Papa Francisco
Paisagens
Pedras angulares A teologia visual da belezaQuem somosIgreja e CulturaPastoral da Cultura em movimentoImpressão digitalVemos, ouvimos e lemosPerspetivasConcílio Vaticano II - 50 anosPapa FranciscoBrevesAgenda VídeosLigaçõesArquivo

Papa Francisco: «Pedir a graça de morrer em casa, na Igreja», na certeza de que «do outro lado nos esperam»

«Morrer em casa, na Igreja» é um «presente de Deus» e uma graça que «não se compra», mas que deve ser pedida, na esperança de que a vida continua, sublinhou hoje o papa na missa a que presidiu no Vaticano.

Na homilia, Francisco realçou também a necessidade de invocar «outra graça»: «[A] consciência [de que] do outro lado nos esperam; do outro lado também continua a casa, continua a família».

«Santa Teresa do Menino Jesus dizia que, nos seus últimos tempos, na sua alma havia uma luta, e quando ela pensava no futuro, naquilo que a esperava após a morte, no céu, ouvia como que uma voz que dizia: “Não, não sejas idiota, espera-te a escuridão. Espera-te apenas a escuridão do nada”», recordou o papa, citado pela Rádio Vaticano.

Contra a «voz do diabo, do demónio, que não queria que ela se confiasse a Deus», é preciso responder com a «esperança» da confiança na misericórdia e na continuidade da vida, convicção que, insistiu, é uma «graça» a ser pedida.

«Senhor, dá-me o presente de morrer em casa, na Igreja. Pecadores sim, todos, todos o somos. Mas traidores não. Corruptos não. Sempre dentro. E a Igreja é tão mãe que nos quer mesmo assim, muitas vezes sujos, mas a Igreja limpa-nos: é mãe», apontou.

Para Francisco, ter fé não é uma atitude que só tem lugar quando se pressente o fim da vida terrena, mas é um hábito que deve ser cultivado: «Confiar-se a Deus começa agora, nas pequenas coisas da vida, e também nos grandes problemas».

O papa recordou que o adágio popular que refere que cada ser humano «deve deixar na vida um filho, deve plantar uma árvore e deve escrever um livro: esta é a melhor herança».

«Que herança deixo eu àqueles que vêm atrás de mim? Uma herança de vida? Fiz tanto bem que as pessoas me querem como pai ou como mãe? Plantei uma árvore? Dei a vida, sabedoria? Escrevi um livro?», questionou.

O legado dos católicos é o seu «testemunho» como cristãos, vincou Francisco: «Alguns de nós deixam uma grande herança: pensemos nos santos, que viveram o Evangelho com tanta força que nos deixam uma estrada de vida e um modo de viver como herança».

A meditação do papa baseou-se na primeira leitura bíblica proclamada nas missas desta quinta-feira, em que é relatada a morte do mais importante rei da história de Israel, a quem chamou «São David».

No primeiro livro dos Reis, leem-se estas recomendações que o monarca deixa ao filho, Salomão: «Vou seguir o caminho de todos os mortais. Tem coragem e procede como um homem. Guarda os mandamentos do Senhor, teu Deus. Segue os seus caminhos, cumprindo os seus preceitos, estatutos, normas e decretos».

«Eis as três coisas que me vêm ao coração na leitura deste trecho sobre a morte de David: pedir a graça de morrer em casa, morrer na Igreja; pedir a graça de morrer em esperança, com esperança; e pedir a graça de deixar uma bela herança, uma herança humana, uma herança feita com o nosso testemunho da nossa vida cristã», concluiu.

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 06.02.14

Redes sociais, e-mail, imprimir

FotoPapa Francisco
Vaticano, 5.2.2014
Foto: REUTERS/Max Rossi

 

Ligações e contactos

 

 

Página anteriorTopo da página

 


 

Receba por e-mail as novidades do site da Pastoral da Cultura


Siga-nos no Facebook

 


 

 


 

 

Secções do site


 

Procurar e encontrar


 

 

Página anteriorTopo da página