

"Descalço sobre a terra vermelha" | D.R.O filme “Descalço sobre a terra vermelha”, sobre a vida do missionário espanhol Pedro Casaldáliga Plá, venceu a categoria de melhor filme para televisão na 7.ª edição dos prémios Gaudí, atribuídos no domingo pela Academia de Cinema Catalã.
Estreado em 2014, a minissérie foi realizada por Oriol Ferrer e escrita por Marcos Bernstin e Maria Jaén, com coprodução das empresas espanholas TVE, TV3 e Minoría Absoluta, e das brasileiras TV Brasil e Raiz-Produções Cinematográficas.
A obra conta a vida do prelado emérito da diocese brasileira de S. Félix do Araguaia, chamado “bispo dos pobres” e “voz dos índios”, que ao longo do seu ministério teve de esclarecer as suas posições com o Vaticano, além de ter enfrentado a ditadura militar e os proprietários de terras.
A coprodução combina a ação e a espiritualidade, apresentando imagens fortes quer da paisagem natural do estado do Mato Grosso, quer da paisagem humana e social onde a narrativa se situa, no contexto da Teologia da Libertação e da ditadura brasileira dos anos 70.
O filme, baseado no livro homónimo de Francesc Escribano, inicia-se com a chegada de Pedro Casaldáliga ao Brasil, em 1968, terminando com a visita ao Vaticano, quando se reuniu com o papa S. João Paulo II e o cardeal Joseph Ratzinger, que então dirigia a Congregação para a Doutrina da Fé.
Rodado em S. Félix do Araguaia, onde o missionário reside, “Descalço sobre a terra vermelha” foi premiado em festivais realizados em Nova Iorque, Seul, Biarritz e Barcelona, nas categorias de melhor ator, banda sonora, argumento e filme para televisão.
D. Pedro Casaldáliga, que a 16 de fevereiro completa 87 anos, nasceu em Balsanery, próximo de Barcelona, em 1928. Entrou na congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) e foi ordenado padre em 1952.
Em 1971, com 43 anos, o Beato papa Paulo VI nomeou-o primeiro bispo da prelatura territorial de S. Félix, ministério de que se retirou há uma década, a 2 de fevereiro de 2005, por ter ultrapassado os 75 anos, idade limite estabelecida pelo Código de Direito Canónico.
Rui Jorge Martins
Descalço sobre a terra vermelha | D.R.