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Migrantes: Papa Francisco pede criação de emprego e diz que é preciso passar do «medo» à «hospitalidade»

A mensagem do papa Francisco para o 100.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja assinala a 19 de janeiro, apela a «um espírito de profunda solidariedade e compaixão» por quem deixa a sua terra em busca de uma vida melhor.

«É necessário passar de uma atitude de defesa e de medo, de desinteresse ou de marginalização – que, no final, corresponde precisamente à "cultura do descartável" – para uma atitude que tem por base a "cultura do encontro", a única capaz de construir um mundo mais justo e fraterno, um mundo melhor», frisa Francisco.

No documento, intitulado "Migrantes e refugiados: rumo a um mundo melhor", o papa vinca que «criar oportunidades de emprego nas economias locais impediria (…) a separação das famílias e garantiria condições de estabilidade e de serenidade para os indivíduos e comunidades».

FotoLuc Gnago/Reuters

Excertos da mensagem:

«Se por um lado, as migrações muitas vezes denunciam fragilidades e lacunas nos Estados e na Comunidade internacional, por outro, revelam a aspiração da humanidade de viver a unidade, no respeito às diferenças; de viver o acolhimento e a hospitalidade, que permitem a partilha equitativa dos bens da terra; de viver a proteção e a promoção da dignidade humana e da centralidade de cada ser humano.»

FotoDarrin Zammit Lupi/Reuters

«A solidariedade e o acolhimento, os gestos fraternos e de compreensão, veem-se contrapostos à rejeição, discriminação, aos tráficos de exploração, de dor e de morte.»

«Motivo de preocupação são, principalmente, as situações em que a migração não só é forçada, mas também realizada através de várias modalidades de tráfico humano e de escravidão. O "trabalho escravo" é hoje uma moeda corrente!»

FotoOlivier Chassot/Handout/UNAMID

«Apesar dos problemas, dos riscos e das dificuldades que devem ser enfrentados, aquilo que anima muitos migrantes e refugiados é o binómio confiança e esperança: eles trazem em seus corações o desejo de um futuro melhor não só para si mesmos, mas também para as suas famílias e para os entes queridos.»

FotoMatt York/AP

«O nosso coração quer um "mais" que não seja simplesmente conhecer mais ou ter mais, mas que seja essencialmente um ser mais.»

«Não se pode reduzir o desenvolvimento a um mero crescimento económico, alcançado, muitas vezes, sem tem em conta os mais fracos e indefesos. O mundo só pode melhorar se a atenção é dirigida, em primeiro lugar, à pessoa; se a promoção da pessoa é integral, em todas as suas dimensões, inclusive a espiritual; se não se deixa ninguém de lado, incluindo os pobres, os doentes, os encarcerados, os necessitados, os estrangeiros (cf. Mt 25, 31-46); caso se passe de uma cultura do descartável para uma cultura do encontro e do acolhimento.»

FotoFrancesco Malavolta/AP

«Enquanto incentivamos o desenvolvimento em vista de um mundo melhor, não podemos silenciar o escândalo da pobreza nas suas várias dimensões. Violência, exploração, discriminação, marginalização, abordagens restritivas às liberdades fundamentais, tanto para o indivíduo quanto para grupos, são alguns dos principais elementos da pobreza que devem ser superados.»

FotoWagino/AP

«Fugindo de situações de miséria ou de perseguição em vista de melhores perspectivas ou para salvar a sua vida, milhões de pessoas embarcam no caminho da migração e, enquanto esperam encontrar a satisfação das expetativas, muitas vezes o que encontram é suspeita, fechamento e exclusão; quando não são golpeados por outros infortúnios, muitas vezes, mais graves e que ferem a sua dignidade humana.»

FotoABC/AP

«Os migrantes e refugiados não são peões no tabuleiro de xadrez da humanidade. Trata-se de crianças, mulheres e homens que deixam ou são forçados a abandonar as suas casas por vários motivos, que compartilham o mesmo desejo legítimo de conhecer, de ter, mas, acima de tudo, de ser mais.»

«No caminho, ao lado dos migrantes e refugiados, a Igreja esforça-se para compreender as causas que estão na origem das migrações, mas também se esforça no trabalho para superar os efeitos negativos e aumentar os impactos positivos nas comunidades de origem, de trânsito e de destino dos fluxos migratórios.»

