D.R.
O papa abençoou hoje uma estátua de Santo António proveniente da paróquia homónima da cidade de Cassino, em Itália, que sobreviveu a um bombardeamento durante a II Guerra Mundial.
A 10 de setembro de 1943, às 10 horas da manhã, a aviação anglo-americana lançou um ataque inesperado sobre a urbe localizada na região de Basso Lazio que causou a morte de 105 pessoas e danos graves em casas e edifícios públicos.
O bombardeamento foi o primeiro de vários, bem como de múltiplas batalhas que duraram até 17 de maio de 1944, dado que a cidade era o centro nevrálgico de uma fortificação erguida pelos alemães no centro da Itália para tentar deter o avanço anglo-americano.
Particularmente devastador foi o ataque dos Aliados de 15 de março de 1944, chuva de fogo que durou quatro horas e recorreu a centenas de aviões, que lançaram mais de um milhão de quilos de bombas.
Depois do feroz bombardeamento, não restaram mais do que escombros e crateras. Mas a tragédia só terminaria horas mais tarde. Artilharia, infantaria e carros armados entraram em ação para destruir o pouco que tinha ficado de pé.
A esta ferocidade foram poupadas as paredes da igreja e a estátua de Santo António de Pádua, nascido em Lisboa, colocada no seu interior. Toda a zona foi arrasada e por isso a igreja foi considerada quase como que uma relíquia que, durante mais de 20 anos, foi também o único espaço celebrativo na Cassino que estava a ressurgir das ruínas.
A comunidade cristã assinala a data de 10 de setembro, mas também enche a igreja no dia do santo franciscano, 13 de junho. A velar pela solene procissão na sua honra, ao alto, o mosteiro de Montecassino, fundado por S. Bento de Núrsia, símbolo do renascimento da cristandade após a queda do Império Romano.
Estes dois santos fazem da cidade de Cassino uma embaixadora de esperança: é possível ressurgir das ruínas.