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Átrio dos gentios: Espaço de diálogo entre crentes e não crentes

1. O Átrio dos gentios
«Para que o diálogo e a comunicação sejam eficazes e fecundos é necessário estar sintonizados numa mesma frequência, em âmbitos de encontros amigáveis e sinceros.» (Papa Bento XVI)

Identidade do Átrio
O Átrio dos gentios originariamente era um espaço do antigo Templo de Jerusalém, não reservado exclusivamente aos judeus, a que podiam aceder todos com liberdade, independentemente da cultura, da língua ou da orientação religiosa a que pertenciam. Quer dizer, um espaço de encontro e multiplicidade.

Dali vem a inspiração do nome desta nova estrutura pertencente ao Pontifício Conselho da Cultura: o Átrio dos gentios constitui-se hoje como o espaço de encontro e confronto à volta do tema da fé, portanto como possibilidade de diálogo e conhecimento recíproco entre o mundo dos crentes e o dos não crentes de hoje.

O tema é sem dúvida da máxima importância, no momento histórico atual, e diz respeito a algumas das mais profundas e iniludíveis questões às quais cada um se sente chamado a responder.

Confia-se que, através do diálogo, tais perguntas possam aprofundar-se e depurar-se, adquirindo sempre uma nova formulação e especificidade; mas sobretudo que a procura, realmente partilhada, possa ampliar a própria visão e consciência. Em tal sentido, o diálogo constitui já um valor em si mesmo.

Este é o sentido do “Átrio dos gentios”.

«A existência de Deus é um problema que por uma parte, não se demonstra, por outra, não se suprime» (Pantaleo Carabellese, filósofo italiano 1877-1948)

«O que admira não é a nossa dificuldade em falar de Deus, mas a nossa dificuldade em calar sobre ele» (Jean-Luc Marion)

Do antigo Átrio ao Átrio de hoje: esboço histórico

O Templo de Jerusalém era o lugar no qual Deus tinha fixado a sua presença: por isso o povo de Israel subia ao monte do Templo para “encontrar a Deus”, para “ver o seu rosto”, para o adorar e escutar a sua voz.

À volta do lugar chamado “Santo dos Santos” - lugar da presença de Deus, cuja vista estava reservada aos crentes por uma cortina - havia um espaço reservado aos sacerdotes para que cumprissem os sacrifícios, depois estava outro espaço destinado aos crentes, aos filhos de Israel, a seguir o átrio das mulheres. Mas no Templo havia também outra área aberta a todos: judeus e não judeus, aos não crentes no Deus uno e único de Abraão, de Isaac e de Jacob: um espaço para os “outros”, tal como ao centro estava o espaço para o Deus-outro.

A criação deste pátio mais extremo, o átrio dos “goyim”, está certificado a partir de Antioco III (223-187 a.C.): era um enorme pátio que circundava o Templo de Jerusalém, delimitado por um pórtico de grandes colunas, debaixo das quais os sacerdotes e escribas se detinham para dialogar com quantos ainda não sendo judeus, subiam ao Templo e queriam conhecer melhor a fé dos filhos de Israel.

Aqui também se situava Jesus para o seu ensinamento durante a sua permanência em Jerusalém, como nos testemunham todos os Evangelhos.

Onde havia limite hoje há abertura

«Nenhum estrangeiro entrará dentro da balaustrada do Templo ou do recinto, e quem for surpreendido será responsável pela morte que em consequência lhe acontecerá» (Inscrição numa lápide de 60x90 cm, descoberta em 1871 pelo arqueólogo francês Charles S. Clermont-Ganneau)

Esta lápide marcava o limite entre o “Átrio dos gentios” e a zona reservada unicamente a quem pertencia ao povo hebreu. O Átrio foi, pois, um lugar que abria um espaço para partilhar, mas ao mesmo tempo assinalava de maneira talhante o limite daquela possibilidade.

O Átrio de hoje é uma oportunidade de encontro que não marca limites ou zonas interditas, mas antes deseja abrir e explorar sempre novas possibilidades de escuta e reciprocidade.

É um convite, com a disposição a uma honesta revisão de si mesmo, a uma sempre nova disponibilidade para o outro na sua diversidade, e ao mesmo tempo é um espaço de procura, de convergências possíveis e às vezes inimagináveis.

