Alegrem-se os céus, e goze-se a terra: brame o mar com sua plenidão.
12 Salte de prazer o campo com tudo o que há nele: e jubilem todas as árvores do bosque.
13 Perante a face do Senhor, porque vem; porque vem a julgar a terra: julgará ao mundo com justiça; e aos povos com sua verdade.

 

XII

1 Salmo de David, para o Cantor mor, sobre Seminith (1).
2 Salva, Senhor, porque já faltam os benignos: porque já são poucos os leais dentre os filhos dos homens.
3 Cada qual falsidade fala a seu próximo, com beiços lisonjeiros: com coração dobre falam.
4 O Senhor corte a todos os beiços lisonjeiros, e a língua que fala grandiosamente.
5 Pois dizem: Com nossa língua prevaleceremos; nossos beiços são nossos próprios: quem é Senhor sobre nós?
6 Pela assolação dos miseráveis, pelo gemido dos necessitados, agora me levantarei, diz o Senhor; porei em salvo aquele para quem ele assopra.
7 As palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada em forno de barro; purificada sete vezes.
8 Tu Senhor, os guardarás: desta geração os livrarás para sempre.
9 Cercando andam os ímpios: enquanto os mais vis dos filhos dos homens são exaltados.

(1) Oitava.

 

CXXXVI

1 Louvai ao Senhor, porque é bom: porque sua benignidade dura para sempre.
2 Louvai ao Deus dos deuses: porque sua benignidade dura para sempre.
3 Louvai ao Senhor dos senhores: porque sua benignidade dura para sempre.
4 Ao que só faz grandes maravilhas: porque sua benignidade dura para sempre.
5 Ao que fez os céus com entendimento: porque sua benignidade dura para sempre.
6 Ao que estendeu a terra sobre as águas: porque sua benignidade dura para sempre.
7 Ao que fez as grandes luminárias: porque sua benignidade dura para sempre.
8 Ao Sol para senhorear no dia: porque sua benignidade dura para sempre.
9 À Lua e às estrelas para senhorearem na noite: porque sua benignidade dura para sempre.
10 Ao que feriu aos Egípcios em seus primogénitos: porque sua benignidade dura para sempre.
11 E tirou a Israel do meio deles: porque sua benignidade dura para sempre.
12 Com mão forte, e com braço estendido: porque sua benignidade dura para sempre.
13 Ao que partiu o mar de juncos em duas partes: porque sua benignidade dura para sempre.
14 E passou a Israel por meio dele: porque sua benignidade dura para sempre.
15 E empuxou ao Faraó com seu exército no mar de juncos: porque sua benignidade dura para sempre.
16 Ao que guiou a seu povo pelo deserto: porque sua benignidade dura para sempre.
17 Ao que feriu a grandes Reis: porque sua benignidade dura para sempre.
18 E matou a Reis ilustres: porque sua benignidade dura para sempre.
19 A Sihon, Rei Amorreu: porque sua benignidade dura para sempre.
20 E a Og, Rei de Basã: porque sua benignidade dura para sempre.
21 E deu sua terra em herança: porque sua benignidade dura para sempre.
22 Em herança a seu servo Israel: porque sua benignidade dura para sempre.
23 O que em nossa baixeza se lembrou de nós: porque sua benignidade dura para sempre.
24 E nos arrancou de nossos adversários: porque sua benignidade dura para sempre.
25 O que dá mantimento a toda carne: porque sua benignidade dura para sempre.
26 Louvai ao Deus dos céus: porque sua benignidade dura para sempre.

 

CXIII

1 Hallelu-Iah. Louvai, servos do senhor, louvai o nome do Senhor
2 Seja o nome do Senhor bendito, desde agora para sempre jamais.
3 Desde o nascimento do Sol, até onde se vai pôr, seja louvado o nome do Senhor.
4 Alçado está o Senhor por cima de todas as gentes: e sua glória sobre os céus.
5 Quem é como o Senhor nosso Deus? Que habita em alturas.
6 Que se abaixa para ver, em os céus, e em a terra.
7 Que do pó levanta o pequeno; e do esterco exalça ao necessitado;
8 Para o fazer assentar com os Príncipes; com os Príncipes de seu povo.
9 Que faz habitar à estéril em família, e a faz alegre mãe de filhos, Hallelu-Iah.

 

LXXXV

1 Salmo para o Cantor mor, entre os filhos de Korah.
2 Favoreceste, Senhor, a tua terra: fizeste tornar o cativeiro de Jacob.
3 Já perdoaste a culpa de teu povo: cobriste todos seus pecados, Selá!
4 Fizeste cessar toda tua indignação: desviaste-te do ardor de tua ira.
5 Torna-nos a trazer, ó Deus de nossa salvação: e aniquila tua ira de sobre nós.
6 Ou, para sempre te irarás contra nós? Ou estenderás tua ira de geração em geração?
7 Ou não tornarás tu a vivificar-nos? Para que teu povo se alegre em ti?
8 Mostra-nos tua benignidade, Senhor: e dá-nos tua salvação.
9 Escutarei o que falar Deus Senhor: porque falará de paz com seu povo, e com seus privados; contanto que se não tornem à loucura.
10 Deveras sua salvação está perto dos que o temem: para que a glória habite em nossa terra.
11 A benignidade e a verdade se encontraram: a justiça e a paz se beijaram.
12 A verdade brotará da terra: e a justiça olhará desde os céus.
13 Também o Senhor dará o bem: e nossa terra dará seu fruto.
14 A justiça irá diante dele: e a porá no caminho de suas pisadas.

