«O nosso Deus não é um Deus de hábitos: é um Deus das surpresas», diz papa Francisco
O excerto do Evangelho proclamado nas missas desta segunda-feira, em que Cristo sublinha que vinho novo deve ser deitado em odres novos, constituiu o centro da homilia do papa Francisco na missa a que presidiu, no Vaticano.
«O Evangelho é novidade. A revelação é novidade. O nosso Deus é um Deus que faz sempre as coisas novas e pede de nós esta docilidade à sua novidade.»
«No Evangelho, Jesus é claro nisto, é muito claro: vinhos novos em odres novos. O vinho é Deus que o traz, mas deve ser recebido com esta abertura à novidade. E isto chama-se docilidade.»
«Podemos perguntar-nos: sou dócil à Palavra de Deus ou faço sempre aquilo que eu creio que seja a Palavra de Deus? Ou faço passar a Palavra de Deus por um destilador, e no fim sai outra coisa em relação àquilo que Deus quer fazer?»
«Adequar-se à Palavra de Deus para a poder receber» constitui «uma atitude ascética».
«Devemos sempre procurar adaptar-nos, adequar-nos a esta novidade da Palavra de Deus, estar aberto a novidade.»
«O nosso Deus não é um Deus de hábitos: é um Deus das surpresas.»
«A obstinação, a não docilidade de fazer aquilo que tu queres, e não aquilo que Deus quer, é pecado de idolatria.»
«A liberdade cristã e a obediência cristã são docilidade à Palavra de Deus, é ter a coragem de tornar-se odres novos, para este vinho novo que vem continuamente. Esta coragem de discernir sempre: discernir, digo, não relativizar.»
«Discernir sempre o que faz o Espírito no meu coração, o que quer o Espírito no meu coração, onde me leva o Espírito no meu coração. E obedecer. Discernir e obedecer.»
«Peçamos hoje a graça da docilidade à Palavra de Deus, a esta Palavra que é viva e eficaz, que discerne os sentimentos e os pensamentos do coração.»
O trecho do Evangelho proclamado nas missas desta segunda-feira pode ser lido na secção "O Evangelho das Imagens" (cf. "Artigos relacionados").
Rui Jorge Martins
© SNPC |
20.01.14
Roma, 19.1.2014
Foto: REUTERS/Tony Gentile