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«Quantas vezes vemos gente tão afeiçoada aos gatos e cães, e depois deixam sem ajuda o próximo que precisa», diz papa

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«Quantas vezes vemos gente tão afeiçoada aos gatos e cães, e depois deixam sem ajuda o próximo que precisa», diz papa

O papa frisou hoje, no Vaticano, que não se deve «identificar a piedade com o pietismo, muito difundido, que é só uma emoção superficial e ofende a dignidade do outro», nem se pode confundi-la com a «compaixão» pelos animais de companhia.

«Acontece, com efeito, que às vezes se experimenta este sentimento pelos animais e fica-se indiferente perante os sofrimentos dos irmãos. Quantas vezes vemos pessoas tão afeiçoadas aos gatos, aos cães, e depois deixam sem ajuda o próximo, a próxima que tem necessidade. Assim não pode ser», afirmou.

Francisco, que falava durante a «audiência jubilar» realizada no âmbito do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que decorre até 20 de novembro, realizou-se na Praça de S. Pedro, com ligação ao grande auditório Paulo VI, para onde foram encaminhadas as pessoas doentes, devido à chuva que caía sobre Roma.

«Entre os muitos aspetos da misericórdia, há um que consiste em experimentar piedade ou apiedar-se perante quantos têm necessidade de amor. A "pietas" - a piedade - é um conceito presente no mundo greco-romano, onde, porém, indicava um ato de submissão aos superiores: antes de tudo a devoção devida aos deuses, depois o respeito dos filhos para com os pais, sobretudo anciãos», explicou.

A piedade, prosseguiu o papa, «é uma manifestação da misericórdia de Deus. É um dos sete dons do Espírito Santo», que o Evangelho evoca «muitas vezes» quando menciona «o grito espontâneo que pessoas doentes, endemoninhadas, pobres ou aflitas dirigem a Jesus: "Tem piedade".».

Francisco recordou que «a todos Jesus respondia com o olhar da misericórdia e o conforto da sua presença», porque para Ele «experimentar piedade equivale a partilhar a tristeza de quem encontra, mas ao mesmo tempo a operar na primeira pessoa para a transformar em alegria».

«Também nós somos chamados a cultivar em nós atitudes de piedade perante as muitas situações da vida, sacudindo a indiferença que impede de reconhecer as exigência dos irmãos que nos rodeiam e libertando-nos da escravidão do bem-estar material», apontou.

Depois de evocar Maria, que para os crentes é «o ícone da piedade», o papa citou Dante (c. 1265-1321), considerado o maior poeta de língua italiana, quando este, na sua obra maior, "Divina Comédia", evocou a Virgem colocada no topo do Paraíso: «Em ti misericórdia, em ti piedade, [...] em ti repousa tudo o que na criatura há de bondade».

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 14.05.2016 | Atualizado em 17.04.2023

 

 
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