 

VII

1 Schiggayon de David, que ao Senhor cantou, sobre as palavra de Cus, benjaminita.
2 Senhor, meu Deus, em ti confio: salva-me de todos meus perseguidores, e livra-me.
3 Para que não arrebate minha alma, como leão: despedaçando-a sem que haja livrador.
4 Senhor, meu Deus, se eu fiz isto: se há perversidade em minhas mãos:
5 Se paguei com mal ao que tinha paz comigo; (antes fiz escapar ao que me oprimia sem causa).
6 Persiga o inimigo minha alma, e alcance-a; e calque em terra minha vida; e faça habitar minha glória do pó, Selá!
7 Levanta-te, Senhor, em tua ira; exalta-te pelos furores de meus opressores: e desperta para comigo; tu mandaste o juízo.
8 Assim ajuntamento de povos te rodeará: sobre ele pois te torna à altura.
9 O Senhor fará juízo aos povos: o Senhor, me julga conforme a minha justiça, e conforme a sinceridade, que há em mim.
10 Tenha já fim a malícia dos ímpios, mas confirma ao justo: tu, ó justo Deus, que provas os corações e os rins.
11 Meu escudo está junto a Deus, que salva aos rectos de coração.
12 Deus é um justo juiz: e um Deus, que se ira todos os dias.
13 Se não se converter, sua espada aguçará; já seu arco tem armado e aparelhado:
14 E já para ele preparou armas mortais; suas setas porá em obra contra os furiosos perseguidores.
15 Eis que está com dores de perversidade: e concebeu trabalhos, e parirá mentiras.
16 já cavou um poço, e o fez fundo: mas caiu na cova, que fez.
17 Seu trabalho se tornará sobre sua cabeça: e sua violência descerá sobre sua mioleira.
18 Eu louvarei ao Senhor segundo sua justiça: e salmodiarei ao nome do Senhor o Altíssimo.

Schiggayon: Significação incerta. Lamento?

 

LXVII

1 Salmo e cântico, para o Cantor mor, sobre Neginoth.
2 Deus tenha misericórdia de nós, e nos bendiga; faça resplandecer seu rosto sobre nós, Selá!
3 Para que se conheça na terra seu caminho, e entre todas as gentes tua salvação.
4 Louvem-te, os povos, ó Deus: louvem-te todos os povos.
5 As nações se alegrem e jubilem: pois julgarás aos povos com equidade; e guiarás as nações na terra, Selá!
6 Louvem-te, os povos, ó Deus: louvem-te todos os povos.
7 A terra dê seu fruto: bendiga-nos Deus, o nosso Deus.
8 Deus nos bendiga: e todos os cabos da terra o temerão.

Neginoth: Instrumentos de cordas.

Selá: Transcrição de um vocábulo hebraico de significação incerta. Pensa-se que seja uma anotação musical marca de recitação.

 

XLIX

1 Salmo, para o Cantor mor, entre os filhos de Korah.
2 Ouvi isto, vós todos os povos: inclinai os ouvidos, todos os moradores do mundo.
3 Assim os filhos dos homens, como os filhos dos varões: juntamente ricos e pobres.
4 Minha boca falará pura sabedoria: e a imaginação de meu coração estará cheia de entendimento.
5 Inclinarei meus ouvidos a sentenças discretas: à harpa declararei minha enigma.
6 Por que temeria eu nos dias do mal: quando a iniquidade dos que me armam ciladas, me cercar?
7 Quanto aos que confiam em sua fazenda; e da multidão de suas riquezas se gloriam.
8 Nunca nenhum deles redimirá a seu irmão; nem poderá dar a Deus seu resgate.
9 Porque a redenção de sua alma é caríssima, e cessará para sempre.
10 E tampouco viverá para sempre: nem deixará de ver a corrupção.
11 Porque ele vê, que os sábios morrem, que igualmente o louco e o bruto perecem: e deixam seus bens a outros.
12 Seu interior é, que suas casas serão perpétuas, e suas moradas de geração em geração; chamam as terras de seus nomes.
13 Todavia o homem que está em estima, não permanece: antes é como às bestas, que perecem.
14 Este seu caminho é sua loucura: todavia seus descendentes se agradam de suas palavras, Selá!
15 Como a ovelhas os põem na sepultura, a morte se apascentará deles: e os rectos se ensenhorearão deles naquela manhã; e a sepultura gastará sua aparência, saindo de sua morada.
16 Porém Deus redimirá minha alma da violência da sepultura: pois me tornará a riba, Selá!
17 Não temas, quando um varão se enriquece: quando a glória de sua casa se engrandece.
18 Pois em sua morte nada tomará consigo: nem sua glória descenderá após ele.
19 Ainda que bendiz sua alma em sua vida; e te louvem a ti, porque bem fazes a ti mesmo:
20 Contudo irá para a geração de sues pais; para sempre não verão a luz.
21 O homem que está em estima, e não tem entendimento, é semelhante às bestas, que perecem.

