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Fé e cultura

Igreja abriu "Pátio dos Gentios"

A Igreja católica inaugurou esta quinta-feira, 24 de março, em Paris, o encontro internacional do “Pátio dos Gentios”, nova estrutura para o diálogo com não crentes.

Na abertura dos trabalhos, que decorreram na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o cardeal italiano Gianfranco Ravasi destacou que a iniciativa quer «derrubar» muros.

Os católicos querem convidar os não crentes a «iniciar uma viagem» conjunta, em busca da «verdade», do «sentido da existência» e da «comunhão», afirmou o presidente do Conselho Pontifício da Cultura.

O nome “Pátio dos Gentios” (Il Cortile dei gentili) evoca o espaço homónimo que, no antigo Templo de Jerusalém, hospedava os não judeus.

Juntando diplomatas, escritores, pensadores e representantes do mundo da cultura, a conferência inaugural deixou vários apelos ao diálogo, como o da diretora geral da Unesco, Irina Bokova, em videomensagem.

O filósofo católico Fabrice Hadjad falou sobre o homem que se «espanta por existir» e precisa, por isso, de um «céu, uma esperança, uma razão».

Trata-se, disse, de colocar a questão do homem e reconhecer que o que faz a sua especificidade não é ser um «superanimal», mas recolhe todas as criaturas, «pela sua oração, pela sua poesia», encaminhando-as «rumo a uma fonte misteriosa».

A embaixadora de Marrocos na Unesco, Aziza Bennani, destacou a importância de «alargar o diálogo inter-religioso e assim ultrapassar o separatismo».

A responsável apelou a um diálogo mais concentrado sobre as «convergências» entre crentes e não crentes, «para promover uma cultura da paz, uma paz duradoura».

O ex-primeiro-ministro italiano Giuliano Amato falou, por seu lado, das dificuldades que se colocam no diálogo intercultural e convidou a uma «aliança entre crentes e não crentes» para dar «sentido» à liberdade e à democracia.

O fundador da comunidade de “L'Arche”, Jean Vanier, que trabalha com pessoas portadoras de deficiências, referiu-se à necessidade de «reconhecimento», de haver quem olhe o outro como «um ser humano», porque «a diferença não é uma ameaça, mas um tesouro».

O observador da Santa Sé na Unesco, Francesco Follo, encerrou os trabalhos desta primeira conferência, sublinhando que o caminho da reflexão continua «aberto» e que qualquer monólogo é «patológico».

Na manhã de sexta-feira, os trabalhos vão ter lugar na Universidade de Sorbonne e, à tarde, na Academia de França.

Depois dos colóquios, decorre para uma mesa-redonda no Colégio dos Bernardinos, edifício histórico do século XIII.

A iniciativa inclui ainda uma festa especialmente pensada para os mais jovens, tendo como tema «No pátio do Desconhecido», na catedral Notre Dame de Paris, no dia 25 de março, com música, espetáculos e um encontro de reflexão, seguindo-se uma vigília de oração e uma meditação.

Depois de Paris, o «Pátio dos Gentios» viaja para Florença (Itália), Tirana (Albânia), Estocolmo (Suécia), Berlim (Alemanha), Moscovo (Rússia), Quebeque (Canadá), Praga (República Checa), Chicago e Washington (EUA).

 

Octávio Carmor
In Agência Ecclesia
24.03.11

Foto
Paris
Franco Cogoli/Grand Tour/Corbis

















Foto
Fabrice Hadjad


















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Giuliano Amato

 

 

 

 

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