O que abriu e fundou esta dimensão, diz o Apóstolo, foi o próprio Cristo, «que de ambos os povos fez um só, tendo derrubado o muro de separação…, a inimizade … a fim de criar em si mesmo um só Homem novo, estabelecendo a paz, e de reconciliar a ambos com Deus em um só Corpo» (Ef 2, 14-16).

 

2. Os passos anteriores: como se chegou à formulação do Átrio

O “Átrio dos gentios”, que agora queremos voltar a propor, é fruto de uma larga evolução e de importantes passos progressivos que prepararam o seu nascimento nos passados decénios.

A preocupação pelo mundo moderno, para o compreender e o amar, estava de facto já presente antes do início do II Concílio do Vaticano; será depois um “leit-motiv” significativo, não só ao longo de todo o Concílio, mas também nos anos que se seguiram.

As raízes: os tempos do Concílio

«Nunca o ser humano teve um tão vivo sentido da liberdade como hoje, em que surgem novas formas de servidão social e psicológica. Ao mesmo tempo que o mundo experimenta intensamente a própria unidade e a interdependência mútua dos seus membros na solidariedade necessária, ei-lo gravemente dilacerado por forças antagónicas.» (Gaudium et Spes)

O II Concilio do Vaticano desenvolveu a exigência clara de que a Santa Sé criasse um Dicastério dedicado a conhecer e seguir de perto o mundo contemporâneo e a confrontar-se com ele.
Esta exigência indicava, já por si, uma nova atitude frente à modernidade, com todos os seus conteúdos culturais e os seus cenários sociológicos mudados; em tal movimento de abertura assumiu um relevo particular a perspetiva do diálogo como instrumento imprescindível de recíproco conhecimento, de real encontro, de progressiva evolução.

A Constituição Pastoral Gaudium et Spes (1965) expressa plenamente a consciência da necessidade da Igreja confrontar-se com as instâncias cada vez mais visíveis da cultura contemporânea, e em particular com o ateísmo, a não crença e a indiferença religiosa. Assinala, portanto, o início de uma nova consciência e de uma abertura concreta a respeito das novas perguntas do ser humano de hoje.

1965: o Secretariado para os não crentes

A 9 de abril de 1965 Paulo VI deu vida ao Secretariado para os não crentes (SNC) como resposta ao desejo, muitas vezes expresso no Concílio, de encontrar um novo espaço e novos recursos de comunicação com o mundo contemporâneo, e como complemento à série de organismos nascidos na Igreja para o diálogo.

Segundo a visão do Papa, este Secretariado completava o movimento da Igreja para fora de si, em círculos concêntricos cada vez mais amplos, capazes de compreender a humanidade inteira sem exclusão: através do diálogo tal Dicastério abraçava idealmente a todos os homens e mulheres “de boa vontade” que não se reconhecem numa religião especifica.

O Secretariado para os não crentes tinha uma dupla tarefa: por um lado, estudar o fenómeno do ateísmo, para indagar e compreender as suas motivações profundas, e por outro, estabelecer e desenvolver o diálogo com os não crentes. Tratava-se, portanto, de pôr-se num plano de intercâmbio e conhecimento recíprocos com a cultura contemporânea, seja no sentido clássico de gerar cultura, seja no sentido sociológico de estudar atitudes e comportamentos partilhados por amplas camadas da sociedade.

O Secretariado nasceu no pressuposto de que o espírito de diálogo e acolhimento abrisse a possibilidade de ocalizar e aclarar convergências sempre novas e cada vez mais amplas: naturalmente um encontro entre crentes e não crentes não podia nascer senão sobre a base de um amor comum pela humanidade e sobre o desejo de promover juntos autênticos valores humanos.

1982: o Pontifício Conselho da Cultura

A 20 de maio de 1982 João Paulo II instituiu o Pontifício Conselho da Cultura com o objetivo de lançar as bases para o diálogo e a colaboração entre «o Evangelho e as culturas do nosso tempo, frequentemente marcadas pela não crença e a indiferença religiosa, a fim de que se abram cada vez mais à fé cristã, criadora de cultura e fonte inspiradora de ciências, letras e artes».