 

CXXXIX

1 Salmo de David para o Cantor mor. Senhor, tu me esquadrinhas e conheces.
2 Tu sabes meu assentar, e meu erguer: de longe entendes meus pensamentos.
3 Meu andar, e meu deitar cercas: e a todos meus caminhos estás acostumado.
4 Não havendo ainda palavra alguma em minha língua, eis, Senhor, que já tu o sabes tudo.
5 Tu por detrás e por diante me apertas: e pões sobre mim tua mão.
6 Maravilhosíssima é para mim tua ciência: tão alta é, que não posso chegar a ela.
7 Para onde me iria de teu Espírito? E para onde fugiria de tua face?
8 Se subisse aos céus, lá tu estás; e se fizesse minha cama no inferno, eis-te ali.
9 Se tomasse as asas da alva; se habitasse no cabo do mar:
10 Até ali tua mão me guiaria; e tua dextra de me deteria.
11 Se dissesse: Pelo menos as trevas me encobrirão; então a noite servirá de luz ao redor de mim.
12 Nem ainda as trevas me encobriram de ti: antes até a noite resplandece como o dia, e assim são as trevas como a luz.
13 Porque tu possuis meus rins: e cobriste-me no ventre de minha mãe.
14 Louvo-te, porque de tão terrível modo, e tão maravilhosamente fui feito: maravilhosas são tuas obras; e minha alma mui bem o sabe.
15 Meus ossos não estavam encobertos de ti: quando fui deito em oculto, e entretecido em as profundezas da terra.
16 Teus olhos viram meu corpo ainda informe, e todas estas coisas estavam escritas em teu livro: como também os dias em que se deviam formar; quando nem ainda uma delas havia.
17 Assim que, ó Deus, quão preciosos me são teus pensamentos! Quão muitíssimas suas contas!
18 Se as contasse, muitas mais seriam que a areia: se acordo, ainda estou contigo.
19 Ah Deus, se matasses ao ímpio! E vosoutros, varões sanguinolentos, desviai-vos de mim.
20 Que malvadamente falam de ti: e teus inimigos vãmente se exalçam.
21 Porventura, Senhor, não aborreceria eu aos que te aborrecem? E dos que se levantam contra ti, não me enfadaria?
22 Com inteiro ódio os aborreço: e tenho-os por inimigos.
23 Esquadrinha-me, ó Deus, e conhece meu coração: prova-me, e conhece meus pensamentos.
24 E vê, se em mim haja algum caminho danífico: e guia-me pelo caminho eterno.

 

XXXIII

1 Vós justos cantai alegres no Senhor: aos rectos convém seu louvor.
2 Louvai ao Senhor com harpa: salmodiai a ele com alaúde e instrumento de dez cordas.
3 Cantai-lhe canção nova: tangei bem com júbilo.
4 Porque recta é a palavra do Senhor: e todas suas obras fiéis.
5 Ele ama justiça e juízo: a terra está cheia da benignidade do Senhor.
6 Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo seu exército pelo Espírito de sua boca.
7 Ajunta as águas do mar como em um montão: e os abismos põe por tesourarias.
8 Toda a terra tema ao Senhor: todos os moradores do mundo se assombrem dele.
9 Porque falando ele, logo é feito: mandando ele, logo comparece.
10 O Senhor desfaz o conselho das gentes: quebranta os intentos dos povos.
11 Porém o conselho do Senhor permanece para sempre: os intentos de seu coração de geração em geração.
12 Bem-aventurada a gente, cujo Deus é o Senhor: o povo, a quem escolheu para si por herança.
13 Desde os céus atenta o Senhor, e está vendo a todos os filhos dos homens.
14 Desde sua habitação está atentando sobre todos os moradores da terra.
15 Ele forma o coração de todos eles: atenta por todas suas obras deles.
16 Não se salva o Rei com a grandeza do exército: nem o herói escapa com a muita força.
17 Falha o cavalo para a vitória: e com sua grande força não livra.
18 Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem: sobre os que esperam em sua benignidade.
19 Para fazer escapar sua alma da morte: e para os guardar em vida na fome.
20 Nossa alma espera no Senhor: ele é nossa ajuda, e nosso escudo.
21 Porque nele se alegra nosso coração: porquanto confiamos no nome de sua santidade.
22 Tua benignidade Senhor, seja sobre nós: como esperamos em ti.

 

X

1 Porque, Senhor, estás longe? Porque te escondes em tempos de angústia?
2 Com arrogância o ímpio furiosamente persegue ao miserável: sejam presos nas ciladas, que maquinaram.
3 Porque o ímpio se gloria do desejo de sua alma: ao avarento bendiz, e blasfema do Senhor?
4 Pela altiveza de seu rosto o ímpio não esquadrinha: todas suas imaginações são que não há Deus.
5 Em todo o tempo seus caminhos atormentam, teus juízos estão longe dele em grande altura: a todos seus adversários lhes assopra.
6 Diz em seu coração: Não serei comovido; porque de geração em geração nunca estarei em mal.
7 Sua boca está cheia de maldição, e de enganos, e de astúcia: debaixo de sua língua há moléstia e maldade.
8 Põe-se nas ciladas das aldeias; nos escondedouros mata ao inocente: seus olhos se agacham contra o pobre.
9 Arma ciladas no escondedouro, como o leão em seu covil; arma ciladas para roubar ao miserável, trazendo-o em sua rede.
10 Encolhe-se, agacha-se, e a companha dos pobres cai em suas fortes unhas.
11 Diz em seu coração: Já Deus está esquecido; já encobriu seu rosto, nunca jamais o verá.
12 Levanta-te, Senhor Deus, alça tua mão: não te esqueças dos miseráveis.
13 Porque o ímpio blasfema de Deus? Dizendo em seu coração: Tu o não esquadrinharás?
14 Muito bem o estás tu vendo; porque tu olhas para o trabalho e o enfado, para o entregar em tuas mãos: a ti o pobre se remete; tu foste ajudador do órfão.
15 Quebranta o braço do ímpio e maligno: busca sua impiedade, até que mais não aches dela.
16 O Senhor é Rei eterno e perpétuo: de sua terra perecerão as gentes.
17 Senhor tu ouviste os desejos dos mansos, confortarás seus corações e teus ouvidos estarão abertos para eles:
18 Para fazer justiça ao órfão e ao afligido: para que o homem da terra, não mais prossiga em usar de violência.

