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Papa Francisco aos voluntários: «Sois a mão de Cristo estendida»

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Papa Francisco aos voluntários: «Sois a mão de Cristo estendida»

O papa acolheu hoje, no Vaticano, 40 mil voluntários e operadores de misericórdia, que assinalam o seu jubileu este sábado, tendo-lhes afirmado que são «a mão de Cristo estendida».

«A credibilidade da Igreja passa de forma convincente através do vosso serviço com as crianças abandonadas, os doentes, os pobres sem comida e trabalho, os idosos, os sem-abrigo, os prisioneiros, refugiados e migrantes, as pessoas afetadas por desastres naturais... enfim, onde quer que exista um pedido de ajuda, ali chega o vosso testemunho ativo e desinteressado», frisou.

Para Francisco «não é possível desviar o olhar e tomar outra direção para não ver as muitas formas de pobreza que pedem misericórdia. Isso de tomar outra direção para não olhar a fome, as doenças, as pessoas exploradas... Isso é um pecado grave. Também é um pecado moderno; é um pecado dos dias de hoje».

«Nós, cristãos, não nos podemos permitir uma tal coisa. Não seria digno da Igreja nem de um cristão “passar ao largo”, supondo que se pode ter a consciência tranquila só por termos rezado ou porque fui à Missa no Domingo. Não! O Calvário é sempre atual; de nenhum modo deixou de existir, nem permanece como uma bela pintura nas nossas igrejas», declarou.

Falando de improviso, Francisco vincou que «o núcleo da misericórdia é o diálogo com o coração misericordioso do Senhor»: «Digamo-lo: "Senhor, eu sou muito fraco mas Tu chamaste-me a fazer este serviço. Dá-me força e humildade"».

«Sois justamente vós uma das realidades mais preciosas da Igreja que, muitas vezes no silêncio e escondidos, dais forma e visibilidade à misericórdia. Vós sois artesãos de misericórdia: com as vossas mãos, com os vossos olhos, com a vossa escuta, com a vossa proximidade, com as vossas carícias... sois artesãos! Exprimis o desejo - entre os mais belos no coração do homem: fazer com que a pessoa que sofre se sinta amada», sublinhou Francisco, retomando o discurso escrito.

Depois de vincar que «o mundo precisa de sinais concretos de solidariedade, especialmente diante da tentação da indiferença, e exige pessoas capazes de opor-se com as suas vidas o individualismo: pensar só a si mesmo, ignorando os irmãos em necessidade», Francisco pediu aos operadores de misericórdia para estarem «sempre contentes e cheios de alegria» pelo serviço que realizam, mas sem nunca fazer dele «um motivo de presunção que leva a sentir que se é melhor do que os outros». 

«Amanhã, teremos a alegria de ver Madre Teresa proclamada santa. Ela merece! Este testemunho da misericórdia dos nossos tempos une-se à fileira inumerável de homens e mulheres que tornaram visíveis com a sua santidade o amor de Cristo. Imitemos nós também o seu exemplo, e peçamos para ser humildes instrumentos nas mãos de Deus para aliviar o sofrimento do mundo e dar a alegria e a esperança da ressurreição», apontou.

A terminar, Francisco lançou um apelo: «Convido-vos a rezar todos em silêncio por tantas, tantas pessoas que sofrem; por tanto sofrimento, por tantos que vivem descartados pela sociedade. Rezai também por tantos voluntários como vós, que vão ao encontro da carne de Cristo, para tocá-la, cuidá-la, senti-la próxima. E rezai ainda por tantos, tantos que diante de tanta miséria desviam o olhar e no coração escutam uma voz que lhes diz: “Isso não me corresponde, não me importa”». 

Francisco percorreu a Praça de S. Pedro no papamóvel, antes do discurso, entre fiéis de vários pontos do globo, saudando muitas crianças e um grupo de religiosas das Missionárias da Caridade, uma das quais lhe colocou ao pescoço uma fita azul e branca, as cores dos saris da congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá.

 




 

Mauro Pianta
In "Vatican Insider"
Trad. / edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 03.09.2016 | Atualizado em 19.04.2023

 

 

 
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Rezai ainda por tantos, tantos que diante de tanta miséria desviam o olhar e no coração escutam uma voz que lhes diz: “Isso não me corresponde, não me importa”
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