Presença da Igreja na internet é «indispensável», mas «relações humanas autênticas» são mais importantes, diz papa

A presença da Igreja católica na internet é importante, mas o essencial é a relação pessoal, afirmou este sábado o papa aos participantes na assembleia plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, dedicada ao tema “Anunciar Cristo na era digital”.

«O anúncio requer relações humanas autênticas e diretas para desaguar num encontro pessoal com o Senhor. Portanto a rede não basta, a tecnologia não é suficiente. Isto, porém, não quer dizer que a presença da Igreja na Internet seja inútil; pelo contrário, é indispensável estar presente, sempre com estilo evangélico», apontou.

O papa considera que a internet tornou-se «para muitos, especialmente jovens», uma «espécie de ambiente de vida, para despertar as perguntas que não se podem suprimir do coração sobre o sentido da existência, e indicar o caminho que leva àquele que é a resposta, a misericórdia divina feita carne», que é Cristo.

Depois de referir que a internet «é uma realidade difusa, complexa e em contínua evolução, e o seu desenvolvimento repropõe a questão sempre atual da relação entre fé e cultura», o papa citou as palavras que S. Paulo escreveu na carta aos Tessalonicenses: «Examinai tudo, guardai o que é bom».

«Mesmo entre as oportunidades e os perigos da rede, é preciso “examinar cada coisa”, conscientes de que certamente encontraremos moedas falsas, ilusões perigosas e armadilhas a evitar. Mas, guiados pelo Espírito Santo, descobriremos também oportunidades preciosas para conduzir os homens ao rosto luminoso do Senhor.»

Para Francisco, «não é suficiente adquirir competência tecnológica, mas é importante»: «Trata-se antes de tudo de encontrar mulheres e homens reais, frequentemente feridos ou perdidos, para lhes oferecer verdadeiras razões de esperança».

Ao recordar algumas das iniciativas recentes do Pontifício Conselho para os Leigos, o papa agradecer o trabalho realizado na última Jornada Mundial da Juventude, que decorreu em julho no Rio de Janeiro, naquela que foi «uma verdadeira festa da fé»: «Os cariocas estavam felizes e fizeram-nos todos felizes».

Rui Jorge Martins
© SNPC | 08.12.13