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Fé e cultura

Tese de doutoramento sobre "Fátima e criação artística" aprovada na Universidade de Coimbra

O responsável pela secção de Arte e Património do Santuário de Fátima e diretor do respetivo museu, Marco Daniel Duarte, defendeu com sucesso a 2 de janeiro, na Universidade de Coimbra, a sua dissertação de doutoramento.

“Fátima e a criação artística (1917-2007): o Santuário e a Iconografia – a arte como cenário e como protagonista de uma específica mensagem” constituiu o tema da tese, resultante de uma investigação iniciada há 11 anos.

A dissertação, aprovada com distinção e louvor por unanimidade, foi avaliada por um júri constituído por João Maria André, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (presidente), Vítor Serrão, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e o bispo D. Carlos Azevedo, professor associado da Universidade Católica Portuguesa, entre outros docentes.

«A investigação operada leva a concluir que o santuário se mostra, ao longo de 90 anos de história, como estaleiro por onde passam vários movimentos estéticos, desde os que se fazem repercutores da arte de Oitocentos, dando início à construção de um santuário de traçado revivalista coroado por uma monumental basílica riscada por Gerardus van Krieken, até aos que já podem ser entendidos como exibidores da arte do século XX», explicou Marco Daniel em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário.

«A partir dos anos finais da década de 40» do século XX assistiu-se à «edificação de um deserto artificial que arrancava ao desconforto natural que era a Cova da Iria um espaço espiritual constituído por uma enorme e cenográfica esplanada traçada por Cottinelli Telmo, espaço posteriormente delimitado pela colunata de António Lino, solene equilíbrio de um cenário que vinha a ser criado desde 1928».

«Um outro grande período de construções foi depois preparado ao longo da década de 70, na qual se prepara uma nova imagem do Santuário, imagem essa que viria a concretizar-se na década seguinte, quando, em 1982, se inaugurou o primeiro ponto – e talvez o mais importante – desse plano: a reestruturação arquitetónica e urbanística da Capelinha das Aparições», acrescentou.

Para Marco Daniel a basílica da Santíssima Trindade (2007) não aniquilou «nem na implantação, nem no alçado, nem na volumetria» a construção «erigida ao longo de nove décadas», mas realçou a «importância artística do lugar». 

«A investigação realizada conseguiu evidenciar que o santuário foi e é um laboratório de experimentações e concretizações artísticas que o fazem ser lido como um laborioso laboratório de arte construído através de uma tensão entre a arte popular e a arte erudita, sendo esta afinal a que mais vezes ali foi experimentada, sempre com um objetivo de servir uma específica mensagem e a ritualidade a ela associada», afirmou.

O autor considera «que arte e beleza, não obstante alguns movimentos estéticos residuais, são dois binómios que se encontram umbilicalmente associados desde as primeiras manifestações artísticas da humanidade».

«Ao olhar para o Santuário de Fátima, lugar de peregrinação por excelência, vejo muitos peregrinos que procuram essa beleza que é visivelmente conotada com Deus e vejo também muitos outros que são atraídos pela beleza que fala de Deus», referiu.

 

© SNPC | 05.01.13

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Santuário de Fátima

 

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