Papa Francisco aponta critérios para se trabalhar no Vaticano: profissionalismo, serviço, santidade e horror às intrigas
O papa Francisco nomeou este sábado os critérios que julga essenciais para o desempenho dos cargos mais altos na Cúria da Santa Sé: profissionalismo, espírito de serviço, santidade e, dentro desta, horror às intrigas.
A «santidade», que está na «base da qualidade do trabalho, do serviço», implica «vida imersa no Espírito, abertura do coração a Deus, oração constante, humildade profunda, amor fraterno nas relações com os colegas», afirmou em audiência aos cardeais e membros superiores da Cúria Romana.
No tradicional encontro para apresentação dos votos natalícios, o papa frisou que a santidade compreende também o exercício do «apostolado, serviço pastoral discreto, fiel, realizado com zelo no contacto direto com o povo de Deus».
«Santidade, na Cúria, significa também objeção de consciência. Sim, objeção de consciência às murmurações», sublinhou Francisco, acrescentando que as intrigas «lesam a qualidade das pessoas, lesam a qualidade do trabalho e do ambiente».
Para o papa, o profissionalismo, igualmente um «requisito fundamental para trabalhar na Cúria», cultiva-se com «competência, estudo, atualização», e quando ele não existe « vai-se escorregando lentamente para o nível da mediocridade».
Francisco realçou também a importância da atitude de «serviço às Igrejas particulares e aos seus bispos»: sem ela, «cresce a estrutura da Cúria como uma alfândega pesadamente burocrática, inspectora e inquisidora, que não permite a acção do Espírito Santo e o crescimento do povo de Deus».
Antes de concluir o discurso, o papa evocou os poucos dias que faltam para o Natal e lembrou o comportamento discreto do pai adotivo de Jesus, que apontou como exemplo para quem trabalha ao serviço da Igreja,
«Pode fazer-nos bem meditar sobre o papel de São José, tão silencioso e tão necessário junto de Nossa Senhora. Pensemos nele, na sua solicitude pela esposa e o Menino. Isto é de grande inspiração para o nosso serviço à Igreja! Por isso, vivamos este Natal espiritualmente unidos a São José. Isto vai fazer-nos bem a todos».
Rui Jorge Martins
© SNPC |
21.12.13
aos membros superiores
da Cúria do Vaticano
Vaticano, 21.12.2013
Foto: REUTERS/Claudio Peri/Pool