 

CXVI

1 Amo ao Senhor, porque o Senhor escuta minha voz, e minhas suplicações.
2 Porque inclinou a mim seus ouvidos: pelo que o invocarei em meus dias.
3 Cercaram-me cordéis da morte, e angústias do inferno me acharam: aperto e tristeza achei.
4 Porém ao nome do Senhor invoquei, dizendo: Ah! Senhor, arrebata minha alma.
5 Piedoso é o Senhor, e justo: e nosso Deus tem misericórdia.
6 O Senhor guarda aos simples: desfeito estava eu, porém a mim me livrou.
7 Alma minha, torna a teu repouso: pois já o Senhor bem te fez.
8 Porque tu, ó Senhor, fizeste escapar minha alma da morte: meus olhos de lágrimas; e meus pés de tropeço.
9 Andarei perante a face do Senhor, em a terra dos viventes.
10 Cri, portanto falei: eu estive mui afligido.
11 Eu dizia em minha pressa: Todo homem é mentiroso.
12 Que pagarei ao Senhor por todos os benefícios que me fez?
13 Tomarei o copo de redenções: e invocarei o nome do Senhor.
14 Meus votos pagarei ao Senhor: agora, em presença de todo seu povo.
15 Preciosa é em olhos do Senhor a morte de seus privados.
16 Ah Senhor, deveras sou teu servo: sou teu servo, filho de tua serva; tu soltaste minhas ataduras.
17 Sacrificar-te-ei sacrifício de louvores: e invocarei o nome do Senhor.
18 Meus votos pagarei ao Senhor: agora, em presença de todo seu povo.
19 Nos pátios da Casa do Senhor, em meio de ti, ó Jerusalém. Hallelu-Iah.

 

XL

1 Salmo de David, para o Cantor mor.
2 Esperando esperei no Senhor: e inclinou-se a mim, e ouviu meu clamor.
3 Tirou-me de um lago de grande arruído, de um lamaceiro de lodo: e pôs meus pés sobre uma rocha; afirmou meus passos.
4 E pôs em minha boca uma canção nova, um hino para nosso Deus: muitos o verão e temerão, e confiarão no Senhor:
5 Bem-aventurado o varão, que põe no Senhor por sua confiança: e não atenta para os soberbos, e para os que se desviam à mentira.
6 Tu, Senhor meu Deus, multiplicaste para connosco tuas maravilhas e teus pensamentos: por ordem se não podem contar diante de ti: se eu os quiser denunciar e pronunciar, muitos mais são do que os possa contar.
7 De sacrifício e oferta de manjares te não agradaste, as orelhas me furaste; holocausto, nem expiação pelo pecado demandaste.
8 Então disse eu: Eis que venho; no rolo do livro está escrito de mim.
9 Tenho desejo, ó meu Deus, de fazer tua vontade; e tua Lei está no meio de minhas entranhas.
10 Denuncio justiça na grande congregação; eis que não retenho meus beiços: tu Senhor o sabes.
11 Tua justiça não encubro em meio de meu coração; tua verdade e tua salvação apregoo; não escondo tua benignidade e tua fidelidade na grande congregação.
12 Tu Senhor, não detenhas para comigo tuas misericórdias: tua benignidade e tua fidelidade continuamente me guardem.
13 Porque males sem número me rodearam, minhas maldades me prenderam, e não as pude ver: muitas mais são do que os cabelos de minha cabeça, e meu coração me desamparou.
14 Sejas servido, Senhor, de livrar-me: Senhor, apressura-te a minha ajuda.
15 Envergonhem-se, e confundam-se á uma, os que buscam minha alma para a destruírem: torne-se atrás, e confundam-se, os que tomam prazer em meu mal.
16 Assolados sejam em pago de sua afronta, os que dizem de mim: Ah, ah!
17 Folguem, e alegrem-se em ti, todos aqueles que te buscam: digam continuamente os que amam tua salvação: Magnificado seja o Senhor.
18 Bem estou eu miserável e necessitado, porém o Senhor cuida de mim: minha ajuda e meu libertador és tu; ah meu Deus, não te detenhas.

 

CXLV

1 Cântico de David. Aleph. Exalçarei, meu Deus, e Rei: e bendirei teu nome para sempre e eternamente.
2
Beth. Cada dia te bendirei: e louvarei teu nome para sempre e eternamente.
3
Gimel. Grande é o Senhor e grandemente louvável: e sua grandeza inescrutável.
4
Daleth. Geração a geração celebrará tuas obras: e denunciarão tuas proezas.
5
He. Da magnificência da glória de tua majestade, e de teus maravilhosos feitos falarei.
6
Vau. E a força de teus terríveis feitos relatarão: e eu tua grandeza contarei.
7
Zain. A lembrança da grandeza de tua bondade abundantemente derramaram: e tua justiça denunciaram com júbilo.
8
Heth. Piedoso e misericordioso é o Senhor: longânime, e grande em benignidade.
9
Teth. Bom é o Senhor para todos: e suas misericórdias são sobre todas suas obras.
10
Jod. Louvar-te-ão, Senhor, todas tuas obras: e teus privados te bendirão.
11
Caph. A glória de teu Reino publicarão: e tua potência relatarão.
12
Lamed. Para notificarem aos filhos dos homens tuas proezas, e a glória da magnificência de teu Reino.
13
Mem. Teu Reino é Reino de todos os séculos: e teu senhorio em toda geração e geração.
14
Samech. Sustém Senhor a todos os que caem: e levanta a todos abatidos.
15
Ain. Os olhos de todos se atêm a ti: e tu lhes dás seu mantimento a seu tempo.
16
Pe. Abres tua mão: e a tudo o que vive fartas, segundo tua boa vontade.
17
Tsade. Justo é o Senhor em todos seus caminhos: e benigno em todas suas obras.
18
Koph. Perto está o Senhor de todos os que o invocam: de todos os que o invocam em verdade.
19
Res. Faz a boa vontade dos que o temem: e ouve seu clamor, e livra-os.
20
Sin. Guarda o Senhor a todos os que o amam: porém a todos os ímpios destrua.
21
Thau. Minha boca publicará os louvores do Senhor: e de toda carne louvará seu santo nome para sempre e eternamente.

