Georges Rouault
A Quaresma da Misericórdia
Deus, tem piedade de mim, segundo a tua grande misericórdia.
Solitário, nesta vida de ciladas e malícias.
Eternamente flagelado...
Acreditamos que somos reis.
Quem é que não usa uma máscara?
Acontece por vezes que o caminho é belo...
João Francisco nunca canta Aleluia...
Devemos morrer, nós e tudo o que é nosso.
O justo, como a madeira de sândalo, perfuma o machado que o trespassa.
Sob um Jesus esquecido na cruz.
Cantai Matinas, o dia renasce.
No lagar, a uva foi pisada.
O cego consolou por vezes aquele que vê.
"Obediente até à morte e à morte de cruz."
Foi maltratado e oprimido e não abriu a boca.
Senhor, sois vós, reconheço-vos.
Gravuras: Georges Rouault
24.03.2009 | Atualizado em 4.3.2014