Este Dicastério devia coordenar as atividades culturais da Santa Sé e as Igrejas locais, colaborando com os Organismos Internacionais para promover todas aquelas atividades que favorecessem o diálogo entre as culturas e seu possível encontro com o Evangelho.

1988: o Secretariado para os não crentes muda de nome

Em consequência da Constituição “Pastor Bono”, que reorganizou a Cúria, em 1988, o Secretariado passou a chamar-se Pontifício Conselho para o diálogo com os não crentes.

1993: a fusão entre o SNC e PCC

Chega-se, assim, a 25 de março de 1993, quando o Papa João Paulo II, com o Motu proprio Inde a Pontificatus, uniu o Pontifício Conselho da Cultura e o Pontifício Conselho para o diálogo com os não crentes.

Este Dicastério é articulado, portanto, em duas secções: Fé e cultura e Diálogo com as culturas, que continuam as tarefas dos organismos anteriores. Com o fim de favorecer as relações da Igreja e da Santa Sé com o mundo da cultura, o Conselho toma iniciativas adequadas com respeito ao dialogo entre a Fé e as culturas, e ao diálogo intercultural; segue aquelas iniciativas levadas a cabo pelas diversas instituições da Igreja e oferece a sua colaboração aos respetivos organismos das Conferências Episcopais além de seguir e coordenar a atividade das Academias Pontifícias e manter contactos periódicos com a Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, a fim de assegurar uma sintonia de objetivos e uma fecunda colaboração recíproca.

O Conselho estabelece também diálogo com aqueles que não creem em Deus e não professam nenhuma religião, sempre que estejam abertos a uma sincera colaboração. Organiza e participa em encontros de estudo neste campo por meio de pessoas peritas (Motu Proprio Inde a Pontificatus, 25.3.1993, n.4). 

2009: o discurso do Papa Bento XVI

A 21 de dezembro de 2009, por ocasião do discurso de felicitações natalícias, pronunciado diante da Cúria Romana, o Papa Bento XVI dedica algumas palavras em particular à questão do ateísmo e da indiferença religiosa contemporânea, pondo portanto as bases para o nascimento do “Átrio dos gentios” (cf. pág. 3, «A Igreja deveria abrir uma espécie de “Átrio dos Gentios”»).

A partir pois desta perspetiva assinalada pelo Santo Padre nasceu o “Átrio dos gentios”: uma nova estrutura de investigação, diálogo, participação e reciprocidade encaminhada para um enriquecimento comum, uma janela aberta sobre o vasto, múltiplo, inquieto e rico mundo da cultura contemporânea.

 

3. Valores inspiradores

«O objetivo da relação é a sua própria essência, ou seja o contacto com o “Tu”; porque através do contacto com cada tu cada um colhe um alento do Tu, quer dizer, da vida eterna.» (Martin Buber)

Diz-se que o “Átrio dos gentios” nasce como uma oportunidade de encontro e diálogo. Agora, todo o autêntico diálogo pode realizar-se dentro dos pressupostos mínimos, que constituem o núcleo dos valores sobre os quais se fundamenta. Sobretudo o diálogo necessita que o “outro” seja reconhecido como testemunha valioso, e a sua palavra, seu pensamento, sua isão sejam inquiridas e acolhidas como algo definitivo. Paralelamente todo o diálogo necessita que exista um tema de interesse comum entre ambos os interlocutores, à volta do qual se realiza a escuta do outro: no “Átrio” este tema é a fé e as perguntas “últimas” da existência. Destes pressupostos principais pode irradiar uma reflexão, um compromisso e portanto uma projeção concreta.

O outro: um valor

> O outro é valor enquanto valor em si mesmo, como significante, como fonte de resposta mas também de dinamismo, de proposta de conteúdo.

> O outro é valor enquanto pergunta que impede a sonolência do espírito e faz que as próprias posições não aceitem jamais acomodar-se sobre certezas infundadas e descontadas.

> O outro é valor enquanto oportunidade de reconheci-mento e redefinição de si mesmo, ou como expressão daquela parte de si à qual não se consegue dar espaço.