 

XXII

1 Salmo de David para o Cantor mor, sobre Ayeleth-Hassahar.
2 Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? Alongando-te de minha redenção, das palavras de meu bramido.
3 Deus meu, clamo de dia, e não me respondes: e de noite, e não tenho fôlego.
4 Porém tu és Santo: o que habitas entre os louvores de Israel.
5 Em ti confiaram nossos pais: confiaram, e os livraste.
6 A ti clamaram, e escaparam: em ti confiaram, e não se confundiram.
7 Porém eu sou bicho, e não varão: opróbrio dos homens, e desprezado do povo.
8 Todos os que me vêem, zombam de mim: arreganham os beiços, bolem com a cabeça, dizendo:
9 Remeteu-se ao Senhor, livre-o; e o escape agora; pois tem prazer nele.
10 Tu és porém o que me tiraste do ventre: o que me fizeste confiar, estando aos peitos de minha mãe.
11 Sobre ti fui lançado desde a madre: desde o ventre de minha mãe tu és meu Deus.
12 Não te alongues de mim, pois a angústia está perto: pois não há ajudador.
13 Muitos touros me cercaram: fortes touros de Basã me rodearam.
14 Abriram contra mim sua boca: como leão que despedaça e brama.
15 Como água me derramei, e desconjuntaram-se todos meus ossos: meu coração é como cera; derreteu-se em meio de minhas entranhas.
16 Minha força se secou como testo, e minha língua está pegada a meu paladar: e tu me põe no pó da morte.
17 Porque cães me rodearam: ajuntamento de malfeitores me cercou; furaram-me as mãos e os pés.
18 Poderia contar todos meus ossos: eles o estão vendo, e atentam para mim.
19 Partem entre si meus vestidos: e sobre minha vestidura lançam sortes.
20 Porém tu, Senhor, não te alongues: minha força, apressa-te a socorrer-me.
21 Faz escapar minha vida da espada: minha solitária da violência do cão.
22 Livra-me da boca do leão: e ouve-me dos cornos dos unicórnios.
23 Então contarei teu nome a meus irmãos: em meio da congregação te louvarei.
24 Os que temeis ao Senhor, o louvai; e vós toda a semente de Jacob, o glorificai: e o respeitai, vós toda a semente de Israel.
25 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele seu rosto: antes clamando a ele, ouviu.
26 De ti será meu louvor em grande congregação: pagarei meus votos, perante os que o temem.
27 Os mansos comerão, e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam: vosso coração viverá eternamente.
28 Todos os cabos da terra se lembrarão disso, e se converterão ao Senhor: e todas as gerações das gentes adorarão perante tua face.
29 Porque o reino é do Senhor: e ele domina entre as gentes.
30 Todos os gordos da terra comerão, e adorarão, e perante seu rosto se prostrarão todos os que descem ao pó: como também os que não podem reter sua vida.
31 A semente o servirá: será contada ao Senhor, de geração em geração.
32 Chegarão, e denunciarão sua justiça ao povo que nascer, porquanto ele o fez.

 

CIII

1 Salmo de David: Louva, alma minha, ao Senhor; e todas minhas entranhas a seu santíssimo nome.
2 Louva, alma minha, ao Senhor: e não te esqueças de nenhuns de seus benefícios.
3 Pois ele é o que perdoa todas tuas iniquidades: o que te sara de todas tuas enfermidades.
4 O que redime tua vida da perdição: o que te coroa com benignidade e misericórdias.
5 O que farta tua boca de bem: e tua mocidade se renova como a da águia.
6 O Senhor faz justiça, e juízos a todos os oprimidos.
7 Seus caminhos fez notórios a Moisés: e aos filhos de Israel seus feitos.
8 Misericordioso e piedoso é o Senhor: longânime, e grande em benignidade.
9 Não perpetuamente contenderá: nem para sempre reterá a ira.
10 Não nos faz conforme a nossos pecados: nem nos paga conforme a nossas iniquidades.
11 Porque quanto estão altos os céus sobre a terra: tanto prevalece sua benignidade sobre aqueles que o temem.
12 Quão longe o Ocidente está do Oriente, tão longe desvia de nós nossas transgressões.
13 Como o pai se apieda dos filhos: assim o Senhor se apieda daqueles que o temem.
14 Porque bem sabe ele que feitura seja a nossa: lembrando-se que somos pó.
15 Os dias do homem são como a erva: como a flor do campo, assim floresce.
16 Passando o vento por ela, logo perece: e seu lugar não conhece mais.
17 Porém a benignidade do Senhor está de eternidade em eternidade, sobre os que o temem: como também sua justiça sobre os filhos de seus filhos.
18 A saber sobre os que guardam seu concerto: e sobre os que se lembram de seus mandamentos, para os fazerem.
19 O Senhor nos céus afirmou seu trono: e seu Reino domina sobre tudo.
20 Louvai ao Senhor, seus Anjos: vós valentes Heróis, que guardais sua palavra; obedecendo à voz de sua palavra.
21 Louvai ao Senhor, todos seus exércitos: vós seus ministros, que fazeis seu beneplácito.
22 Louvai ao Senhor, todas suas obras, em todas as partes de seu senhorio; louva, alma minha, ao Senhor.

