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Papa afirma que continuam resistências ao Espírito Santo e lembra exemplo do Vaticano II

Imagem Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos (det.) | Duccio | 1308-1311

Papa afirma que continuam resistências ao Espírito Santo e lembra exemplo do Vaticano II

Hoje, como ontem, há entraves às surpresas do Espírito no interior da Igreja, mas é Ele próprio que contribui para as ultrapassar, considerou hoje o papa, na missa matinal a que presidiu, no Vaticano.

«Quando o Espírito nos surpreende com alguma coisa que parece nova ou que “nunca se fez assim”, “deve fazer-se assim”, pensai no Vaticano II, nas resistências que teve o Concílio Vaticano II [1962-1965], e digo isto porque é o que está mais próximo de nós. Quantas resistências. Ainda hoje resistências que continuam, de uma forma ou de outra», sublinhou Francisco, citado pela Rádio Vaticano.

Para o papa, «o protagonista da Igreja» é o Espírito Santo, «Ele que desde o primeiro momento deu a força aos apóstolos», Ele «que faz tudo», Ele que «leva a Igreja para a frente».

Mesmo quando há «problemas», mesmo «quando se desencadeia a perseguição», é o Espírito «que dá força aos crentes para permanecer na fé», inclusive nos momentos «de resistência e de fúria dos doutores da lei».

Referindo-se à primeira leitura bíblica proclamada nas missas desta quinta-feira (Atos dos Apóstolos 15, 7-21), que descreve a discussão havida no denominado «concílio de Jerusalém», quando os principais representantes das primeiras comunidades cristãs se reuniram para debater as orientações a dar à expansão do cristianismo, o papa traçou um paralelo com a atualidade.

«O Espírito colocava os corações num caminho novo: eram as surpresas do Espírito. E os apóstolos encontraram-se em situações que nunca teriam acreditado, situações novas. E como gerir essas novas situações?», questionou Francisco.

O Espírito Santo impelia os apóstolos a «coisas que nunca tinham sido feitas», e que «nem sequer tinham imaginado», e por isso eles «tinham a batata quente nas mãos e não sabiam o que fazer», acrescentou.

Antes de os participantes no “concílio” de Jerusalém se terem «colocado de acordo», prosseguiu o papa, «aconteceu uma coisa bela»: “Toda a assembleia ficou em silêncio e começou a ouvir Barnabé e Paulo descrever os milagres e prodígios que Deus realizara por seu intermédio entre os gentios”».

«Ouvir, não ter medo de ouvir. Quando alguém tem medo de ouvir, não tem o Espírito no seu coração. Ouvir: “o que pensas tu, e porquê?”. Ouvir com humildade. E depois de terem ouvido, decidiram enviar às comunidades gregas, isto é, aos cristãos que tinham vindo do paganismo, alguns discípulos para os tranquilizar e dizer-lhe: «está tudo bem, continuai assim”», assinalou o papa.

A narração dos Atos dos Apóstolos explica aquele que deve ser «o caminho da Igreja até hoje» diante dos problemas que têm de ser resolvidos: com «a reunião, a escuta, a discussão, a oração e a decisão final».

«Esta é a chamada sinodalidade da Igreja, na qual se exprime a comunhão da Igreja. E quem faz a comunhão? É o Espírito! Mais uma vez o protagonista. O que é que nos pede o Senhor? Docilidade ao Espírito. O que nos pede o Senhor? Não ter medo, quando vemos que é o Espírito que nos chama», acentuou.

Francisco concluiu a homilia com uma prece: «Peçamos ao Senhor a graça de compreender como a Igreja vai para a frente, de compreender como desde o primeiro momento se confrontou com as surpresas do Espírito, e, também, para cada um de nós, a graça da docilidade ao Espírito, para andar pelo caminho que o Senhor Jesus quer para cada um de nós e para toda a Igreja».

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 28.04.2016

 

 
Imagem Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos (det.) | Duccio | 1308-1311
«Ouvir, não ter medo de ouvir. Quando alguém tem medo de ouvir, não tem o Espírito no seu coração. Ouvir: “o que pensas tu, e porquê?”. Ouvir com humildade»
>«Esta é a chamada sinodalidade da Igreja, na qual se exprime a comunhão da Igreja. E quem faz a comunhão? É o Espírito! Mais uma vez o protagonista. O que é que nos pede o Senhor? Docilidade ao Espírito. O que nos pede o Senhor? Não ter medo, quando vemos que é o Espírito que nos chama»
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