> O outro é valor sobretudo enquanto possibilidade de experimentar o nós, alem do eu e do tu, e onde nasce o nós se entra já numa dimensão de plena humanidade.

> O outro é valor, finalmente, enquanto possibilidade de consciência sempre nova a respeito da realidade social em que vive.

A fé: um valor

O tema da fé é o ponto de encontro. Com este termo não se entende um dado certo ou um conteúdo dogmático, e tampouco uma referência direta e explícita a Deus: a fé é um valor enquanto representa, para crentes e não crentes, o dinamismo para a transcendência, para uma Verdade “inteira”, a busca incansável que interpela a alma humana. Até no interior de um mesmo mundo religioso, para cada um a fé representa um significado diferente, expressa-se com diversas linguagens e organiza-se em diversas instâncias culturais, sociais, políticas, e ainda psicológicas. Mas representa sempre outra dimensão do viver, um horizonte de transfiguração da existência, uma possibilidade de plenitude cultivada com honestidade e fadiga, ou também abandonada e recusada. Mas sempre uma realidade considerada como valor.

 

4. A Missão

«Vamos até junto do outro e assim nos encontraremos reciprocamente» (Papa Bento XVI)

Partilhar e suscitar uma atitude de procura

«Estou completamente segura de que haja um Deus, no sentido de que estou completamente segura de que o meu amor não é ilusório. Estou completamente segura que não há um Deus, no sentido de que estou completamente segura de que nada real se parece com aquilo que posso conceber quando pronuncio aquele nome.» (Simone Weil)

Um aspeto fundamental da missão do “Átrio” é o de identificar os interlocutores, tanto no mundo dos não crentes (ateus e agnósticos), como no dos crentes, criando uma ponte de abertura e encontro entre todos os que aceitam o diálogo e podem converter-se logo em membros efetivos deste grupo de procura. O propósito é partilhar uma atitude sempre nova de busca e de suscitá-la em quem a perdeu.

O mundo do ateísmo é muito articulado e certamente não unitário. Existe, de facto, um ateísmo indiferente ou sarcástico e superficial, ou vinculado a sistemas político-ideológicos, ou ainda um ateísmo fechado e unicamente devoto dos valores e dos numerosos ídolos da mundanidade; mas também existem pessoas que vivem o seu ateísmo ou agnosticismo frequentemente de modo intensamente dinâmico e atormentado, ou, em todo o caso, com uma perspetiva realmente criativa e prepositiva de procura.

As diferentes posturas do ateísmo estão mais presentes e atuais no panorama contemporâneo. Por vezes até representam uma realidade muito mais próxima da fé do que se poderia supor. Não por acaso na própria Bíblia se fala muito frequentemente de incredulidade e de idolatria mas também de pergunta desgraçada diante da aparente ausência de Deus.

Então, como o crente pode invadir o “Átrio dos gentios” sob um céu nu e vazio e privado de Deus, ficando à espera que a divindade quebre o seu silêncio e a sua ausência, assim também por vezes o ateu pode invocar: «Te suplico, meu Deus, trata de existir, ao menos um pouco, para mim, abre os teus olhos, te suplico!... Esforça-te por ver: viver sem testemunhas é para nós um inferno! Por isso eu faço um alarido e grito: meu Pai, te suplico e choro: existe!» (Aleksandr Zinov'ev)

A própria fé - ponto crucial - necessita de diálogo e dinamismo, não só para se aprofundar e saber dar razão dela mesma, mas também para fazer-se permeável e depurar-se de toda a rigidez, de todo o fundamentalismo, de toda a posição deduzida e já incapaz de fecundidade pelo espírito.

Os encontros desenvolvem-se à volta de temas comuns - ainda que afrontados e solucionados com resultados heterogéneos - até chegar à pergunta sobre o Desconhe-cido, aquele “Ágnostos Theós”, o Deus desconhecido, a que são Paulo fez alusão no célebre discurso no Areópago de Atenas.