 

LXIX

1 Salmo e Cântico de David, para o Cantor mor.
2 Levantar-se-á Deus, seus inimigos serão dissipados: e os que o aborrecem, fugirão de sua face.
3 Como o fumo do vento é lançado ao longe, assim tu os lançarás: como a cera se derrete diante do fogo; assim os ímpios perecerão diante de Deus.
4 Porém os justos se alegraram, de prazer saltaram perante Deus, e folgaram-se de alegria.
5 Cantam a Deus, salmodiai a seu Nome: aplanai os caminhos para o que cavalga nas campinas, pois seu Nome é Senhor; e de prazer saltai perante ele.
6 Pai é de órfãos, e juiz de viúvas: Deus na habitação de sua santidade.
7 O Deus que aos solitários coloca em família, aos presos em grilhões tira: mas os rebeldes habitam em terra seca.
8 Ó Deus, saindo tu diante de teu povo: caminhando tu pelo deserto, Selá!
9 A terra se abalava, e os céus destilavam perante o rosto de Deus; até este Sinai, perante o rosto de Deus, o Deus de Israel.
10 Liberalmente, ó Deus, espargiste a chuva: e confortaste a tua herança, estando cansada.
11 Nela habitava teu rebanho: por tua bondade, ó Deus, a acomodavas ao miserável.
12 O Senhor dava que falar: havia um exército grande de anunciadores de boas novas.
13 Reis de exércitos fugiam, fugiam: e a que ficava em casa, repartia os despojos.
14 Ainda que jazêsseis entre duas carreiras de pedras, contudo sereis como as asas da pomba, cobertas de prata; e suas penas lavradas com amarelidões de ouro.
15 Espargindo o Omnipotente ali os Reis, alva ficou como a neve em em Tsalmon.
16 O monte de Basã é monte de Deus: o monte de Basã é monte corcovado.
17 Porque saltais, ó montes corcovados? A este monte Deus desejou para sua habitação: e o Senhor habitará nele eternamente.
18 Os carros de Deus são vinte mil milhares em dobro: o Senhor é entre eles um Sinai em santidade.
19 Subiste ao alto, cativaste o cativeiro, tomaste dons para repartir entre os homens: e até aos rebeldes, para habitarem consigo ó Senhor Deus.
20 Bendito seja o Senhor; se dia em dia nos carrega; Deus é nossa salvação, Selá!
21 Este Deus é um Deus de perfeita salvação: e com o Senhor há saídas da morte.
22 Pois Deus ferirá a cabeça de seus inimigos; a moleira cabeluda, do que anda em suas culpas.
23 Disse o Senhor: De Basã farei tornar a meu povo; das profundezas do mar o tornarei.
24 Para que metas teu é e a língua de teus cães no sangue dos inimigos, de cada qual deles.
25 Ó Deus, visto têm teus caminhos, os caminhos de meu Deus, de meu Rei, no Santuário.
26 Os cantores vão diante, os tangedores de trás: entre as donzelas, que tocam os adufes.
27 Nas congregações celebrai a Deus: ao Senhor, os que sois do manancial de Israel.
28 Ali está Benjamim o pequeno, que domina sobre eles; os Príncipes de Judá com seu ajuntamento: os Príncipes de Zabulão, e os Príncipes de Neftali.
29 Teu Deus ordenou tua força: fortalece, ó Deus, o que já obraste em nós.
30 Por amor de teu Templo em Jerusalém, os Reis te trarão presentes.
31 Repreende a fera das canas, a congregação dos touros, juntamente com as bezerras dos povos; aos que se fazem pavimento por pedaços de prata: dissipou os povos, que desejam guerra.
32 Embaixadores reais virão de Egipto: Etiópia se apressurará a estender suas mãos a Deus.
33 Reinos da terra, cantai a Deus: salmodiai ao Senhor, Selá!
34 Ao que cavalga sobre os céus dos céus de antiguidade: eis que com sua voz dá um brado veemente.
35 Dai fortaleza a Deus: sobre Israel está sua alteza, e sua fortaleza nas mais altas nuvens.
36 Tremendo és, ó Deus, desde teus Santuários: o Deus de Israel é o que dá fortaleza e forças ao seu povo; bendito seja Deus.

 

XXIII

1 Salmo de David. O Senhor é meu Pastor, nada me faltará.
2 Em pastos ervosos me faz deitar: mansamente me leva a águas muito quietas.
3 Refrigera a minha alma: guia-me por veredas de justiça, por seu nome.
4 Ainda que também andasse pelo vale da sombra de morte, não temeria algum mal; porque tu estás comigo: tua vara e teu cajado me consolam.
5 Aparelhas a mesa perante mim em fronte de meus adversários: unges minha cabeça com azeite, meu copo transborda.
6 Pois o bem e a beneficência me seguirão todos os dias de minha vida: e ficarei na casa do Senhor por longos dias.

 

