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José Tolentino Mendonça prefacia tradução portuguesa de livro sobre monges trapistas de Tibhirine

O padre José Tolentino Mendonça prefaciou a tradução portuguesa do livro “Christophe Lebreton - Monge mártir e mestre espiritual para os nossos dias”, do arcebispo emérito de Argel, Henri Teissier, que vai ser apresentada no dia 13 de setembro, em Lisboa.

O prelado chega a Portugal esta terça-feira, dia 11, para um conjunto de conferências de lançamento do volume centrado no último diário de Cristophe Lebreton, um dos monges trapistas do Mosteiro de Nossa Senhora do Atlas, na Argélia, assassinado em 1996, revela uma nota enviada ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

O programa do lançamento no dia 13 decorre no auditório do Montepio (Rua do Ouro, 219, Metro Baixa-Chiado), começando às 16h30 com a projeção do filme “Dos homens e dos deuses”, do realizador Xavier Beauvois, inspirado nos acontecimentos que levaram ao homicídio de sete monges do mosteiro de Tibhirine, entre os quais Cristophe Lebreton.

O filme recebeu o Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes de 2010 e segundo o jornal New York Times é provavelmente o melhor filme sobre compromisso cristão.

Pelas 19h00 realiza-se a conferência do arcebispo de Argel, “Viver encontros evangélicos com todos”, ocasião que vai servir para o lançamento do livro editado pelos Missionários da Consolata, que organizam a visita do prelado a Portugal.

As intervenções de D. Henri Teissier começam no dia 12 com uma conferência de imprensa marcada para as 14h30 na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro (Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146, Lisboa).

O arcebispo profere uma conferência às 9h30 do dia 15 nas Jornadas Missionárias que decorrem em Fátima, e a 17 de setembro fala no Fórum Cultural de Ermesinde às 21h00.

As últimas preleções do prelado em Portugal ocorrem no dia 18, no Porto (auditório da Universidade Católica, Foz, 21h30), e a 19, em Braga (Auditório Vita, 21h00).

Henri Teissier, arcebispo emérito de Argel, é de origem francesa, mas é cidadão argelino desde há 46 anos. Chegado à Argélia aos 16 anos, com toda a sua família, depois dos estudos no seminário, estudou dois anos na Universidade do Cairo, no Egito, onde aperfeiçoou os seus conhecimentos do mundo árabe e islâmico.

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Nomeado Bispo de Oran em 1972, foi proposto para arcebispo coadjutor do cardeal Duval em Argel em 1981 e foi arcebispo titular de 1988 a 2008.

Foi vice-presidente da Caritas Internacional para os países árabes de 1979 a 1988, para além de outras grandes responsabilidades na Igreja do Norte de África.

O arcebispo emérito especialista das relações entre cristãos e muçulmanos tem participado em colóquios e proferido conferências nos países do Magreb, Médio Oriente e Europa.

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A relação de D. Henri Teissier com o mosteiro de Tibhirine antes e depois dos acontecimentos narrados no filme “Dos homens e dos deuses” está patente em algumas passagens da obra.

«Pessoalmente, enquanto sacerdote da diocese de Argel, tinha com os monges o relacionamento que todos tinham, mas a minha relação com o mosteiro intensificou-se quando fui nomeado bispo. Efetivamente, depois de ter sido bispo de Oran de 1973 a 1981, regressei a Argel, primeiro como bispo coadjutor do cardeal Duval e depois, a partir de 1988, como arcebispo titular.
A partir de então, de dois em dois meses, tinha o dever de ir ao mosteiro.(…)»

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«O que para nós era particularmente comovente era a qualidade das relações humanas e espirituais que os monges tinham sabido estabelecer com os vizinhos muçulmanos.»

«Por duas vezes o padre abade me pediu que recebesse individualmente cada um dos monges para verificar a liberdade de decisão que eles tomavam de ficar, apesar dos perigos que cercavam o mosteiro.»

«(…) os doentes relacionavam-se mais com o Irmão Luc, médico, cujo consultório frequentavam, outros com o irmão guardião, Amedée, outros com o irmão Christophe, por razões de trabalho, porque era o hortelão, ou com o irmão Paul de quem todos conheciam as competências de canalizador.
Alguns sabiam também partilhar com o irmão Christian as suas preocupações espirituais, mas todos reconheciam o valor da oração dos monges e utilizavam até a sala de oraçã, que o mosteiro tinha preparado para eles, aberta para a estrada.»

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«Após o anúncio da sua morte, a 21 de maio de 1996, recebemos muitíssimos testemunhos de simpatia de pessoas muito diversas da sociedade argelina. E foi então que o mistério da generosidade monástica, até então escondida numa região isolada do Atlas, se revelou ao mundo, antes de mais através do testamento de Christian e depois através de vários testemunhos da família cisterciense e da nossa Igreja da Argélia.
A vocação da nossa Igreja a viver um encontro humano e espiritual com os irmãos e irmãs argelinos e muçulmanos, através da fidelidade ao Evangelho, nunca foi tão abertamente manifesta e tão amplamente descoberta para lá do nosso pequeno círculo de cristãos da Argélia.»

FotoChristophe Lebreton

«Muitos de facto duvidam da possibilidade de uma verdadeira comunicação entre cristãos e muçulmanos, na convicção de que os universos de referências religiosas das duas religiões estão demasiado afastados para que se estabeleça um verdadeiro intercâmbio entre os dois interlocutores. Os numerosos testemunhos de reconhecimento recebidos, após a morte de tantos nossos irmãos, provaram-nos a profundidade de laços que se tinham estabelecido entre esses nossos irmãos chamados por Deus e seus amigos muçulmanos.»

 

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Rui Jorge Martins
Imagens: "Dos homens e dos deuses"
© SNPC | Corrigido em 12.09.12 (padre Tolentino não participa na sessão de apresentação do livro)

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