FotoJon Nazca/Reuters

«A realidade das migrações, com as dimensões que assume na nossa época de globalização, precisa ser tratada e gerida de uma maneira nova, justa e eficaz, o que exige, acima de tudo, uma cooperação internacional e um espírito de profunda solidariedade e compaixão. É importante a colaboração em vários níveis, com a adoção unânime de instrumentos de regulamentação para proteger e promover a pessoa humana.»

FotoFarah Abdi Warsameh/AP

«Trabalhar juntos por um mundo melhor requer a ajuda mútua entre os países, com abertura e confiança, sem levantar barreiras intransponíveis. Uma boa sinergia pode ser um incentivo para os governantes enfrentarem os desequilíbrios socioeconómicos e uma globalização sem regras, que se encontram entre as causas das migrações em que as pessoas são mais vítimas do que protagonistas. Nenhum país pode enfrentar sozinho as dificuldades associadas a esse fenómeno que, sendo tão amplo, já afeta todos os Continentes com o seu duplo movimento de imigração e emigração.»

FotoMark Baker/AP

«É também importante ressaltar como essa colaboração já começa com o esforço que cada país deveria fazer para criar melhores condições económicas e sociais no seu próprio território, para que a emigração não seja a única opção para aqueles que buscam a paz, a justiça, a segurança e o pleno respeito da dignidade humana. Criar oportunidades de emprego nas economias locais impediria, para além do mais, a separação das famílias e garantiria condições de estabilidade e de serenidade para os indivíduos e comunidades.»

FotoVadim Ghirda/AP

«Não é raro que a chegada de migrantes, prófugos, requerentes de asilo e refugiados desperte desconfiança e hostilidade nas populações locais. Surge o medo que se produzam perturbações na segurança social, que se corra o risco de perder a identidade e a cultura, que se alimente a concorrência no mercado de trabalho ou, ainda, que se introduzam novos fatores de criminalidade.»

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«Os meios de comunicação social (…) têm um papel de grande responsabilidade: cabe a eles, de fato, desmascarar estereótipos e fornecer informações corretas, o que significará denunciar o erro de alguns, mas também descrever a honestidade, a retidão e a magnanimidade da maioria.»

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«Penso como também a Sagrada Família de Nazaré teve que viver a experiência de rejeição no início do seu caminho: Maria «deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar na hospedaria» (Lc 2,7). Além disso, Jesus, Maria e José experimentaram o que significa deixar sua terra natal e ser migrantes: ameaçados pela sede de poder de Herodes, foram forçados a fugir e buscar refúgio no Egito (cf. Mt 2,13-14). Mas o coração materno de Maria e o coração zeloso de José, Protetor da Sagrada Família, sempre mantiveram a confiança de que Deus nunca abandona. Pela intercessão deles possa ser sempre firme no coração do migrante e do refugiado esta mesma certeza.»

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«Não são os critérios de eficiência, produtividade, de classe social, de pertença étnica ou religiosa que fundamentam a dignidade da pessoa, mas sim o fato de ser criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26-27), e, ainda mais, o fato de ser filhos de Deus; todo ser humano é um filho de Deus! Nele está impressa a imagem de Cristo! Trata-se, então, de o vermos, nós, em primeiro lugar, e de ajudar os outros a verem no migrante e no refugiado não só um problema para lidar, mas um irmão e uma irmã a serem acolhidos, respeitados e amado.»

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«Trata-se de uma oportunidade que a Providência nos oferece para contribuir na construção de uma sociedade mais justa, de uma democracia mais completa, de um país mais inclusivo, de um mundo mais fraterno e de uma comunidade cristã mais aberta, de acordo com o Evangelho.»

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«Queridos migrantes e refugiados! Não percais a esperança de que também a vós está reservado um futuro mais seguro; Que possais encontrar nos vossos caminhos uma mão estendida; que vos seja permitido experimentar a solidariedade fraterna e o calor da amizade!»

 

Edição: Rui Jorge Martins
© SNPC | 18.01.14

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FotoPapa Francisco
Lampedusa, Itália, 8.7.2013
REUTERS/Alessandro Bianchi

 

 

 

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