XVIII

1 Para o Cantor mor. Salmo do servo do Senhor, David, o qual falou as palavras deste cântico ao Senhor, no dia que o Senhor o livrou das mãos de todos seus inimigos, e das mãos de Saul.
2 Disse pois: De coração te amarei, Senhor, fortaleza minha.
3 O Senhor é minha penha, e meu lugar forte, e meu livrador, meu Deus, meu rochedo, em quem confio: meu escudo, e a força de minha salvação, meu alto refúgio.
4 Ao Senhor digno do louvor invoquei: e de meus inimigos fiquei livre.
5 Cordéis de morte me cercaram: e ribeiros de Belial me assombraram.
6 Cordéis de inferno me cingiram: encontraram-me laços de morte.
7 Estando em angústia, invoquei ao Senhor, e clamei a meu Deus: desde seu palácio ouviu minha voz; e meu clamor perante sua face chegou a seus ouvidos.
8 Então a terra se abalou e tremeu, e os fundamentos dos montes se moveram, e abalaram-se, porquanto se indignou.
9 Subiu fumo de seu nariz, e de sua boca saiu fogo que consumia: carvões se encenderam dele.
10 E abaixou os céus, e desceu: e escuridão havia debaixo de seus pés.
11 E cavalgou sobre um Querubim, e voou: e voou ligeiro sobre as asas do vento.
12 Pôs as trevas por seu escondedouro, sua tenda ao redor dele: escuridade de águas, nuvens dos céus.
13 Do resplendor de sua presença suas nuvens se espalharam: também a saraiva, e as brasas de fogo.
14 E trovoou em os céus o Senhor; e o Altíssimo alçou sua voz: saraiva e brasas de fogo caíram.
15 E despediu suas setas, e dissipou-os: e multiplicou raios, e os perturbou.
16 E as profundezas das águas se viram, e os fundamentos do mundo se descobriram por tua repreensão, Senhor, pelo assopro do vento de teu nariz.
17 Desde o alto enviou, e me tomou: tirou-me de muitas águas.
18 Livrou-me de meu possante inimigo, e de meus aborrecedores; porquanto mais poderosos eram que eu.
19 Encontraram-me no dia de minha calamidade: porém o Senhor me foi encosto.
20 E tirou-me à largura: arrebatou-me, porque tinha prazer em mim.
21 Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça: conforme a pureza de minhas mãos me rendeu.
22 Porque guardei os caminhos do Senhor: e impiamente me não apartei de meu Deus.
23 Porque todos seus juízos estavam diante de mim: e seus estatutos não rejeitei de mim.
24 Mas fui sincero com ele: e recatei-me de minha maldade. 25 E rendeu-me o Senhor conforme a minha justiça: conforme a pureza de minhas mãos perante seus olhos.
26 Com o benigno te mostras benigno: e com o varão sincero te mostras sincero.
27 Com o puro te mostras puro: mas com o perverso te mostras lutador.
28 Porque tu livras ao povo aflito: e abates aos olhos altivos.
29 Porque tu fazes alumiar minha candeia: Senhor meu Deus faz esclarecer minhas trevas.
30 Porque contigo entro por um esquadrão: e com meu Deus salto por um muro.
31 O caminho de Deus é perfeito: a palavra do Senhor é refinada; escudo é para todos os que nele confiam.
32 Porque quem é Deus, senão o Senhor? E quem é rochedo, senão nosso Deus?
33 Deus é o que me cinge de força: e aperfeiçoa meu caminho.
34 Faz meus pés como os das cervas: e em minhas alturas me põe.
35 Ensina minhas mãos a guerrear, que um arco de aço foi quebrado por meus braços.
36 Também me deste o escudo de tua salvação, e tua mão direita me susteve; e tua mansidão me engrandeceu.
37 Alargaste meus passos debaixo de mim: e meus artelhos não vacilaram.
38 Persegui a meus inimigos, e os alcancei: e nunca me tornei, até os não consumir.
39 Atravessei-os, que mais se não puderam levantar: caíram debaixo de meus pés.
40 Porque me cingiste de força para a peleja: fizeste abater debaixo de mim, aos que contra mim se levantaram.
41 E deste-me o toutiço de meus inimigos: e desfiz a meus aborrecedores.
42 Clamaram, porém não houve livrador: ao Senhor, porém não lhes respondeu.
43 Então os esmiucei, como o pó ao vento: como a lama das ruas os deitei fora.
44 Livraste-me de contendas do povo: puseste-me por cabeça das gentes; o povo que não conheci, me serviu.
45 Em ouvindo minha voz, logo me obedeceram: estranhos fingidamente se me sujeitaram.
46 Estranhos decaíram: e de medo tremeram de seus encerramentos.
47 O Senhor vive, e bendito seja meu rochedo: e exaltado seja o Deus de minha salvação.
48 O Deus, que me dá inteira vingança: e sujeita os povos debaixo de mim.
49 O que me livra de meus inimigos; também tu me exalças sobre os que se levantam contra mim; do varão violento me livras.
50 Pelo que, Senhor, te louvarei entre as gentes; e a teu Nome salmodiarei.
51 Que engrandece as salvações de seu Rei, e usa de benignidade com seu Ungido, com David, e com sua semente, para todo sempre.

 

XCI

1 Aquele que reside no escondedouro do Altíssimo, tresnoitará à sombra do Omnipotente.
2 Direi ao Senhor: Tu és meu refúgio, e minha fortaleza: Deus meu, em quem ponho minha confiança.
3 Porque ele te fará escapar do laço do passarinheiro: e da peste perniciosa.
4 Com suas penas te encobrirá, e debaixo de suas asas estarás confiado: sua verdade é rodela e escudo.
5 Não temerás do espanto nocturno: nem da seta que voa de dia.
6 Da peste, que anda ás escuras: da mortandade, que assola ao meio-dia.
7 À tua ilharga cairão mil, e à tua dextra dez mil: porém a ti não chegará.
8 Tão-somente com teus olhos atentarás: e verás a recompensa dos ímpios.
9 Porque tu, Senhor, és meu refúgio: ao Altíssimo puseste por teu retiro.
10 Mal nenhum te sucederá: nem alguma praga chegará à tua tenda.
11 Porque a seus Anjos te encomendará: para que te guardem em todos teus caminhos.
12 Em as mãos te levarão: para que com o teu pé em pedra alguma não tropeces.
13 Pisarás sobre o feroz leão e áspide: atropelarás ao filho do leão, e ao dragão.
14 Porquanto tão afectuosamente me amou, (diz o Senhor,) também eu o livrarei: em retiro alto o porei, porque conhece meu nome.
15 Ele me invocará, e eu o escutarei; estarei com ele na angústia: dela o retirarei, e o glorificarei.
16 De lonjura de dias o fartarei: e lhe farei ver minha salvação.

