Impressão digital
Paisagens
Pedras angulares A teologia visual da belezaQuem somosIgreja e CulturaPastoral da Cultura em movimentoImpressão digitalVemos, ouvimos e lemosPerspetivasConcílio Vaticano II - 50 anosPapa FranciscoBrevesAgenda VídeosLigaçõesArquivo

Filosofia contemporânea

Leonardo Coimbra: Deus, o constante presente

Escreve José Marinho, em “O Pensamento Filosófico de Leonardo Coimbra”, sobre seu mestre e a questão de Deus: «Deus não é, para Leonardo Coimbra, filósofo essencialmente religioso, o apenas suposto, ou posto apenas no termo do processo do pensamento (…) Deus foi o constante presente, pois presente é sempre em todos os momentos significativos da obra do pensador».

Podemos concluir que a filosofia de Leonardo Coimbra será atravessada pela teologia, como radicalização do pensar filosófico, pois, ainda sobre a questão de Deus em Leonardo Coimbra, escreve Pinharanda Gomes: «No pensamento expresso de Leonardo Coimbra, Deus é imenso: está em toda a parte (…) A teologia surge como um interior da filosofia (…) A teologia não é outro campo a par da filosofia; a teologia é um elemento, ainda que soerguido, da paisagem da filosofia».

No dia 29 de dezembro de 1883, nascia na freguesia de Borba de Godim, na vila da Lixa, Leonardo José Coimbra. Sua mãe, D. Bernardina Teixeira Leite Coimbra, descendia de uma antiga família da região e recebeu a sua educação no Colégio das Ursulinas, em Braga. Seu pai, Dr. António Coimbra, era ilustre médico formado na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Todavia, o Dr. António, pai de Leonardo, morreu cedo com um problema cardíaco, deixando oito filhos, Leonardo tinha dezoito anos à época. 

O jovem Leonardo fez os seus primeiros estudos e ainda os secundários no Colégio do Carmo, que era um Colégio interno, onde estavam também os seus irmãos, em Penafiel. Era um Colégio rigoroso como refere o próprio Leonardo: «O meu colégio era dos velhos moldes; a disciplina era brutal e assustadora (…) Se consultam a minha proficiência pedagógica, dir-lhes-ei que a do meu colégio era péssima: reconheço todavia que ela me fez sonhador. Sim, foi no colégio que aprendi a cismar».

Terminados os estudos no Colégio, Leonardo Coimbra, com catorze anos, matricula-se em 1898 na Escola Naval de Coimbra, mas no ano letivo de 1905-1906 inicia, na Academia Politécnica do Porto, o Curso Superior de Letras, que termina quatro anos depois em Lisboa. Terminado o Curso Superior de Letras em Lisboa começa a lecionar em vários liceus. Leonardo Coimbra leciona no Liceu Central do Porto, em 1910-1911. Entre 1911 e 1912 dirigiu o Colégio dos Órfãos de Braga.

Em 1912 apresenta a sua tese “O Criacionismo” no concurso para Assistente de Filosofia da Faculdade Letras de Lisboa, cujo arguente era o Prof. Silva Cordeiro, mas Leonardo Coimbra não consegue o lugar e volta ao Porto. No mesmo ano funda, com Teixeira de Pascoaes, António Sérgio e Raul Proença, o movimento “Renascença Portuguesa”, cujo principal órgão de comunicação e divulgação era a o jornal “A Águia”.

No ano de 1913 inicia a sua atividade política, filiando-se no Partido Republicano Português e adere à Maçonaria. Entre dezembro de 1913 e abril de 1914 leciona na Universidade Popular da Póvoa do Varzim, e entre abril e maio de 1914, leciona na Universidade do Porto. O ano de 1914 é o ano em que tem início a I Guerra Mundial, à qual Leonardo Coimbra, como ninguém, não é indiferente. No ano de 1915 torna-se professor no liceu Gil Vicente, em Lisboa.

Em dezembro de 1917 tem lugar o golpe revolucionário de Sidónio Pais, que instaura a chamada “Nova República”, tornando-se Sidónio Pais o seu primeiro Presidente, que viria a ser assassinado em 1918, no Porto. Inicia-se então uma crise no seio do regime que durará oito anos. Em 28 de maio de 1926 o movimento denominado “Revolução Nacional” põe termo ao regime.

Durante o “sidonismo” Leonardo Coimbra encontra-se preso, mas em 1919, entre abril e junho, é nomeado Ministro da Instrução Pública (cargo que ocupará novamente em 1923) e nesse mesmo ano funda a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde passa a lecionar Filosofia até ao ano de 1931. 

Nos finais de 1935 converte-se ao catolicismo, casa na Igreja e pede o batismo para os seus filhos. No ano de 1936, a 2 de janeiro, três dias depois de ter tido um acidente de automóvel, morria o filósofo e político português Leonardo José Coimbra, no Porto. A sua obra completa foi publicada em 1983, pela Lello e Irmão, em dois volumes. 

 

L. Oliveira Marques
© SNPC | 13.04.11

Leonardo Coimbra




























Citação


























Citação

 

Ligações e contactos

 

 

Página anteriorTopo da página

 


 

Receba por e-mail as novidades do site da Pastoral da Cultura


Siga-nos no Facebook

 


 

 


 

 

Secções do site


 

Procurar e encontrar


 

 

Página anteriorTopo da página