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Meditação

O nosso coração precisa de compaixão?

Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.’ E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. E, caindo em si, disse: 'Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho'. E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.

O filho disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.’ Mas o pai disse aos seus servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.’ E a festa principiou.

Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: ‘O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.’ Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: ‘Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.’ O pai respondeu-lhe: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.’»

Lucas 15, 11-14, 17-32

 

Uma mulher divorciada debatia-se com uma filha adolescente cada vez mais rebelde. O auge dos problemas aconteceu uma noite, já tarde, quando recebeu um telefonema da polícia para ir à esquadra buscar a filha, que havia sido presa por conduzir embriagada.

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As duas não se falaram no regresso a casa nem no dia seguinte, até que a mãe desanuviou a tensão oferecendo à filha uma pequena caixa, embrulhada em papel de presente. A rapariga abriu-a com ar de indiferença e encontrou lá dentro uma pequena pedra. “Bem, é gira. O que é?”

“Lê o cartão, querida.” Quando a rapariga o leu, as lágrimas começaram a correr-lhe pela face, e então abraçou a mãe. No cartão estava escrito: “Esta pedra tem mais de 200 milhões de anos. É o tempo que eu vou levar antes de desistir de ti.”

Isto é o que Jesus nos diz sobre Deus: Ele nunca desiste de nós. Mas é certo que nós não Lhe facilitamos a vida. Temos dois hábitos que tornam especialmente difícil para Deus chegar até nós e curar-nos. O primeiro é que mentimos a nós mesmos: “Não há nada de errado comigo. O que eu faço está perfeitamente bem e não estou a prejudicar ninguém. Além disso, a vida é minha! Se alguém precisa de mudar, és tu!”

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Lembra-se de quem presidiu ao apedrejamento de Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão? Não foi um pagão romano. Foi São Paulo, e estava certo de estar a fazer o bem. Absolutamente certo – e absolutamente errado!

Com um pequeno esforço podemos justificar tudo. E essa atitude mete-nos em sarilhos porque enclausuramos Deus. Como é que podemos dizer honestamente que lamentamos o que quer que seja e pedir ajuda e perdão se estamos certos de que está tudo bem connosco?

Esta mentira a nós mesmos tem outra consequência: o endurecimento do coração. Se não conseguirmos reconhecer a nossa desesperada necessidade de perdão e compreensão, nunca seremos capazes de entrar no interior dos corações e vidas das pessoas e sentir a sua necessidade de compaixão. Nunca! E por isso a nossa resposta mais provável a quem tem essa necessidade vai ser julgar, rejeitar e votar o desprezo, o que se vai voltar contra nós na forma de corações endurecidos que não conseguem aceitar e receber compaixão e amor. E é assim que afastamos Deus ainda mais!

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Se alguma vez quisermos ter a esperança de experimentar a alegria e o alívio de ter os nossos pecados levantados, temos de os ver, encarar e entregá-los a Deus - e não negá-los, culpá-los ou culpar alguém. No preciso momento do triste e doloroso auto-reconhecimento, compreenderemos o quanto os nossos irmãos e irmãs precisam da nossa compaixão, e então seremos capazes de lhes oferecer o que eles precisam.

Reconhecer os nossos pecados, pedir perdão e dando perdão suavizará os nossos corações e deixará que Deus entre e realize a sua acção.

 

P. Dennis Clark
In Catholic Exchange
Trad. / adapt.: rm
© SNPC (trad.) | 11.09.10

ImagemO regresso do filho pródigo (det.)
Rembrandt

 

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