 

CXXVII

1 Cântico dos degraus, de Salomão. Se o Senhor não edifica a casa, em vão trabalham nela seus edificadores: se o Senhor não guarda a cidade, em vão vigia a sentinela.
2 Por de mais é levantar-vos a madrugar, repousar tarde, comer o pão de dores: assim é que Deus dá a seu amado o sono.
3 Eis aqui, que herança do Senhor são os filhos: e galardão o fruto do ventre.
4 Quais são as frechas na mão do valente: tais são os filhos da mocidade.
5 Bem-aventurado o varão que encheu deles sua aljava: não serão confundidos, quando falarem com os inimigos à porta.

 

LXIX

1 Salmo de David, para o Cantor mor, sobre Sofannin.
2 Livra-me ó Deus: porque as águas entraram até à alma.
3 Afundei-me em um profundo lamaceiro, aonde se não pode estar em pé: entrei nas profundezas das águas, e a corrente me leva.
4 Já estou cansado de clamar; minha garganta enrouqueceu: meus olhos desfaleceram, esperando eu a meu Deus.
5 Os que sem causa me aborrecem, sobrepassam os cabelos de minha cabeça: têm-se feito poderosos, os que me procuram arruinar, os que por falsidades se fazem meus inimigos; o que não furtei, entonces o rendi.
6 Tu, ó Deus, bem sabes minha loucura: e minhas culpas não estão encobertas perante ti.
7 Não sejam envergonhados por mim aqueles que te esperam, ó Senhor, Senhor dos exércitos: não sejam confusos por mim os que te buscam, ó Deus de Israel.
8 Porque por amor de ti suporto afrontas: confusão cobriu meu rosto.
9 Fui estranho a meus irmãos: e desconhecido aos filhos de minha mãe.
10 Porque o zelo de tua casa me comeu: e as afrontas dos que te afrontam, caíram sobre mim.
11 E chorei em o jejum de minha alma: mas isto se me tornou em afrontas.
12 E pus-me por vestido um saco: mas lhes fui por ditado.
13 Paroleiam de mim os que se assentam á porta: e chacota sou dos bebedores de cidra.
14 Eu porém faço minha oração a ti, Senhor, no tempo do agrado; ó Deus, pela grandeza de tua benignidade, ouve-me pela fidelidade de tua salvação.
15 Tira-me do lamaceiro, e não me deixes afundar: escape dos que me aborrecem, e das profundezas das águas.
16 Não me leve a corrente das águas, e não me absorva a profundeza: nem o poço cerre sobre mim sua boca.
17 Ouve-me, Senhor, pois boa é tua benignidade: segundo tua muitíssima piedade atenta para mim.
18 E não escondas teu rosto de teu servo: porque estou angustiado; apressura-te, e ouve-me.
19 Achega-te a minha alma, e a liberta: por causa de meus inimigos me redime.
20 Bem tu sabes minha afronta, e minha vergonha, e minha confusão: diante de ti estão todos meus angustiadores.
21 Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo: e esperei compaixão, porém nenhuma se achou; como também consoladores, porém tampouco os achei.
22 E até fel me deram por mantimento: e em minha sede me abeberaram com vinagre.
23 Torne-se-lhes sua mesa perante eles em laço: e por sua inteira recompensa, em ruína.
24 Seus olhos se escureçam, que não possam ver: e faz que seus lombos continuamente titubeiem.
25 Derrama sobre eles tua indignação: e o ardor de tua ira os prenda.
26 Seu palácio se assole: em suas tendas não haja morador.
27 Porque ao que tu feriste, perseguem: e da dor de teus chagados fazem contos.
28 Põem maldade sobre sua maldade: e não entrem em tua justiça.
29 Risquem-se do livro da vida: e com os justos se não escrevam.
30 Eu porém estou aflito e doloroso: tua salvação, ó Deus, me ponha em alto retiro.
31 Louvarei o nome de Deus com cântico: e magnificá-lo-ei com acção de graças.
32 E mais agradará ao Senhor, do que boi, ou bezerro pontudo, e de unhas divisa.
33 Os mansos vendo-o, se alegrarão: e os que buscais a Deus, vosso coração viverá.
34 Porque o Senhor ouve aos necessitados: e não despreza a seus presos.
35 Os céus e a terra o louvem: os mares, e tudo quanto se move neles.
36 Porque Deus redimirá a Sião, e edificará as cidades de Judá: e habitarão ali, e a possuirão em herança.
37 E a semente de seus servos a herdará: e os que amam seu nome, habitarão nela.

 

I

1 Bem-aventurado o varão, que não anda no conselho dos ímpios; nem está no caminho dos pecadores; nem se assenta no assento dos zombadores.
2 Antes tem seu prazer na Lei do Senhor: e em sua Lei medita de dia e de noite.
3 Porque será como a árvore, plantada junto a ribeiros de águas: que dá seu fruto a seu tempo, e suas folhas não caem; e tudo quanto fizer, prosperará.
4 Assim não serão os ímpios: mas como a pragana que o vento espalha.
5 Pelo que nem os ímpios subistirão no juízo: nem os pecadores no ajuntamento dos justos.
6 Porque o Senhor conhece o caminho dos justos: porém o caminho dos ímpios perecerá.

 

Tradução: João Annes Ferreira d'Almeida
Fixação do texto: José Tolentino Mendonça

Atualizado em 15.06.09

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