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Viver a dois

O amor arrisca-se a naufragar no hábito e na leviandade. «O outro» nunca poderá satisfazer a sede de infinito que possui. Matrimónio, magia, miragem...

Muitos poetas e romancistas evocaram o fascínio e a ferida do amor, a sua aspiração ao paraíso e, infelizmente, por vezes, a sua descida aos infernos.

Só Deus responde à sede de absoluto que habita o coração humano. Não é justo reclamar do seu próximo, seja ele esposo ou esposa, o que só Deus pode dar.

Confidente de casais há mais de meio século, gostaria de oferecer-lhes este poema:

Antes de tudo,
comprometo-me a considerar
o nosso sacramento do matrimónio
como a realidade mais sagrada da minha existência.

Por isso não tenho outra expectativa
que não seja a de amar-te contra ventos e marés.

Anseio poder dar o melhor de mim
para contribuir para a tua realização,
ajudar-te a valorizar os teus talentos,
ser água e luz para a flor única que tu és.

Farei tudo para te acolher como és, e não como eu te sonhei.

Habituar-me-ei a estar disponível para te ouvir,
entrar no teu universo
e abrir-te a porta do mundo que me habita.

Não serei um vigilante dos teus jardins secretos.

Procurarei evitar os mal-entendidos.

Desejo ser suficientemente inteligente
para respeitar a tua visão das coisas:
«a tua diferença engrandece-me».

Aplicar-me-ei em não deixar escapar
as confidências que achares por bem fazer-me,
mesmo se elas me perturbam ou me põem em questão.

Esforçar-me-ei por não caricaturar ou refrear
as tuas opiniões
quando contrariam as minhas.

Habituar-me-ei a expulsar os meus pensamentos negativos
e a alargar os recursos do humor.

Esforçar-me-ei por não manifestar irritação
se a tua gestão do tempo
não tem o mesmo ritmo que a minha.

Tentarei afastar todo o ciúme,
porque a minha confiança
é o mais belo presente que te posso oferecer.

Não cairei na cilada do queixume reivindicativo e amargo.

Evitarei toda a afronta estéril:
as crises podem ser oportunidades para crescermos juntos.

Comprometo-me a procurar contigo
a harmonia dos nossos desejos nos nossos abraços,
e a não me recusar a ti por ressentimento.

E como me acontece
«não fazer o bem que quero, e fazer o mal que não quero» (Rm 7,19),
comprometo-me a ser suficientemente humilde
para saber pedir-te perdão.

Desejo nunca adormecer antes de ter extinguido
todo o foco de discórdia entre nós.

Não serei escasso de elogios.
Uma palavra gentil, um gesto terno, um sorriso,
enchem de sol o dia.

Que Deus, que nos confiou um ao outro,
venha em nosso auxílio!

 

P. Stan Rougier
In Prier
Trad.: rjm
© SNPC (trad.) | 01.08.13

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