Os temas do diálogo

«Quiçá Deus deixou entrever de si só o necessário para que da fé nele o homem seja impelido a cuidar do homem.» (Simone Weil)

Sem esperar conversões ou inversão de caminhos existenciais, mas sobretudo evitando jogos no vazio, na banalidade, nos estereótipos, Gentios e Cristãos - cujos “Átrios” são contíguos na cidade moderna - podem descobrir consonâncias e harmonias inclusive nas suas diferenças; podem depor linguagens somente autorreferenciais e podem fazer levantar o olhar de uma humanidade, frequentemente demasiado inclinada apenas sobre a imediatez, sobre a superficialidade, sobre a insignificância, para o Ser na sua plenitude.

Então o diálogo quer desenvolver-se com os seguintes objetivos:

> aprofundar as questões antropológicas fundamentais (vida e morte, bem e mal, amor e dor, verdade e mentira, transcendência e imanência).

> abordar os temas da relação entre religião e sociedade.

> refletir sobre as razões do crer e do não crer.

> estudar o âmbito da espiritualidade dos não crentes.

> interrogar-se sobre as raízes éticas comuns.

> observar as repercussões éticas e a problemática ligada à tecnologia, à economia, ao capitalismo.

> confrontar-se sobre o tema da liberdade e da solidariedade como dimensão pessoal, social, politica.

> superar os termos do puro racionalismo na compreensão das diferentes culturas, reconhecendo na tensão para a transcendência uma das suas dimensões essenciais.

> dar atenção aos assuntos emergentes na modernidade: a plena humanização da educação e a medicina.

> estabelecer compromissos comuns na ordem dos valores (paz, justiça, respeito das diversidades, tutela da natureza).

«Quiséramos com esta iniciativa ajudar, sobretudo, a sair de uma conceção pobre do crer, fazer entender que a teologia tem uma dignidade científica e um estatuto epistemológico próprio. O “Átrio” quererá organizar um grande evento cada ano para enfrentar no momento, um destes temas.» (Cardeal Ravasi)

Como realizá-lo

O Átrio, portanto, propõe-se realizar espaços reais de encontros, confronto e diálogo, com a perspetiva de uma abertura internacional e em colaboração com as principais estruturas culturais: as Universidades, os Institutos de investigação, as Fundações de arte, os Organismos de articulação entre política e cultura, as grandes Organizações internacionais como a UNESCO e o Conselho de Europa.

Estão previstos encontros, debates, conferências, mesas-redondas, publicações, eventos artísticos, espetáculos e fóruns de discussão.

As atividades do Átrio não serão moduladas unicamente por uma linguagem de tipo académico e oficial, mas compreenderão e favorecerão, como meio de diálogo e conhecimento recíproco, os códigos da arte performativa e figurativa: o léxico simbólico, de facto tem já uma capacidade intrínseca própria de imediatez, de evoca-ção, de abertura transcultural, de representação de conteúdos, não sempre transportáveis pelas estruturas da lógica e da razão.

Além disso, a investigação artística, na sua tensão para a beleza, sabe colocar o pensamento diante de si mesmo e do próprio conteúdo da verdade.

«Onde está a verdade deve nascer a beleza; onde o ser humano se realiza de modo correto, bom, expressa-se na beleza. A relação entre verdade e beleza é insepa-rável e por isso temos necessidade da beleza.» (Bento XVI, no avião para Espanha, 6.11.2010)

 

5. Eventos

Apresentação
Bolonha, 12.2.2011
Local: Aula Magna de Santa Lucia
Intervenções: Cardeal Gianfranco Ravasi, Reitor Ivano Dionigi e expoentes da cultura laica: Vincenzo Balzani, Augusto Barbera, Massimo Cacciari e Sergio Givone

Inauguração
Paris, 24-25.3.2011
Tema: Iluminismo, religião, razão comum
Em colaboração com o Institut Catholique de Paris
Eventos em: UNESCO, Universidade da Sorbonne, Academia Francesa, Colégio dos Bernardinos, Átrio da Catedral de Notre-Dame

Encontro especial
Assis, 27.10.2011
Tema: Crentes e não crentes diante dos desafios da modernidade
Jornada de reflexão, diálogo e oração pela paz e a justiça: “Peregrinos da verdade, peregrinos da paz”
Participantes: Julia Kristeva, linguista, psicanalista, filósofa e escritora francesa; Remo Bodei: Professor de história da filosofia na Universidade de Pisa. Professor na University of California, Los Angeles; Guillermo Hurtado: filósofo mexicano; Walter Baier: Economista austríaco, membro do Partido Comunista Austríaco.

