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Fé e cultura

Átrio dos Gentios em Portugal: Igreja Católica está viva e quer dialogar com o mundo

A Igreja Católica vai acolher pela primeira vez em Portugal o Átrio dos Gentios, a 16 e 17 de novembro, porque quer «dizer ao mundo que está viva» e deseja entrar em diálogo com ele, sublinha o cónego José Paulo Abreu, vigário geral da arquidiocese bracarense.

«A Igreja não quis ficar à margem» das capitais europeias da cultura e juventude, que em 2012 decorrem em Guimarães e Braga, e para isso escolheu «um modo seu de marcar presença», explica o sacerdote em texto publicado esta segunda-feira na Agência Ecclesia.

O Átrio dos Gentios, plataforma para o diálogo entre crentes e não crentes instituída pelo Vaticano, é «sociabilidade, partilha, hipótese de abertura e diálogo, sala de todos e para todos, sem preconceitos, para além de raças, de credos, de idades, de filiações».

O encontro dedicado ao tema “O Valor da Vida”, que mantém as inscrições abertas, junta «pensadores dos mais variados quadrantes e proveniências: do Vaticano, das universidades, do mundo da arte, do desporto, da música, da filosofia, da literatura», realça.

A coordenadora geral do Átrio dos Gentios em Portugal, Isabel Varanda, acentua que o evento «não é “uma coisa da Igreja e dos padres”»: «a representação da Igreja como instituição e da religião, em geral, é discreta e proporcional: uns crentes, outros não crentes ou agnóstico».

«Todos são convidados a sair dos seus espaços habituais de convicção e de reflexão para se encontrarem num átrio, num lugar neutro e acessível a todos», destaca a professora da Faculdade de Teologia da Universidade Católica.

A responsável justifica a ausência de especialistas da saúde, medicina ou bioética «que são referência nacional e internacional em algumas das temáticas em discussão» com o facto de a iniciativa querer «ir mais longe» do que «os nomes expectáveis».

Participar no Átrio dos Gentios é «sinal de abertura», «manifestação de sociabilidade» e «vontade de encontro», nota o cónego José Paulo Abreu, acrescentando que «a diversidade enriquece» e «o debate é sempre uma mais-valia».

«No Átrio dos Gentios há chão para toda a gente poder enraizar a sua palavra e fazer ouvir o seu direito e o seu dever à autodeterminação de um projeto de vida e de um estilo de vida à altura do ser humano», o que «também é exercício e construção da democracia», aponta Isabel Varanda.

O ensaísta Eduardo Lourenço, o neurocirurgião João Lobo Antunes e o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, intervêm no primeiro dia do encontro,  no Grande Auditório da Universidade do Minho, em Guimarães.

 

Rui Jorge Martins
SNPC / Agência Ecclesia
© SNPC | 06.11.12

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Braga





















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