O número de católicos batizados aumentou 1% entre 2014 e 2015, passando de 1.272 milhões para 1.285, constituindo 17,7% da população mundial, revelam dados do Anuário Estatístico da Igreja de 2015, divulgados hoje pelo Vaticano, coincidindo com a sua distribuição nas livrarias.
África: aumento de 19,4%
Se se adotar uma perspetiva de médio prazo, com referência a 2010, constata-se um crescimento mais robusto de 7,4%. O aumento assume diferentes variações de continente para continente: enquanto em África se regista um aumento de 19,4% no mesmo período (o número de católicos subiu de 186 para 222 milhões), na Europa a situação é estável: perto de 286 milhões, mais 800 mil do que em 2014, 1,3 milhões a menos do que em 2014, tendência explicada pelo previsível declínio da população.
Na América e na Ásia registaram-se aumentos de 6,7% e 9,1%, respetivamente, igualmente em linha com o crescimento demográfico em ambos os continentes. Na Oceânia o número de católicos mantém-se estacionário.
Em termos percentuais, o peso do continente africano aumenta em relação ao total de católicos, que sobe de 15,5% para 17,3%. A Europa representa hoje 22% do total, quando em 2010 era de 23,8%.
A América permanece o continente a que pertencem quase 49% dos católicos batizados, ao passo que no continente asiático esse número representa 11% e, na Oceânia, 0,8%.
Brasil é o país com maior número de católicos
O conjunto dos dez países com maior número de católicos batizados é liderado pelo Brasil (172,2 milhões, que representam 26,4% do total dos católicos do continente americano).
Seguem-se o México (110,9 milhões), as Filipinas (83,6 milhões), os EUA (72,3), Itália (58), França (48,3), Colômbia (45,3), Espanha (43,3), República Democrática do Congo (43,2) e Argentina (40,8).
Diminuição do número de sacerdotes
As estatísticas relativas a 2015 indicam que o número de membros do clero no mundo é de 466.215, com 5.304 bispos, 415.656 sacerdotes e 45.255 diáconos permanentes.
Comparativamente a 2014 há uma queda do número de padres, invertendo-se a tendência crescente que caracterizou os anos entre 2000 e 2014.
A redução total entre 2014 e 2015 é de 136 sacerdotes, sendo mais acentuada na Europa com 2.502 (- 5,8%). Nos outros continentes registam-se variações positivas: 1.133 em África (+ 17,4%), 47 na América (+ 0,35%), 1.104 na Ásia (+ 13,3%) e 82 na Oceânia (- 2%).
Os sacerdotes pertencentes a dioceses são mais 1,6%, passando de 277.009 em 2010 para 281.514 em 2015. Os sacerdotes religiosos, pouco mais de 134 mil em 2015, estão em queda constante (- 0,8%).
Aumento da quantidade de diáconos permanentes
Os diáconos permanentes aumentaram 14,4% em 2015 relativamente aos dados de 2010, passando de 39.564 para 45.255. Estes números melhoram em todos os continentes a ritmos significativos.
Baixa o número de religiosos não sacerdotes e de religiosas
Os religiosos professos que não foram ordenados padres passaram de 54.665 em 2010 para 54.229 em 2015. A Europa, América e Oceânia contribuíram para esta queda, contrabalançada pelo crescimento em África e na Ásia, embora, neste continente, em menor medida.
As religiosas professas, que em 2015 ultrapassavam em 61% o número de sacerdotes de todo o planeta, estão em clara diminuição (7,1%): de 721.935 em 2010 para 670.320 em 2015.
A África é o continente com maior quantidade de religiosas, que passaram de 66,375 em 2010 para 71.567 em 2015. Segue-se a região do sudeste asiático (160.564 para 166.786).
Regista-se uma contração evidente na América do Norte (- 17,9% nos cinco anos, - 3,6% como taxa de variação média anual), Europa (- 13,4% e - 2,7%) e Oceânia (- 13,8% e - 2,7%).
Queda das vocações sacerdotais
Prossegue o decréscimo que desde há alguns anos caracteriza as vocações sacerdotais: em 2015 os seminaristas maiores eram 116.843, contra 116.939 em 2014, 118.251 em 2013, 120.051 em 2012, 120.616 em 2011 e 118.990 em 2010. Também nas Américas se assistiu a uma contínua diminuição das vocações (- 8,1%).
Em África, ao contrário, o número de seminaristas maiores naquele quinquénio aumentou constantemente, totalizando um incremento de 7,7%.
No Médio Oriente a diminuição foi acentuada até 2013, e desde então não se verifica uma tendência definida. No sul oriental da Ásia, ao crescimento inicial terminado em 2012 (+ 4,5% em relação a 2010), seguiu-se uma acentuada diminuição de seminaristas maiores (- 1,6% comparativamente a 2012). O mesmo fenómeno acontece na Oceânia, com o número mais alto registado em 2012, assistindo-se depois a um decréscimo que, em relação àquele ano, se cifra em - 6,9%.
Na Europa o número dos seminaristas reduziu-se, de 2010 a 2015, em 9,7%.
A Ásia é o continente com maior número de seminaristas, com 34.741 dos 116.843 existentes no mundo. Seguem-se a América (33.515), África (29.007), Europa (18.579) e Oceânia (1.004).