Outros

Bucareste (Roménia), 12.10.2011
Local: Ateneo Romeno
Tema: Humanismo e espiritualidade: é possível um diálogo sobre a transcendência?
Horia-Roman Patapievici, físico e filósofo, presidente do Instituto Cultural Romeno
Biblioteca Universitária de Bucareste: Encontro entre o Cardeal Gianfranco Ravasi e um grupo de conhecidos intelectuais

Florença, 17.10.2011
Locais: Palazzo Vecchio, Salone dei Cinquecento.
Tema: Humanismo e beleza, ontem e hoje.
Professor Antonio Natali, diretor dos Uffizi
Debates: Moni Ovadia, dramaturgo: arte e memória, raízes religiosas da cultura; Sergio Givone, filósofo: O hoje do Grande Inquisidor;
Erri De Luca, poeta: quem fala na arte. A inspiração, as fontes; Antonio Paolucci, historiador de arte: a arte que fala ou procura falar 
Marco Massimiliano Lenzi, ator

Tirana (Albânia), 14-15.11.2011
Tema: Em que crê quem não crê?
Intervenções do cardeal Gianfranco Ravasi: Universidade Estatal de Tirana, Universidade Europeia de Tirana, Universidade Católica
ebates com jovens: figuras das varias religiões, intelectuais de relevo como Ismail Kadare, grande escritor albanês - em tendas e depois no palco sobre temas: dignidade do trabalho e da realização pessoal, experiência da espiritualidade e da fé, sobre a iden-tidade e dignidade da pessoa no fluxo da informação

Palermo (Sicília, Itália), 29-30.3.2012
Tema: Justiça
Duomo de Monreale - conferência introdutiva: Card. Gianfranco Ravasi: Sociedade, cultura e fé
Palermo: o direito dos débeis e o direito dos potentes
- Direito divino e justiça humana. Relatores: S. Lupo, R. Brague; moderador: A. Dino
- Religiões e direitos humanos. Relatores: F. D'Agostino, Gian Enrico Rusconi; moderador: A. Schiavello.
As condições para o diálogo inter-religioso
- Pluralismo e universalismo. Relatores: Henry Bresc, card. J.-L. Tauran; moderador: L. Samonà
- Religiões e espaço público. Relatores: U. Perone, G. Amato; moderador: F. Viola
Praça da Catedral (noite): encontro com jovens

Barcelona, 17-18.5.2012
Tema: arte, beleza, transcendência
17 de maio: Museu Nacional de Arte de Catalunha
18 de maio: Universidade de Barcelona
Academia da Língua Catalã (Institut d'Estudis Catalanis)
Serão: Basílica da Sagrada Familia: "O diálogo das vozes: Poesia e Música"

 

6. Estrutura

Presidente: Cardeal Gianfranco Ravasi
Diretor executivo: Padre Laurent Mazas, Fsj
Assistentes e consultores
Endereço postal: Cortile dei Gentili
Pontificio Consiglio della Cultura
Via della Conciliazione, 5
00120 CITTA DEL VATICANO
Telefone: +39 06 698 03 811
Telefax: +39 06 698 87 368
Padre Laurent Mazas: +39 06 698 93 825; +39 338 67 27 284
Endereço eletrónico: l.mazas@cortiledeigentili.com
Site: www.cortiledeigentili.com

Sede em Braga

Instituto de História e Arte Cristãs - Gabinete de Atividades Culturais
Rua de S. Domingos, 94 B
4710-435 Braga
Telefone: 253 203 180; telefax: 253 203 190
Doutora Isabel Varanda: 253 614 348; 91 996 42 36
Endereço eletrónico: atrio.gentios@gmail.com
Secretária geral: Joana Leandro (joana.leandro@museupioxii.com)
Responsável web: Miguel Ramos (miguel.marques.ramos@gmail.com)

 

Este artigo integra o número 17 do "Observatório da Cultura" (abril 2012).

 

Isabel Varanda
Instituto de História e Arte Cristãs
© SNPC | 15.05.12

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